Data:
29/02/2000
Professor:
Paulo Grupenmacher
Resposavel:
Cássio Sewo Mitsuhashi
Titulo:
Anatômia do Olho

Materia

Órbita: pirâmide de base anterior sendo as paredes internas paralelas e as paredes externas são inclinadas fazendo um ângulo; - Quando se perde o olho sua tendência é virar para fora. A velhice provoca relaxamento da musculatura e o olho vira para fora; - O eixo da órbita é divergente; - Ar pode entrar na órbita, porque o etmóide é muito fino. É muito comum processos patológicos no etmóide ( tumores, abcessos); - Tumores cerebrais da fossa posterior causam na sua maioria edema de papila; - “ Buraco” óptico no esfenóide no ápice da órbita. No trauma o osso pode lesionar o nervo óptico ( atrofia nervosa) e nos primeiros instantes do trauma não se percebe. Visão dupla pós-trauma = fratura do assoalho da órbita. O ápice da órbita é muito importante porque entram muitos elementos fundamentais ( artéria, nervo); - Síndrome da fenda esfenoidal; - São muito comuns traumas na parede lateral da órbita porque a parte medial é protegido pelo nariz.

As estruturas apresentadas em aula foram as seguintes: - córnea ( transparente); - câmara anterior ( na qual o humor aquoso é responsável pela dinâmica da pressão ocular); - pupila - íris - câmara posterior - corpo ciliar ( epitélio secretório responsável pela produção do humor aquoso, a qual possui músculo no seu interior); - retina cega; - pars plano ( não tem células fotoreagentes, lugar onde se faz a incisão em cirurgias endoculares aproximadamente 8 a 10 mm do limbo); - camada vítrea ( apresenta fibras); - retina ( estrutura neurosensória de 13 camadas que é nutrida pela coróide); - coróide ( responsável pela nutrição da retina, vascular, sendo mais delgada que a esclera); - esclera ou esclerótica ( branco opaco do olho, com função de sustentação); - nervo óptico ( formado pelas fibras da retina que tem seu trajeto passando pela lâmina crivosa); - úvea anterior ( corpo ciliar + íris); - úvea posterior ( coróide). O olho humano tem no seu sentido ântero-posterior o comprimento de aproximadamente 23mm, possuindo um sistema de acomodação, na qual quando fica relaxado possui uma forma ovalada, sendo que na contração possui uma forma mais alongada.


Data:
14/03/2000
Professor:
Paulo Grupenmacher
Resposavel:
Cássio Sewo Mitsuhashi
Titulo:
Palpebras e suas patologias

Materia

Função: proteção e lubrificação do olho, a pálpebra superior bate na inferior ( fixa) numa freqüência de 12 batimentos por minuto, garantindo a lubrificação do olho, espalhando a lágrima; se não ocorrer este processo, poderá acarretar em lacrimejamento e olho seco.

Anatomia da pálpebra no sentido ântero-posterior: - pele; - tecido celular subcutâneo ( frouxo), qualquer trauma pode provocar edema; - O músculo orbicular do olho é inervado pelo VII nervo craniano e sua lesão leva ao lacrimejamento e olho seco, sendo dividido em 3 camadas: ciliar, palpebral e orbicular ( insere-se no tecido celular subcutâneo); os tendões desse músculo têm sua origem nas cristas lacrimais anteriores e posteriores e entre esses tendões situa-se o saco lacrimal; - cartilagem esbranquiçada ( estrutura existente no tarso inferior e superior exercendo a função do esqueleto da pálpebra; - conjuntiva ( conjuntiva palpebral que se rebate no fundo de saco superior e inferior);

No sentido axial-caudal: - músculo elevador da pálpebra superior ( este músculo é inervado pelo III nervo craniano); - músculo tarsal ou de Miller ( constituído de fibras lisas que saem do músculo elevador da pálpebra superior, sendo inervado pelo nervo simpático cervical; - músculo reto superior ( inervado pelo III nervo craniano); Outras estruturas: - glândulas ciliares ( sebáceas); - cílios - glândulas tarsais ou de Meibomius ( glândulas tubulo-acinosas que se situam dentro do tarso e que são em número de 20 a 25 na pálpebra superior e 15 a 20 na pálbebra inferior).

Posições das pálpebras: A pálpebra normal têm de cobrir uma parte da córnea, não se vê o branco de olho em cima e a sua parte inferior tangência a pálpebra inferior. Quando é observado parte da esclera em cima da córnea devido a excitação simpática, tem-se um dado para o diagnóstico de hipertireoidismo ( exoftalmia).

