NAPA - NÚCLEO DE APOIO AOS PAIS E ALUNOS
|
A CULPA É DO ALUNO POBRE A Secretaria de Educação do Estado declarou e o editorial do jornal O Estado de São Paulo de hoje dia 24 de novembro reafirmou. A culpa da baixa qualidade do ensino é dos alunos pobres. Pelo viés do professor das escolas públicas é
mesmo. É ele o aluno pobre
que deixa as vísceras do ensino público à mostra.
O aluno de classe média tem computador, pais que ensinam e até
professor particular. Aluno
pobre não, ele precisa aprender na sala de aula. O professor precisa
estar presente e é isso que faz a diferença.
Se o aluno é pobre, mas é inteligente, é terrível.
Esse não aceita ser humilhado não aceita que o professor mate
aula, nem inspetor de aluno tapando buraco.
Esse sofre uma enorme pressão e acaba saindo da escola, ou o
Conselho da Escola se reúne e coloca o rebelde para correr ou a escola
faz a vida dele e de sua família um inferno, vai liderar quadrilha fora
da escola, revoltado. Em nenhum momento temos a responsabilidade do
professor. Ele vira um santo
a hora que passa no concurso público e assume uma classe.
Não tem para quem reclamar. Todas
as instâncias são cheias de advogados para defendê-los.
O aluno está órfão. Se
for pobre está desgraçado. Líder
e inteligente não fica na escola mesmo. Também, não é falta de cursos para recapacitá-los.
Só no 2o semestre de 1998, na escola municipal, o secretário
proporcionou 129 cursos, os mais variados para recapacitar o professor.
O que mais se vê é aula vaga porque o professor está fazendo
este ou aquele curso. O
prefeito Celso Pitta deu 28.000 cursos para professor aprender a operar
computador. Curso com começo,
meio e conclusão. Não
conhecemos nenhum aluno que tenha feito um curso de computação em escola
de prefeitura. Os computadores ou são roubados, ou estão quebrados ou são
muitos alunos para cada micro, mas professor levou vantagem, fez os cursos
longe da escola e em horário de aula. Estão em Paris (que gracinha) professores concluindo que não se achou a metodologia eficaz. Pudera! Vão procurar vergonha em Paris... Não falta metodologia, falta seriedade.
O pai de aluno pobre também paga imposto. Apesar de expulsar em massa, de matricular aluno
longe de suas casas. Apesar
de dificultar a entrada do aluno pobre nas escolas ele insiste. Ele cobra e incomoda. Agora
é o responsável pela má qualidade do ensino.
Tanto no Estado como na Prefeitura a situação é igual. Deixo então uma sugestão para as autoridades da Educação em São Paulo. Afogue os alunos pobres no Tietê. Que tal? Cremilda Estella Teixeira - 3742-3023 Presidente do NAPA - Núcleo de Apoio aos Pais e Alunos 24/11/2000 |
NAPA - NÚCLEO DE APOIO AOS PAIS E ALUNOS
|