Visita de Estudo

ao

Núcleo Museológico A Cidade do Açúcar

e

Museu de Arte Sacra

 

22 de Maio de 2001

 

RELATÓRIO

 

1. Introdução

 

Esta visita de estudo, realizada por todas as turmas do 5.º e do 8.º ano, dentro das actividades da disciplina de História e História e Geografia de Portugal, estava prevista e integrada no Projecto Um Olhar pela Ponta do Sol.  Teve principalmente estes dois objectivos:

 

-         permitir a observação directa de objectos e vestígios históricos relacionados com uma personalidade histórica do nosso Concelho – João Esmeraldo – e com as actividades económicas desenvolvidas na sua época na área da Ponta do Sol;

 

-         conhecer, apreciar e valorizar obras do Património Artístico do nosso Concelho que estão hoje no Museu de arte Sacra.

 

Como os Museus que íamos visitar se situam no Funchal, tivemos de nos deslocar até lá. Saímos da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol às 9h 30m. Deslocámo-nos na carrinha da Câmara Municipal.

        

 

2. Núcleo Museológico A Cidade do Açúcar

 

No Funchal, fomos primeiro ao Núcleo Museológico A Cidade do Açúcar, que fica na Praça de Colombo.

         O lugar onde se instalou este Núcleo Museológico era o espaço onde ficava a casa de João Esmeraldo[1], um flamengo ligado ao comércio do açúcar que se instalou na Madeira ainda no séc. XV.

No séc. XIX demoliram a casa; dela só restou uma fotografia e parte do poço. Já no séc. XX, no decurso de explorações arqueológicas realizadas no local, sob patrocínio da Câmara Municipal do Funchal, – antes da construção da Praça de Colombo -, foram encontradas cerâmicas: restos de loiça, pratos, tinteiros, cinzeiros, e outros que estão expostos no Museu; também encontraram bilhas estragadas (partidas) que reconstruíram, colando as peças e dando umas “pinturazinhas” (retoques com verniz para ter um brilho mais intenso) e assim se distinguem as partes “novas” que vimos num dos espaços da exposição. Também observámos, noutro compartimento, sementes, ossos e outros objectos encontrados nas escavações que nos dão informações sobre os modos de vida dos tempos passados.

         Seguidamente fomos ver o poço que era feito de pedra. Para terem a água puxavam a água por um balde preso a uma corda.

         A seguir fomos ver coisas sobre a evolução do comércio e da produção do açúcar.

         Nos séculos XV e XVI fazia-se muito comércio com o açúcar madeirense que era exportado para toda a Europa, o que permitiu a aquisição de obras de arte religiosa, muito valiosas, parte das quais estão hoje no Museu de Arte Sacra.

         Para produzir o açúcar utilizavam vários instrumentos, depois deitavam-no em formas e deixavam secar pelo menos em 30 dias. Depois de pronto retiravam-no da forma e ficava        um pão-de-açúcar.

         Só as pessoas mais ricas podiam comer doces (pão-de-açúcar, açúcar ou  alfenins que eram uns doces especiais).

         O Funchal teve três brasões diferentes que mostram a evolução económica da própria cidade.

         Quando íamos a sair, a funcionária deu-nos uns documentos com informações sobre João Esmeraldo.

        

 

         3. Museu de Arte Sacra

 

Dirigimo-nos ao Museu de Arte Sacra que fica na Rua do Bispo.

         Lá pudemos observar muitos objectos de arte relacionados com a Religião Cristã.

         Vimos pinturas, riquíssimas roupas de padres e bispos (paramentos),  que eram cosidas com fios de ouro; os chapéus tinham pedras preciosas como diamantes, rubis, safiras e esmeraldas. Vimos também uma carpete muito antiga.

         De seguida entrámos noutro compartimento onde observámos um tríptico – painel formado por três quadros, um central e dois laterais e que se abria apenas nos dias de grande cerimónia. Aquele que analisámos é o tríptico de Nossa Senhora Del Populo que pertence à Igreja Matriz da Ponta do Sol. O quadro do centro representa Nossa Senhora Del Populo, o da esquerda, Santa Bárbara, e o da direita, Santa Catarina.

         Observámos ainda dois quadros de pintura flamenga da Igreja da Madalena do Mar:

 

-         o de Santa Maria Madalena, é muito bonito;  foi a imagem escolhida para o cartaz de promoção de uma exposição internacional  de pintura flamenga que ocorreu na Bélgica há três anos, o que revela a sua qualidade e beleza;

 

-         o quadro de S. Joaquim e Sant’Ana (pais de Nossa Senhora), e que a tradição diz representar Henrique Alemão e sua Esposa; aliás, este quadro contribui para aumentar o mistério acerca da personagem lendária deste Henrique Alemão, que terá sido, afinal, o rei Ladislau III da Polónia...

 

 

4. Conclusão

 

As vistas foram agradáveis e proveitosas porque ficámos a saber um pouco mais sobre a nossa terra e sobre alguns  valores que pertencem às Igrejas do nosso Concelho.

 

 

Ponta do Sol, 22 de Maio de 2001

 

Ana Isabel P. Afonso – 5.º A