Patologias de pálpebra 1.Ptose palpebral congênita: o tratamento é cirúrgico; 2.Retração palpebral superior: irritação simpática; 3.Entrópio: inversão da margem palpebral, os sintomas característicos são irritação ocular com olho vermelho, sensação de corpo estranho e lacrimejamento, a etiologia pode ser de causa senil, cicatricial ( trauma, queimaduras químicas), espástico ( trauma cirúrgico, irritação ocular) ou congênito. O tratamento cirúrgico geralmente é necessária para uma correção permanente.

4. Triquíase: cílios maldirecionados que fazem atrito com o olho, os sintomas são os mesmos do entrópio, pode ser devido a uma blefarite crônica, entrópio ou ser idiopático. O tratamento deve se direcionar para a retirada dos cílios desviados, com grande índice de recidivas.

5. Ectópio: eversão da margem palpebral, os sintomas característicos são de lacrimejamento, irritação do olho ou da pálpebra, podendo ser assintomático, sua etiologia pode ser congênita, paralítico ( VII nervo craniano), senil, cicatricial, mecânico ou alérgico. O tratamento cirúrgico geralmente é usual para uma correção definitiva.

6. Madarose: perda localizado dos cílios, além de serem mal-formados, juntamente com ausência de sombramcelha.

7. Blefarite: inflamação mais comum das pálpebras e está geralmente associado com conjuntivite; apresenta margens palpebrais com crostas, vermelhas e espessas, com vasos sangüíneos proeminentes, os sintomas são de prurido, ardência , dor leve, sensação de corpo estranho, lacrimejamento e crostas ao redor dos olhos ao acordar. O tratamento usual é não-cirúrgico, deve-se esfregar as margens palpebrais com shampoo Jonhson 2vezes/dia, compressas quentes se possível e pomada se sulfa com corticóide.

8. Ptirius pubis: piolhos e lêndias nos cílios, caracterizada pela falta de higiene e devem ser retirados uma por uma na lâmpada de fenda.

9. Ordéolo: inflamação das glândulas palpebrais, apresenta como alguns sintomas tumoração ou elevação localizada, edema, dor , sensibilidade e hiperemia da pálpebra. O tratamento depende do estágio da patologia, se tiver com abcesso formado com ponto amarelado deve-se utilizar compressa quente seca; se não existir o ponto amarelado pode-se fazer um anti-inflamatório associado a antibioticoterapia sem cortizona, não se esquecendo se fazer compressa e em casos de ordéolo de repetição, fazer a glicemia, pois é um sintoma muito comum da diabetes.

10. Calázio: inflamação da glândula tarsal , quando o processo ocorre agudamente denomina-se meibomite. Clinicamente apresenta-se na fase aguda sob a forma de uma tumoração vermelha dolorosa à palpação dentro da placa tarsal, pode-se resolver por completo ou evoluir para um nódulo firme. O tratamento se inicia conservadoramente com compressas quentes e antibióticos locais sempre tentando expremer para ver se não está drenando, se a resolução não ocorrer, o tratamento cirúrgico pode ser por incisão ou curetagem. 11. Etmoidite( abcessos de pálpebra) deve-se ter cuidados com as crianças, pois pode evoluir com meningite; o tratamento deve ser com antibiótico endovenoso.

12. Herpes simplex: a infecção do olho pelo herpes simplex pode ser resultado de uma infecção primária ou recorrente; se apresenta como vesículas claras em base eritematosa que em poucos dias se tornam pustulosas; pode-se manifestar como blefaroconjuntivite, na qual ocorre inflamação conjuntival visível sob a forma de hiperemia da conjuntiva bulbar, porém a doença corneana é mais usual.

13. Herpes zóster vírus : apresenta-se como rash cutâneo vesicular e agudo que segue o dermátomo do nervo trigêmio, que pode ser precedida de uma dor nevrálgica na mesma área. O comprometimento do nervo nasociliar muitas vezes se associa com complicações oculares do hérpes-zoster; quando acomete asa do nariz, muitas vezes já está instalada a uveíte e acaba levando a amaurose. Os estigmas finais da doença incluem atrofia dérmica associada levando a adelgaçamento e despigmentação da pele. Quando o vírus acomete o nervo oftálmico geralmente está associado a uma patologia ocular ( ceratite, conjuntivite, anestesia da córnea, neurite óptica uveíte, irite e glaucoma secundário). O tratamento sistêmico com acyclovir precocemente encurta a duração e extensão das erupções e reduz o comprometimento ocular.

