ECOLOGIA DOS TUBARÕES
HABITAT
ALIMENTAÇÃO
O CORPO DO TUBARÃO
CAUDA E NADADEIRAS
DENTES E ESCAMAS
BRÂNQUIAS
SISTEMA MUSCULAR
APARELHO DIGESTÓRIO
APARELHO RESPIRATÓRIO
APARELHO EXCRETOR
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
SISTEMA NERVOSO
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
AMPOLAS DE LORENZINI
REPRODUÇÃO
APARELHO REPRODUTOR
Ecologia dos Tubarões
O tubarão é um peixe carnívoro, e um
dos animais mais temíveis do mar. Vivem dispersos pelos diversos
oceanos do mundo, embora sejam mais comuns em mares quentes.
Os tubarões variam acentuadamente quanto
ao tamanho e hábitos de vida. O tubarão baleia, o maior tipo de
tubarão - e o maior de todos os peixes- , pode alcançar 20
metros de comprimento. Os menores tubarões podem medir somente
10 cm de comprimento e pesar menos de 30g.
Habitat
Certas espécies de tubarões vivem nas
profundezas oceânicas, mas outras são encontradas nas
proximidades da superfície marinha. Algumas espécies habitam as
águas costeiras, enquanto outras vivem no mar bem longe das
praias. Raras espécies podem viver na água doce.
Alimentação
Todos os tubarões são carnívoros. A
maioria deles come peixes vivos, inclusive outros tubarões.
Os tubarões devoram as presas por
inteiro, ou então, arrancam grandes pedaços de sua carne. Se
alimentam tembém de animais mortos.
Os tubarões têm fama de devorarem seres
humanos, mas é inferior a 10 o número de pessoas atacadas por
tubarões por ano em todo o mundo. Sabe-se que cerca de 25
espécies de tubarões atacam os seres humanos.
O corpo do Tubarão
Os tubarões diferem, sob vários aspectos, da
maioria dos demais peixes. Seu esqueleto é formado por uma
substância elástica resistente, chamada cartilagem. A maioria
das espécies apresenta corpo cilíndrico, cuja forma lembra a de
um torpedo. Essa conformação aerodinâmica facilita a
natação. Tubarões como o cação-anjo e algumas espécies que
vivem perto do fundo oceânico, têm corpo achatato, semelhante
ao das raias jamantas.
A forma do animal é mais um exemplo da magnífica
economia desses eficientes animais. A maior parte deles se
parecem, embora haja certas diferenças nas várias famílias mas
que não afetam o essencial. Eles desenvolveram bem as barbatanas
do peito situadas ao lado do corpo, atrás das guelras e também
na cabeça. No dorso, eles exibem a sua maior "marca
registrada" que é a alta barbatana triangular.
Sua pele está coberta de dentículos duros
chamados dentículos dérmicos. Essencialmente, toda a parte
externa dos tubarões está coberta de dentes. Até mesmo suas
escamas são pequeninos dentes, e são chamadas de escamas
placóides, tornando sua pele muito áspera.
Cauda e
nadadeiras
Os tubarões podem nadar com grande velocidade
quando excitados. Os cientistas registraram a velocidade de um
cação-azul que nadava 69km/h. A maioria dos tubarões são
dotados de cauda em forma de foice ou crescente (heterocerca), o
que lhes facilita nadar. A parte superior da cauda é mais
comprida que a parte inferior. Nadadeiras peitorais (laterais)
rígidas ajudam a erguer e equilibrar a parte dianteira do corpo.
A mairia dos peixes possui bexiga natatória,
órgão que permite aos peixes manter-se a certa profundidade sem
afundar. Os tubarões, contudo, são desprovidos desse órgão;
no entanto, possuem um fígado volumoso- chega a ser responsável
por 25% do seu peso- cheio de óleo. Esse óleo é mais leve que
a água e ajuda a evitar que o tubarão afunde. Mesmo assim a
maioria das espécies de tubarões precisa nadar constantemente
desde o nascimento, pois ao contrário, afundam.
Dentes e escamas
A boca do tubarão está situada na parte inferior
da cabeça em todas as espécies, excetuando-se o tubarão
baleia, que possui a boca localizada na frente.
Alguns tubarões
possuem dentes cortantes, parecidos com dentes trituradores,
semelhantes a molares. Outros, têm dentes como navalhas; outros,
enfim, possuem dentes pontudos.
Os tubarões possuem várias fieliras de dentes
velhos que se desgastam com a alimentação. Estes dentes estão
constantemente caindo, crescendo um novo em substituição.
