MARKETING COOPERATIVO
O marketing de cooperação surgiu e está
florescendo devido ao simples fato de que os consumidores na verdade não
compram produtos ou serviços, mas sim soluções derivadas
de redes de produção/realização que, por sua
vez, são suportadas por sistemas de processo. Atos banais como usar
um cartão de crédito ou adquirir um carro são possíveis
porque um expressivo número de empresas esteve ou está organizada
em torno de estratégias coordenadas e redes sincronizadas para atingir
objetivos através de tarefas diferentes e complementares. A necessidade
cooperação entre as organizações que foi bastante
rara no passado de um mundo vercatilizado e crente na alta suficiência
e aos poucos passou a ser uma boa alternativa de ganho de eficácia
está se transformando quase que em uma obrigatoriedade. Fatos de
alta relevância como o ECR estão se espalhando por todas as
categorias e países.
O Efficient Consumer Response, como se sabe, foi um método de gestão
de adesão voluntária desenvolvido em conjunto pelos grandes
fabricantes funcionou muito bem, gradativamente foi sendo adotado por todos
os players do mercado de massa americano e agora vem sendo empregado largamente
em todo o mundo, inclusive no Brasil. A consolidação de diversas
tarefas e áreas de grandes fabricantes em torno do conceito de trade
marketing e de técnicas como o gerenciamento de categorias são
outros sinais inequivocos da expansão do marketing de cooperação,
pois o varejo passa a ser considerado mais um aliado que um inimigo e até
os principais concorrentes de uma categoria concordam em dividir
de modo lógico e racional as disputadas gôndolas dos pontos-de-venda.
Essa aproximação e colaboração, que poderia
ser interpretada como um relaxamento nos processos competitivos, na verdade
deriva de uma situação oposta, ou seja, na exacerbação
da competição. Competição de alto espectro
e especialização - o fenômeno de evolução
dos mecanismos competitivos pode ser comparado a um paradoxal remédio
que ao mesmo tempo tivesse alto espectro ( ou seja, funcionasse com muitas
doenças) e elevada especialização( quer dizer, agisse
muito bem sobre determinado sintoma). Porque é preciso competir
mais, a riqueza das caracteristicas de cada produto ou serviço precisa
ser maior e seus custos, menores. O consumidor, que somos todos e cada
um de nós, espera cada vez ter mais por menos. Mais qualidade, conveniência,
beleza e outros atributos por menos dinheiro, em menos tempo, com poucas
ou nenhuma dificuldade. Uma combinação que no passado
chegou a ser considerada impossível até que, justamente,
algumas organizações de vanguarda passaram a juntar forças
para "entregar"um produto/serviço mais competitivo ao mercado, suportado
por um ganho de rentabilidade fundamentado na eficácia operacional.
Com isso, era possível maiores resultados tanto no ataque como na
defesa dos mercados. Porque todos estão disputando com todos a cada
momento e não apenas dentor dos limites das categorias e dos momentos
de turnover do mercado é que os conceitos de cooperação
ficaram mais relevantes. Pode-se cooperar com organizações
não-concorrentes para melhorar mutuamente o que cada uma realiza.
Pode-se, de forma ainda mais evidente, cooperar com a cadeia anterior dos
insumos e bens de produção e posterior dos mecanismos de
distribuição e serviço. Mas também se pode
trabalhar em conjunto com concorrentes quando as situações
de mercado são adversas ou quando as tarefas acabam sendo maiores
que a capacidade de cada player de um setor.