14. Tumores de pálpebra: verruga quando assemelha-se com vulcão é neoplasia até que se prove o contrário. O carcinoma basocelular corresponde a 95% dos tumores de pálpebra, ocorrência entre 50 e 60 anos, sexo masculino, tem evolução bem mais lenta que os carcinomas espinocelulares ( - 5%) e apresenta bons resultados com irradiação e cirurgia combinados.

15. Hemangiomas: se apresentam no trajeto do nervo trigêmio, em crianças abaixo de 8 anos não deve-se mexer, pois vai melhorar com o tempo. Deve-se tratar primeiramente com esclerosante se o hemangioma for muito grande.


Data:
21/03/2000
Professor:
Paulo Grupenmacher
Resposavel:
Cássio Sewo Mitsuhashi
Titulo:
Córnea

Materia

Córnea: Elemento fundamental para formação da imagem na retina, chama-se de dioptro ( superfície curva que separa índices de refringência diferentes), a superfície anterior e posterior do cristalino também são dioptos que ajudam na formação da imagem na retina.

Funcão: Convergência dos raios luminosos, funciona como se fosse uma lente positiva ( convergente). A córnea tem 43 dioptrias e deve ser perfeitamente curva e íntegra para o raio luminoso chegue na mácula. Vascularização: A córnea é avascular, porém recebe sua nutrição através do limbo por difusão, humor aquoso e ar. Medidas: A córnea é mais convexa que a esclera; o raio de curvatura da córnea é de 8mm, sendo que o diâmetro do olho é de 2,4cm. Numa visão anterior, o diâmetro da córnea na horizontal é 12mm, importante no diagnóstico de glaucoma congênito ( diâmetro horizontal > 12mm antes de 1 ano de idade é suspeito).

Camadas da córnea: ( fora para dentro) 1.Epitélio poliestratificado pavimetoso: ( esta camada se regenera integralmente, por exemplo numa lesão por lentes de contato);

2. Camada basal ou membrana de Bowman: ( até esta camada vai se regenerar, a partir daqui vai cicatrizar); 3. Tecido próprio da córnea: ( sistema fibrinar bem organizado, corresponde a 80 a 85% da córnea, apresenta elementos celulares, os queratócitos, são as células próprias da córnea; a transparência da córnea acaba quando ocorre uma irregularidade, como por exemplo, um traumatismo); 4. Membrana de Descemet 5.Endotélio: ( parte mais importante da córnea, tendo como função principal, a manutenção da hidratação corneana apropriada).

Em cirurgias de catarata estão se utilizando de um “melado” para evitar o risco de lesão do endotélio ( que dificilmente se regenera). A córnea apresenta um mecanismo de defesa ( retração) que dificulta a perfuração do olho.

Patologias da córnea 1. Ceratocone: esta patologia se caracteriza pela mudança da forma da córnea, adquirindo uma forma de cone ( irregular), a sintomatologia se caracteriza por perda progressiva da visão com início na adolescência, ainda hidropsia ( edema da córnea) aguda podendo resultar em perda repentina da visão, com dor, fotofobia e lacrimejamento difuso. Esta patologia pode estar associada ao esfregar crônico dos olhos e ainda a síndrome de Down. O tratamento se faz com o uso de lentes de contato ( lentes rígidas) e para pessoas que não se adaptam a essas lentes ou na evolução da doença ( pode ocorrer astigmatismo irregular), o indicado é transplante de córnea. Os pontos do transplante de córnea devem ser retirados com 6 a 8 meses pela não vascularização da córnea. 2. Ceratites 2.1. superficial: ceratite causada por herpes simples é um exemplo clássico; 2.2. Intersticial: é conhecida como a ceratite do estroma ( pode ser causada comumente pela sífilis congênita, nesta ceratite como na profunda sempre se encontrará cicatriz e poderá se repercutir com perda de visão se a lesão for central ou periférico, não interferindo na visão. 2.3. profunda Etiopatogenia: -viral ( ceratite causada pelo herpes simples); -bacteriana ( evolução de 24 horas); -fúngica ( esta ceratite ocorre nos traumas oculares com madeira, é de difícil tratamento e pode evoluir facilmente para úlcera de córnea ( perda de substância), pode chegar a fazer perfuração, fazendo infecção intraocular grave( endoftalmite), têm evolução de 90 dias .

