Os cabelos embora o vento passe Já não se agitam leves. O seu sangue, Gelando, já não tinge a sua face. Os olhos param sob a fonte aflita.
Já nada nela vive nem se agita, Os seus pés já não podem formar passos, Lentamente as entranhas endurecem E até os gestos gelam nos seus braços.
Mas os olhos de pedra não esquecem. Subindo do seu corpo arrefecido, Lágrimas lentas rolam pela face, Lentas rolam, embora o tempo passe.
Mas solitários somos e passamos, Não são nossos os frutos nem as flores, O céu e o mar apagam-se exteriores E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos, Límpidos nas auroras a nascer, Por que o céu e o mar se não seremos Nunca os deuses capazes de os viver.
Poemas extraídos da Antologia, Portugália, Lisboa, 1968.
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