Texto retirado do site do GAPA/MG
Informações sobre preservativos:
1. A eficácia da Camisinha
como estratégia de prevenção
Vem causando, nos últimos meses, uma grande polêmica a
discussão sobre
resolutividade do preservativo enquanto método de prevenção à
AIDS devido a
porosidade do material com o qual é confeccionado - o látex.
Grande parte das
discussões na imprensa tiveram como base de argumentação
evidências científicas,
muitas vezes irrefutáveis, porém contaminadas por leituras
emocionadas e/ou
moralizantes de resultados de pesquisas de renomados cientistas
do mundo
inteiro, produzindo a publicação de meias verdades. Pesquisas
indicam que o
látex possui microporos em função de seu processo de
manufatura que variam de
acordo com o produto fabricado, podendo chegar até a 5,0
mícrons, no caso de
preservativos. A preocupação gerada pela presença dos poros no
preservativo
dá-se quando se tem em vista a dimensão do HIV, que é da ordem
de 0,1 mícron, o
que fez com que a camisinha fosse comparada, por muitos, de forma
ingênua e
equivocada, a uma peneira onde o HIV poderia ultrapassar, sem
obstáculos,
transmitindo AIDS para todos os que inocentemente acreditaram
nela como barreira
de proteção. Cabem aqui algumas explicações sobre o mecanismo
de infecção pelo
HIV que são de fundamental importância para se entender porque
o preservativo de
borracha sempre foi e continua a ser uma barreira eficaz contra o
vírus da AIDS.
Em primeiro lugar, é importante saber que o HIV possui baixo
poder de
transmissibilidade quando livre na corrente sangüínea, na
medida em que
necessita estar associado a uma célula para que seu material
infectante possa
ser transferido para dentro do organismo do indivíduo. Essa
associação do HIV
com a célula do sistema de defesa do ser humano faz com que sua
dimensão
ultrapasse milhões de vezes o tamanho do poro presente na
camisinha, tornando
impossível a passagem da célula infectada pela barreira de
borracha. A baixa
transmissibilidade do vírus livre se deve ao fato de que ele
possui alta
seletividade com relação ao seu "alvo de ataque",
necessitando encontrar
receptores celulares capazes de receberem o seu material
infectante, receptores
que não estão presentes em todas as células do corpo humano,
principalmente em
mucosas íntegras. Além disso, o HIV livre é caracterizado por
sua
vulnerabilidade frente às defesas naturais do organismo, podendo
ser inativado
quando envolto por substâncias produzidas pelo sistema
imunológico, como o muco.
Outras especificidades do HIV poderiam ser apontadas demonstrando
o quanto ele é
frágil tendo em vista o que se pode fazer para se proteger no
caso da prática de
sexo mais seguro, em particular, no uso de preservativos. Por sua
vez,
argumentos sobre a ineficácia da camisinha, que têm como base
de sustentação a
possibilidade de seu rompimento, são, no mínimo,
questionáveis. Várias pesquisas
já foram realizadas e concluíram sobre a validade do
preservativo como forma
eficaz de prevenção, mostrando que o uso correto da camisinha
reduz
substancialmente o risco de seu rompimento ou deslizamento
durante o ato sexual.
Em tempos de AIDS é importante reconhecer o risco como
possível, avaliar e
eleger as alternativas de proteção disponíveis colocando-as em
prática. No caso
de dúvidas e questionamentos, converse sobre o assunto com
pessoas de sua
confiança, refletindo sobre as fontes de informações que teve
acesso e suas
motivações, lembrando que promoção à saúde nem sempre pode
ser conjugada
amigavelmente com posições religiosas ou princípios morais e
VIVA com segurança
e prazer.
2. O preservativo feminino
O preservativo feminino - chamado Femidom - deve chegar à
América Latina no
segundo semestre de 1997. A demora da comercialização se deve
ao alto preço do
produto: US$ 1,50 cada unidade, enquanto uma caixa com três
preservativos custa,
em média, cerca de US$ 2,50 no mercado brasileiro. O Femidom é
uma espécie de
saquinho, confeccionado com um látex mais resistente do que o
usado nas
camisinhas, com um anel de borracha em cada uma das extremidades.
Com uma das
mãos, a mulher o introduz na vagina - da mesma maneira como faz
com um
absorvente interno - deixando o maior anel do lado de fora. O
anel interno deve
ser acomodado no final da vagina. De acordo com o manual de
instruções, a mulher
sente quando o preservativo está bem colocado. O ato sexual se
passa normalmente
e o parceiro ejacula dentro do saquinho, que depois é retirado
ao se puxar o
anel externo.
3. Tamanho padrão dos preservativos no Mercosul
Os negociadores técnicos do Mercado Comum do Sul - Mercosul -
fixaram as medidas
da resolução 36/96, denominada Requisitos Especiais para o
preservativo
masculino de látex, após numerosos testes sobre capacidade
volumétrica e de
resistência. Foram estabelecidas medidas mínimas de 16 cm de
comprimento e 4,4
cm de largura para as camisinhas que circulem no Bloco dos
países do sul. As
provas sobre pressão de arrebentação das camisinhas permitiu o
estabelecimento
de uma espessura mínima não inferior a 0,045 mm.
4 O preservativo para adolescentes
A Blowtex está lançando no mercado brasileiro a primeira
camisinha destinada a
adolescentes. A Blowtex Teens tem medidas especiais para se
ajustar melhor ao
corpo do adolescente, evitando problemas no ato da colocação da
camisinha ou no
desenrolar da transa. A principal diferença é o comprimento: o
novo modelo tem
16 cm, dois a menos que o tradicional. A largura diminui apenas
1mm e passa a
ter 5,1 cm. Como os preservativos convencionais, a Blowtex
Teens é apresentada
em embalagem com três unidades e vem acompanhada de uma bula
explicando em
linguagem tipicamente adolescente como deve ser usada
corretamente para que não
ocorram deslizamentos e/ou rompimentos.
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