Sintomatologia: Fotofobia e por reflexo ( lacrimejamento), discreta baixa da visão e hiperemia em volta da córnea ( reação ciliar- vermelho em coroa);

3. Degenerações corneanas 3.1. não-infecciosa 3.2. degenerativa: 3.2.1. degeneração do endotélio 3.2.2. degeneração do epitélio Em aula foi citado um exemplo de uma paciente feminina, 30 anos, há 4 anos realizou mastectomia direita e apresentava como queixa atual, visão turva. Ca de mama dá metástase para coróide, no fundo de olho ( drusas), microscopia apresentou lesão degenerativa do epitélio corneano ( aparece como dispersões- impressão digital). Apresentou uma degeneração em faixa com visão normal. O diferencial para úlcera de córnea ( fundo de saco não está hiperemiado) X conjuntivite ( fundo de saco está hiperemiado.


Data:
28/03/2000
Professor:
Francisco Grupenmacher
Resposavel:
Cássio Sewo Mitsuhashi
Titulo:
Transplante de Córnea

Materia

Transplante de córnea: Substituição de um tecido corneano ruim por um tecido corneano bom; a córnea é viável nas 6 primeiras horas pois o endotélio que é nutrido pelo humor aquoso, a partir deste momento, têm suas células inviáveis, pois suas células morrem e não conseguem nutrir o olho ( córnea). - Deve haver: - preparação do banco de olhos ( lista é única); - meio de preservação da córnea: - M.K. ( 24 a 48 hs); - Dexsol r - K solr - optisol r – 7 a 10 dias; - Criopreservação - várias semanas. - A doação de órgãos está ligado as Legislações Federal, Estadual e Municipal; - Existem algumas contra- indicações absolutas para o transplante de córnea: 1. morte por causa desconhecida; 2. morte por doença etiológica desconhecida; 3. doença de Creutzfeld – Jacob ( virose do SNC ); 4. raiva; 5. septicemia; 6. HIV, hepatite. - Por doenças oculares intrínsicas: 1. retinoblastoma; 2. conjuntivite; 3. irite-glaucoma; 4. doença corneana; ceratocone, pterígio 5. tumor maligno de segmento anterior. - Outras: 1. leucemias de células blásticas; 2. doença de Hodking. - Contra- indicações relativas do transplante de córnea: 1. anormalidade ocular cirurgicamente induzido; 2. diabetes 3. leucemia linfocítica crônica 4. hepatite ( 30% das córneas são recusadas pela hepatite C em Curitiba); 5. esclerose múltipla; 6. sífilis; 7. grupo de risco para sífilis. - Retirada de córnea doadora pode ser de 2 tipos: 1. todo globo ocular ( avalia melhor a córnea, deve ser feito em ambiente esterelizado); 2. apenas calota, córnea/ esclera ( deve ser colocado em meio de preservação); - A cirurgia de transplante de córnea é na verdade uma substituição de uma parte do tecido corneano; ao contrário do que se pensa, apresenta rejeição de até 20% por neo-vascularização em tecido avascular com baixíssimos índices de morte. - Tipos de transplante: 1. penetrante ( de epitélio a endotélio); 2. lamelar ( só as camadas mais externas); - Indicações para transplantes penetrantes: 1. tectônico ( quando precisa-se reparar a córnea); 2. terapêutico ( quando o receptor possui uma úlcera de córnea); 3. cosmético ( quando o receptor possui uma córnea branca); - Indicação ótica ( problema na córnea): 4. reparar danos estruturais; 5. ceratites. - Indicação óptica: 1. ceratocone ( primenira causa de transplante); 2. ceratopatia bolhosa ( doença do endotélio corneano que não consegue deixar a córnea com atividade líquida adequada, faz edemas e bolhas; a catarata faz ceratopatia bolhosa); 3. baixa da acuidade visual; 4. ceratite herpética ( úlcera de córnea por herpes); 5. distrofias corneanas ( doenças congênitas qie alteram a transparência da córnea); - Indicação para transplante penetrante: - tectônico - terapêutico - pterírio recorrente - Bowen e epitélio corneano - cosmético - Indicação para transplante penetrante: ( muito importante) 1. ocupação; 2. requisitos; 3. doença base. - Pré-operatório: 1. exame físico; 2. pré-operatório. - Aspectos especiais: - glaucoma ( deve se tratar o glaucoma ou doença base antes da cirurgia); - vascularização ( grande responsável pelo grande porcentagem de rejeição); - catarata ( pode ser feito junto ao transplante de córnea, porém vai ser um complicador a mais da cirurgia, dificulta na obtenção de uma PIO adequada). - Anestesia 1. local ( ambulatorial) mais usado; 2. geral ( paciente internado). - Tempo de cirurgia - varia de 45` a 60`. - Instrumentos para a cirurgia: 1. microscopia; 2. pinças; 3. tesouras; 4. trepanos ( bisturi redondo), o usado hoje em dia é o trépano à vácuo, o mecanismo funciona girando a vareta superior para abaixar a lâmina; deve-se preservar o endotélio, pois é responsável pela preservação ou não da transparência. - A espessura do corte chega a 90% da córnea, o manitol é usado para baixar a PIO e a tensão deve ser distribuída em torno dos 360 graus, os pontos devem ser dados primeiro no sentido vertical e depois no sentido horizontal ( ou vice-versa); - Os pontos contínuos têm a vantagem de provocar ou ter menos risco de ocasionar astigmatismo, e têm a desvantagem de que se perder um fio se perde toda a sutura; - O ponto alto da cirurgia refrativa foi nas décadas de 70 e 80, eram feitas 4,8 ou 12 incisões com péssimos resultados, a córnea literalmente “desaba”- otecido corneano fica inelástico, 40% voltava a usar óculos novamente e muitas vezes ocorria a hipermetropia, a pressão intra-ocular é diferente de manhã, de tarde e de noite, essa técnica era conhecida como ceratotomia radial ; - As cirurgias à laser primeiramente se fez diretamente no epitélio corneano, como a cirurgia de miopia ( pegava o centro da córnea) ou hipermetropia; - Atualmente, a cirurgia realizada é de LASIC ( 99% das cirurgias atuais), pega o estroma, pois se levanta a calota ( epitélio), os melhores resultados deste tipo de cirurgia foram em pacientes com médios graus de miopia ( -6,00 até 11,75),astigmatismo baixo ( -0,75 a –2,75) e hipermetropia baixa ( + 1,50 a +3,75) segundo artigo da revista Arquivos Brasileiros de Oftalmologia- Jan/ Fev de 2000), temos como complicação o aumento da PIO, pois o laser destrói demais o estroma; ainda pode-se citar um certo grau de reintervenção pela hipocorreção ( 3,4%) e hipercorreção (0,6%). Este trabalho já se encontra no xerox.