Brânquias
Os tubarões retiram o oxigênio da água através
das brânquias, como fazem os outros peixes. No entanto, os
tubarões não possuem cobertura, placa óssea que protege as
brânquias na maioria dos peixes. Em vez disso, os tubarões
apresentam cinco pares de fendas na pele. A água é eliminada
através dessas fendas, depois, as brânquias do tubarão extraem
o oxigênio. A maioria dos tubarões não pode bombear a água
para as brânquias, como fazem todos os outros peixes. Os
tubarões dependem de sua natação constante para forçar a
entrada de água através da boca e das brânquias.
Sistema Muscular
Os músculos do tronco e da cauda tem caráter
segmentar e servem para produzir as ondulações laterais.
Músculos muito mais especializados movem as
nadadeiras pares, a região branquial e estruturas da cabeça.
Aparelho digestório
A boca é marginada com fileiras transversais de
dentes pontiagudos que são freqüentemente substituídos, a
língua achatada adere ao assoalho da boca. Nos lados da faringe
há aberturas que vão ter as fendas branquiais separadas e aos
espiráculos. O esôfago curto conduz ao estômago em forma de J,
que termina em um esfíncter, músculo circular, a válvula
pilórica. O intestino seguro e une-se diretamente à cloaca e ao
ânus. No intestino há um septo disposto em espiras, a válvula
espiral, coberto com uma membrana mucosa, que retarda a passagem
do alimento e oferece maior área para absorção.
O grande fígado com dois lobos prende-se na
extremidade anterior da cavidade do corpo. A bílis do fígado é
coletada na vesícula biliar para a parte interior do intestino.
O pâncreas situa-se entre o estômago e o intestino, uma
glândula retal prende-se dorsalmente na união do intestino com
a cloaca.
Aparelho respiratório
Abrindo e fechando a boca, o tubarão aspira a
água para dentro e força-a para fora através das fendas
branquiais e dos espiráculos. Os filamentos das brânquias
contém capilares que recebem o sangue da aorta ventral, elimina
gás carbônico e absorve oxigênio dissolvido na água e depois
continua pela aorta dorsal.
Aparelho excretor
Os dois rins situam-se acima do celoma em cada
lado da aorta dorsal. A urina de cada um é coletada por uma
série de túbulos segmentares que se reúnem no uréter que se
dirigem para trás, desembocam através de uma papila urogenital
única, situada dorsalmente na cloaca. Uma delgada glândula
retal prende-se dorsalmente na união do intestino com a cloaca.
Ela ajuda os rins removendo o excesso de sais do sangue.
Glândulas endócrinas
A hipófise apresenta 4 subdivisões. A tireóide
é compacta, mergulhada na língua ou na faringe e as ilhotas de
Langerhans estão dentro do pâncreas.
A s
adrenais são mediais na região do rim enquanto as supra-renais,
que produzem adrenalina, são segmentadas.
Sistema nervoso
Das duas bolsas olfativas no focinho, os grandes
tratos olfativos presos aos hemisférios cerebrais, que por sua
vez estão ligados ao diencéfalo. Dorsalmente o diencéfalo
apresenta um pedúnculo pineal e o corpo pineal e ventralmente, o
infundíbulo ao qual se prende a hipófise.
Dois lobos ópticos situam-se dorsalmente no
mielencéfalo compreendendo o rombencéfalo. Dez pares de nervos
cranianos servem a estruturas principalmente da cabeça. A medula
é protegida pelos arcos neurais das vértebras.
O sistema nervoso simpático compreende uma série
de gânglios, aproximadamente segmentar, sobre as veias pós
cardinais.
Órgãos dos sentidos
Os tubarões têm sentidos aguçados que utilizam
para caçar. Particularmente bem desenvolvido é o sentido do
olfato. Até 2/3 do cérebro do tubarão podem estar em conexão
com este sentido. Os tubarões podem perceber certos cheiros,
como o do sangue, a distâncias de quase 500 metros.
Os tubarões têm, ainda, excelente audição.
Podem ouvir a luta de um peixe, ou um ruído de um nadador humano
a distâncias consideráveis, cerca de 900m.
Pensava-se antigamente que os tubarões tinham
visão precária. Eles não conseguem ver pequenos detalhes, mas
os olhos lhes servem para vislumbrar e, conseqüentemente, atacar
as presas. Em águas claras e límpidas, o tubarão pode
facilmente identificar um objeto em movimento que diste
aproximadamente 15m dele.
