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A produção do Haikai escrito em japonês (com pincel e caligrafia especiais) por esses imigrantes,que ainda estão vivos,deve diminuir drasticamente com o passar dos anos.Por uma razão simples.
A idade média dos praticantes está acima de 70 anos.
" As novas gerações de descendentes não sabem o japonês e dificilmente vão preservar essa tradição ",afirma o professor de teoria literária da Universidade de Campinas-SP,Paulo Franchetti,autor do livro Haikai.
" Os haikais dos imigrantes são um importante registro literário e histórico de como eles enxergam o Brasil. "
A maioria dos imigrantes só se arriscaram no mundo da literatura após os 50 anos.
" É preciso fazer um registro urgente desse rico universo antes que seja tarde demais." alerta Paulo Franchetti.
Mas se depender de um grupo,a tradição do haikai nunca vai morrer,O Grêmio Haikai Ipê de São Paulo é o único grupo brasileiro que se organiza nos mesmos moldes dos japoneses.Fundado há 12 anos,conta com quase 30 integrantes que escrevem os poemas em português.
Há exposições de Haikais no Memorial do Imigrante em São Paulo.Essa idéia de organizar exposições partiu dos seus 30 integrantes.
" A intenção é unir e divulgar os poemas em português e japonês.",afirma o Poeta-monge Handa,um dos fundadores do grupo brasileiro.
Uma curiosidade é que, em vez de descendentes de japoneses,90% dos participantes do Grêmio são brasileiros sem nenhuma ascendência japonesa.
" O mais importante é ter pessoas interessadas em cultivar o Haikai.", conta Handa.

*texto tirado da Revista Made in Japan,vol.26

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