Data:
04/04/2000
Professor:
Paulo Grupenmacher
Resposavel:
Cássio sewo Mitsuhashi
Titulo:
Conjuntivite

Materia

Conjuntivite: - Auto-limitante, fácil de tratar e defini-se como inflamação ou infecção da mucosa conjuntival; - Diagnóstico diferencial de olho vermelho: 1. conjuntivite ( único que produz secreção mucopurulenta); 2. hemorragia subconjuntival; 3. glaucoma agudo; 4. uveíte ( inflamação da íris), precipitados; - Tipos de conjuntiva anatomicamente: 1. conjuntiva palpebral; 2. conjuntiva bulbar; 3. conjuntiva do fundo de saco superior e fundo de saco inferior. - Hemorragia subconjuntival: - 15 a 20 dias para regressão, aparece em esforços ou ruptura dos vasos subconjuntivais em velhos. Na coqueluxe é muito comum. - Fisiologia: - Possui epitélio poliestratificado pavimentoso continuando na córnea, assim certas patologias podem se caracterizar como ceratoconjuntivites; quando células mucinosas na conjuntiva não produzem mucina, vamos ter a Síndrome do olho seco, com deficiência da qualidade da lágrima e ainda possui as células caliciformes; a lágrima possui sua parte aquosa ( mais em contato com a córnea), mucina e oleosa ( por fora); - Propedêutica: - Observar vasodilatação dos vasos da conjuntiva, hiperemia conjuntival ( exame ectoscópico); - Classificação Etiopatogênica: 1. aspecto de secreção: 1.1. aquosa 1.2. mucosa 1.3. mucopurulenta 1.4. purulenta franca - Classificação clínica: 1. conjuntivite catarral aguda - cocos piogênicos ( estafilo, pneuma e estrepro); - bacilo de Koch-Weeks; - haemophilus influenza ( lacrimejamento, secreção e pouca fotofobia). 2. conjuntivite purulenta - gonococo ( recém-nato e adulto); - pneumococo- conjuntivite + hemorragia subconjuntival, geralmente é por este germe; - estafilococos; 3. conjuntivite catarral crônica - infecciosa - conjuntivite catarral aguda que cronifica; - blefarite conjuntivite angular; - blefarite conjuntivite estafilocócica. - irritativa ( indústrias químicas). 4. conjuntivite folicular ( vírus)- superfície de sagu, caracterizado por ser unilateral, possuir secreção aquosa - aguda 1. conjuntivite por inclusão ( clamídia oclogenital); 2. conjuntivite por herpes simples; 3. conjuntivite nas doenças exantemáticas ( a primeira manifestação do sarampo pode ser a conjuntivite); 4. conjuntivite de Parinaud ( adenovírus), dor ocular, fotofobia, gânglios linfáticos pré-auriculares e submandibulares, evolução de 20 dias; o tratamento é com sulfa sistêmico + colírio local;

