Não sei quanto a vocês, mas não consigo deixar de pensar nas mulheres um só dia.

Não, não sofro de algum distúrbio e nem ataco mulheres. É que simplesmente é impossível não percebê-las.

Metade das pessoas que nos cercam, salvo os que vivem em algum Mosteiro ou local que estimula a perspectiva celibatária, são mulheres. Talvez até mesmo compartilhando seu teto hajamulheres, e quem sabe elas podem até ser maioria.

Independente da quantidade, mesmo sendo uma na multidão, a mulher sempre consegue chamar a atenção masculina. Muitas pela delicadeza, beleza e simpatia, outras nem tanto por isso.

Penso que o mais bonito, o passo inicial, é ser mulher. Elas não são treinadas, não fazem qualquer forma de curso, não há uma cartilha, mas simplesmente conseguem ter um charme, um elemento que toca o homem de uma forma que não compreendemos. O olhar feminino, a voz, o balançar dos cabelos, o perfume, o sorriso, o jeito como andam, como mudam a bolsa de ombro, como procuram durante quase 2 minutos o celular nela, a maneira como se queixam de coisas que nós, homens, rimos.

Poderia tecer uma lista infinita de características femininas que conquistam o homem. Claro, sei que assim como nós, homens, conseguimos complicar situações simples e colocar a cabeça de qualquer mulher em parafuso em poucos minutos sem nem mesmo percebermos isso, há uma contra-partida feminina.

Quando converso com uma mulher, fico até com medo de certas idéias e conceitos que posso abordar, principalmente se você tiver algum tipo de envolvimento sentimental com ela.

Mulheres, acreditem, muitas das coisas que fazemos e que as tiram do sério não são propositais. Alguns elementos que fazem parte de suas personalidades são obscuros para nós, em especial quando estão passando por momentos de instabilidade emocional-química, e em muitas das vezes, quando nos esforçamos, terminamos piorando as coisas.

Uma vez estava assistindo TV, quando fui abordado por minha mãe, ela queria contar um evento que envolvia uma pessoa conhecida. Ouvi, e quando terminou o relato eu disse "legal" e continuei a assistir televisão. Bem, isso foi o estopim para ouvir uma longa e sonora queixa que não a escuto, que não comento as coisas que ela diz, que sou frio, e como diria a quem tenho grande respeito pela obra, o Luis Fernando Veríssimo, eu seria "um jumento insensível".

Mas mesmo com essas surpresas emocionais que as mulheres nos pregam quase todos os dias, mesmo tendo sido uma delas (dessa vez não é minha mãe) a responsável por boa parte das lágrimas que derramei, das noites de sono que perdi, dos anseios e medos que senti, do sentimento de estar sozinho que descobri, ainda sou categórico em afirmar: gosto muitos das mulheres, admiro-as, não canso de observar o jeito espontâneo e leve como prendem nossa atenção... e sinceramente, o mundo seria muito chato e monôtono sem vocês, mulheres!

Hélio Leal