QUADRINHOS BRASILEIROS -
COMPROVANDO
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Descubra como a indústria de
desenhos-animados norte-americana lesou milhões de crianças no mundo inteiro,
dificultando seu aprendizado e memorização e limitando sua capacidade
intelectual.
OS CÃES DE GRAVATA
(Por Diogo Mainardi)
Cada um escolhe seu próprio inimigo. O meu morreu mês passado,
aos 95 anos. Era Joseph Barbera, um dos fundadores dos estúdios Hanna-Barbera.
No começo de janeiro, morreu também um de seus principais colaboradores, Iwao
Takamoto, criador do Scooby-Doo.
Estou com sorte. Livrei-me de dois inimigos em menos de um mês.
Atribuo grande parte do meu fracasso pessoal aos desenhos animados de
Hanna-Barbera. O fato de ter assistido a todos os episódios dos Herculóides, da
Tartaruga Touchê e dos Flinstones comprometeu meu futuro. O dano causado por
horas e horas de Space Ghost, de Wally Gator e de Jonny Quest foi definitivo.
Muitas de minhas falhas intelectuais e de personalidade podem ser imputadas a
eles. De nada adiantou ler Montaigne mais tarde. No deserto mental provocado por
Frankstein Júnior, pelos Irmãos Rocha e pela Formiga Atômica, Montaigne
simplesmente não frutifica.
Até a década de 1960, um episódio de Tom e Jerry ou de Pernalonga era feito com
algo entre 25.000 e 40.000 desenhos. Joseph Barbera e seu sócio bolaram um jeito
de produzir suas séries com menos de 2000, abatendo seus custos. A técnica
recebeu o nome de "animação limitada". Os personagens permaneciam estáticos. A
única parte do corpo que se movia era a cabeça, que pulava compulsivamente da
direita para a esquerda, ora com a boca fechada, ora com a boca aberta. Para
facilitar o corte, todas as figuras tinham o pescoço encoberto por um colarinho
ou por uma gravata. Nos desenhos da Hanna-Barbera, sempre há um cachorro de
gravata, um super-herói de gravata, um dinossauro de gravata.
As paisagens sofreram o mesmo tratamento reducionista. Os personagens de
Hanna-Barbera habitam um mundo claustrofobicamente circular. De dois em dois
segundos eles passam pela mesma pedra, pelo mesmo veículo espacial, pelo mesmo
homenzinho careca e bigodudo de terno azul. A angústia de pertencer a um
universo que se repete continuamente só é superada pelo fato de que ninguém se
dá conta disso. Maguila, Simbad Júnior e os Brasinhas do Espaço parecem
desprovidos de memória. As tramas também se repetem de uma série para a outra.
Muda apenas o mote de cada personagem, a sua frase característica, como "Saída
pela esquerda', "Shazam" ou "Oh, querida Clementina'", recitada por um mau
dublador.
Joseph Barbera e Iwao Takamoto empobreceram minha vida. Assim como empobreceram
a vida de todos os meus contemporâneos. Há fases em que a humanidade melhora, e
há fases em que ela piora. Nada representa tanto o barateamento intelectual do
nosso tempo quanto os desenhos animados de Hanna-Barbera. Cada quadro
economizado por eles significou para nós uma idéia a menos, um pensamento a
menos, uma sinapse a menos. Os piores de Hanna-Barbera acabam de morrer, mas
nossa época está irremediavelmente perdida. O único consolo é que esquecemos a
miséria em que vivemos de dois em dois segundos.
Fonte: revista
Veja
Nos desenhos acima, à esquerda:
BESTA HUMANA:
Esse Super-Herói Brasileiro é o mais curioso de todos os tempos! O Besta Humana
é implacável com os vilões, os matando de forma terrível o que colocam suas hqs
com um pé no terror. Mas mesmo com essa aparência macabra morta-viva, o Besta
Humana faz imenso sucesso com as mulheres!
Num clima retrô, infelizmente a imagem que eu tenho do Besta Humana era do
centro de uma revista que foi dobrada, mas mesmo assim não dá para não rir
imaginando as hqs do Besta Humana do engraçadíssimo Newton Foot. Mesmo fazendo
terror a gente ri.
E assim são seus outros personagens "supers" , inclusive o Homem-Rolha, que tem
como inimigos o Saca-Rolha Mascarado e fazendo pressão o Garoto Champagne e tb o
Homem-Veado, ( que jura que não é viado), super-heróis que nos fazem rir.
Newton Foot foi famoso pela revista Bundha e principalmente suas participações
na revista Niquel Náusea, que durou bastante tempo no final do séc. 20.
Tomara que ele retome o grande Besta Humana, que foi mesmo sua melhor criação.
SUPER VAGABUNDO:Esse é um super-herói que representa bem o espírito "mudrugo"
brasileiro (ou "mundrungo"), aquele tipo vagabundo e malandro bem gaiato.
Uma criação de Sergio Raposo e publicado na revista "Guerreiros de Jobah" número
2, uma publicação da editora Icea que editou também o Raio Negro nos anos 90.
Dessa feita, com aventuras inéditas.
Conheça mais sobre a revista "Guerreiros de Jobah" da Editora Icea aqui:
BRETT CARSON (GUERREIROS DE JOBAH):
http://rod121.gigafoto.com.br/?id_foto=3826819
http://superheroisdobrasil.vipflog.com.br/?838620
TOM TERIK (GUERREIROS DE
JOBAH):
http://rod121.gigafoto.com.br/?id_foto=3826856
http://superheroisdobrasil.vipflog.com.br/?838623
Não temos notícia se o personagem Super Vagabundo foi publicado
novamente, e gostaríamos que o seu criador entrasse em contato. O personagem é
muito simpático, malandro e gordinho, trazendo o lado engraçado e sem-noção dos
super-heróis, possuindo o poder de se transformar em qualquer coisa, e mesmo tão
poderoso só pensa em comer, em mulher, sacanagem, beber (inclusive cachaça),
fumar ... E não fale de trabalho perto dele que o Super Vagabundo até chora!
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