ANÁLISE
DA CONDUTA DE PROFESSORES DIANTE DE
CRIANÇAS
PORTADORAS DE DISFLUÊNCIA NORMAL
Bittencourt,C.N.;Chiacchio,J.D.;Marcheri,K.;Peres,H.V.; Mendes,L.C.S..
Algumas crianças durante a fase de aquisição de fala e linguagem, podem apresentar períodos de disfluência, os quais são freqüentemente avaliados e rotulados pelas pessoas que convivem com esta, como gagueira.
A rotulação pode vir acompanhada de condutas inadequadas que, muitas vezes, geram na criança preocupações e ansiedade, pois evidenciam sua incapacidade de se comunicar como os pais desejam, e favorecem a ocorrência de tensão e a possibilidade de maior incidência da disfluência, visto que no processo comunicativo são estabelecidas trocas afetivas entre a criança e os pais.
Nesta fase a criança inicia a escolaridade, o que lhe proporciona o desenvolvimento da aprendizagem, socialização e uma maior independência. Dessa forma, o professor tem grande importância neste processo, portanto suas condutas diante da criança são fundamentais para o pleno desenvolvimento desta.
Face a importância no processo de estabelecimento social e de aprendizagem, foram aplicados questionários individuais, contendo perguntas abertas, com o objetivo de se pesquisar os dados quanto à conduta dos professores da pré-escola estadual e particular, frente à crianças que apresentam disfluência na fala.
CONCLUSÃO
De acordo com os dados obtidos, observou-se que:
- Dos 85 professores que participaram da pesquisa, 43 já tiveram contato com crianças que apresentavam disfluência; dos quais 23 receberam orientações específicas. Sendo que:
F 16 professores receberam orientações de fonoaudiólogos,
F 7 professores receberam orientações de psicólogos,
F 24 professores não receberam nenhuma informação específica.
- Dentre as condutas observadas, caracterizou-se que:
F 20 professores apresentavam condutas inadequadas frente à criança com disfluência,
F 23 professores apresentavam condutas adequadas frente à criança com disfluência.
- Os sintomas mais observados pelos professores durante a disfluência da criança foram:
F Repetições (16 professores),
F Prolongamentos (10 professores),
F Bloqueios (2 professores).
- As disfluências foram notadas por 27 professores em situações de nervosismo, preocupação e ansiedade.
Diante destes dados, pode-se concluir que os professores que receberam orientações específicas apresentaram condutas adequadas frente à criança disfluente, enfatizando assim a importância da atuação do fonoaudiólogo em escolas a fim de se estabelecer um trabalho integrado com o professor, visto que a conduta deste é fundamental para o processo de estabelecimento social e de aprendizagem da criança.