Como outros peixes, os tubarões têm um órgão
sensível, o sistema da linha lateral, que serve para detectar
vibrações na água. Esse sistema de canais, cheios de
líquidos, percorre longitudinalmente os lados do corpo do
animal, permitindo-lhe perceber vibrações a cerca de 30m.
Ampolas de Lorenzini
As ampolas de Lorenzini, estão localizadas na
cabeça do tubarão; são pequenas aberturas que permitem ao
tubarão perceber as vibrações no meio. As ampolas de Lorenzini
sentem um campo elétrico até 20.000 vezes menores que 1 volt,
equivalente à batida do coração de um peixe.
Além de possuir o sistema de linhas laterais como
os outros peixes, os tubarões têm ainda um sentido extra:
conseguem perceber o campo elétrico de seres vivos. Os animais,
inclusive os homens, emitem um campo elétrico produzido pelo
próprio organismo. Como os tubarões têm receptores de
eletricidade, descobrem, por exemplo, se um peixe está escondido
sob a areia.
Reprodução
A reprodução dos tubarões é realizada
por fecundação interna. Os machos freqüentemente são
agressivos e alguns tubarões induzem as fêmeas a acasalar-se
mordendo-as ou, em espécies menores, agarrando-as com as
mandíbulas. A cópula freqüentemente é cíclica, durante curto
período, e as fêmeas geralmente têm filhotes apenas em anos
alternados . Muitos tubarões depositam seus ovos ou filhotes em
áreas especiais para criação (onde os adultos não se
alimentam).
Os tubarões produzem filhotes da mesma
forma que todos os mamíferos, e cada um deles ao nascer no mar,
é uma miniatura perfeita de sua mãe. De um modo geral, eles
são ovíparos, mas há alguns que se aprofundaram mais ainda no
caminho da evolução seguindo pelos mamíferos. São os
tubarões vivíparos.
Algumas espécies, principalmente o
tubarão baleia, são ovíparas, ao passo que as espécies
carnívoras produzem filhotes vivos.
Em conseqüência disso o índice de
sobrevivência dos filhotes de tubarões é muito mais alto que
dos outros peixes vertebrados. Cada filhote deles já nasce
predador e completamente formado e eficiente como os pais.
Uma particularidade notável sobre o
nascimento dos tubarões é que os filhotes devem se virar no
canal do ovário antes de nascerem. Isto é essencial porque a
pele deles já está coberta de dentículos duros que chegam a
arranhar.
Salvo quanto ao tamanho, o corpo do
tubarão recém-nascido assemelha-se em tudo ao do animal adulto.
O número e filhotes de cada ninhada é
menor que na maioria dos outros peixes. Certas espécies dão
nascimento a 60 ou mais crias em uma ninhada, mas na maioria tem
muito menos filhotes. Os genitores não cuidam dos filhotes,
podendo, mesmo, devorá-los.
Os óvulos da fêmea, ao contrário do
que se sucede na maioria dos peixes, são fecundados dentro do
seu corpo. O tubarão macho possui dois órgãos, conhecidos como
clásper, que introduzem os espermatozóides no corpo da fêmea,
onde fertilizam os óvulos, ou seja, na cópula, o macho usa o
seu "pênis" muito longo para introduzi-lo na vagina, e
nisso, mais uma vez eles se parecem mais com os animais
superiores do que com os peixes. Na maioria das espécies de
tubarões, os ovos são incubados e eclodem dentro do corpo da
fêmea, nascendo por conseguinte, filhotes vivos. Algumas poucas
espécies põem ovos na água.
Aparelho Reprodutor
Os sexos são separados.
No macho, os espermatozóides
desenvolvem-se em dois testículos, de cada testículo partem
alguns ductos eferentes que vão a um ducto deferente que também
transporta urina. O ducto abre-se no seio urogenital. Na cópula,
os clásperes são colocados juntos um do outro e os dois
órgãos são inseridos na cloaca da fêmea. O líquido seminal
escorre pelo canal formado pelos sulcos adjacentes dos
clásperes.
A fêmea apresenta dois grandes ovários
(às vezes fundidos) sustentados por fortes membranas. Dois
ovidutos estendem-se ao longo da cavidade do corpo; suas
extremidades anteriores unem-se em um único e grande funil
através do qual os óvulos penetram no oviduto.
Os ovidutos abrem-se separadamente na
cloaca.
-
Texto de Aline Lirian Fidelis Simões, estudante de
Ciências Biológicas da Universidade Camilo Castelo Branco, website ABC
do Tubarão .
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