- crônica 1. Foliculose de Axenfeld; 2. conjuntivite tracomatosa ( superfície de sagu).

5. conjuntivite membranosa: - bacilo de Klebs- Löeffler ( diftérico), secreção mucopurulenta quando se abaixa a pálpebra inferior, às vezes, são placas. 6. conjuntivites especiais: 6.1. conjuntivite alérgica 6.1.1. simples ( histamínica); 6.1.2. intersticial ( flitenular – criança com hipersensibildade ao bacilo da tb ( PPD e corticóide por 2 dias )e primaveril ( tarsal e limbar); 6.2. conjuntivite tuberculosa; 6.3. conjuntivite luética.

- Sintomas da conjuntivite: - olho vermelho; - sensação de corpo estranho; - secreção; - edema; - fotofobia; - prurido ( histamínica). - Exame: - hiperemia conjuntival difusa; - secreção muco-purulenta; - edema conjuntival/ peri-orbital; - acuidade visual normal ( diferencial do glaucoma); - câmara anterior normal ( diferencial de uveíte);

Bacteriano Viral Alérgico Fúngico Bilateral Sim Sim Pode Não Secreção Purulento- Muco-purulento Mucoso Grumos amarelo- esver Aquoso Gânglios. Não Sim Não Não pré- auric Prurido Raro Raro Intenso Raro Duração Com tto. 7-10 dias Largo Com tto.

- Tratamento:

- geral . soro fisiológico; . higiene pessoal; . separar toalhas e lenços; . compressa gelada ( edema), na bacteriana não é recomendada. - Diagnóstico etiopatogênico: - primeiro exame de secreção conjuntival - bacterioscopia ( qual germe?), citologia ( neutrófilos= bacteriano, linfócitos= vírus e eosinófilos= alérgico), cultura= qual bactéria? e antiobiograma ( como eu vou pegar o germe?); - pesquisa de Clamídia fresco. - Tratamento empírico - o tratamento de uma conjuntivite bacteriama aguda se faz com colírio aquoso, 3/3horas, 1 a 3 gotas por 7 dias nos 2 olhos ( mesmo sem sintomas ); Primeira escolha Cloranfenicol Segunda escolha Tobramicina ( tobrex) Terceira escolha Gentamicina colírio ( garamicina)* Quarta escolha Ciprofloxacina *com cultura negativa para os dois primeiros. - No entanto, pode-se associar dois antibióticos 2/2 horas alternadamente dia e noite.

- Tratamento para conjuntivite fúngica: - anfotericina B, deve-se pedir um atb fortificado;

- Tratamento para conjuntivite por vírus: - atb local ( previne infecção secundária); - sulfa ( oral); - aciclovir ( pomada por 21 dias). - Tratamento para conjuntivite alérgica: - colírio anti-histamínico;

Primeira escolha Naaxia Segunda escolha Livostin Terceira escolha Patanol - muito alérgico, administração via oral; - em criança ( corticóide ), colestamine ( corticóide + anti-histamínico); - água gelada. * ainda podem ser usados Alergon e Claril ( faz vasoconstrição). - Tratamento específico: - cloranfenicol colírio 2/2hs por 3 dias ou de 4/4hs por 4 dias; - AINES oral; - antibiótico oral. - Tratamento específico viral: - cloranfenicol colírio de 4/4hs por 7 dias; - AINES.

- Conjuntivite: - retorno 3/3 dias ou 4/4 dias; - encaminhar quando: - piora com tratamento; - dor ocular intensa; - baixa da visão; - suspeita de vício de refração; - cronicidade.