O Caso Móveis Naschon Ltda.
O sr. Albano, juntamente com seus dois irmãos, "tocam" uma pequena fábrica de móveis de alto luxo por encomenda (isto é, a produção não é seriada, mas para cada cliente há um projeto específico que é realizado pelos marceneiros). A fábrica possui quarenta funcionários, entre marceneiros, ajudantes, instaladores, motoristas, um almoxarife, um contador, e um chefe de marcenaria.
Albano, pessoalmente, é responsável pelas vendas, que incluem projetar o móvel junto ao cliente, e escrever uma proposta, onde consta o preço, as formas de pagamento, e o prazo de instalação; também cuida do relacionamento com os bancos (aplicação/captação de dinheiro) e da compra das principais matérias-primas, como madeira e fórmica.
Uma vez tendo vendido, Albano passa o esboço do projeto, com as medidas, para seu irmão Reinaldo, que detalha o projeto e faz a "explosão", isto é, divide o móvel nas suas principais peças a serem produzidas (uma espécie de PCP). Passa então para o chefe da marcenaria, que distribui o serviço entre os marceneiros. Quando o móvel está pronto, é transportado até o cliente e, em geral, é montado no local pelos instaladores. O terceiro irmão, Henrique, supervisiona a instalação no cliente.
Ultimamente, Albano tem-se queixado de que as coisas não vão muito bem. Ele trabalha demais, e o dinheiro não está entrando. Os atrasos de produção, o desperdício de material, e o preço da madeira, tornaram o custo do móvel muito alto, afastando os clientes e os lucros.
Os projetos estão "embananados" dentro da fábrica, de maneira que os prazos combinados com os clientes não estão sendo cumpridos: depois que entram em produção, os projetos demoram "o quanto tem que demorar", e deles não mais se tem notícia - o sr. Albano, pressionado pelos clientes, cobra: "o projeto do dr. fulano, como é? devia estar instalado há quinze dias!", o que é motivo de constante atrito na fábrica, mas não resolve o problema dos prazos. Albano fica sem saber se pode "pegar" mais projetos ou não, pois não tem idéia de quando cada coisa vai ficar pronta. O chefe da marcenaria, sabedor da dificuldade de se encontrar profissionais capacitados para seu cargo, mostra sinais de indisciplina: a cada reclamação dos proprietários sobre material estragado, atraso de produção, ou outra coisa qualquer, ameaça demitir-se - o que, sabe, tornaria a produção em andamento um caos até sua substituição. Os marceneiros trabalham a peça da maneira que julgam mais adequada, conforme suas características pessoais; além disso, cada um requisita seu material, de maneira a haver três ou quatro latas de cola abertas na mesma seção, por exemplo.
Estafado, Albano decide contratar um consultor para ajudá-lo com os problemas da Naschon.
1. Qual o principal problema da Naschon? (concentre-se no que é importante).
2. Como Taylor e Fayol podem ajudar?
3. O que deve ser feito na Naschon? (faça um plano de ação, explicando o que deve ser feito e como deve ser feito, lembrando que o seu cliente, que deve entender a solução, é um marceneiro e não um MBA).
@ 1992 Prof. Marcos Amatucci. Pode-se utilizá-lo para fins didáticos, sempre citando a fonte.