CENTRAL  DE  QUADRINHOS  BRASILEIROS - Defendendo o BR 



EM DEFESA DOS SUPER-HERÓIS BRASILEIROS 9 !!!  
(Por Johnny Fonseca)


O Brasil é o berço das histórias em quadrinhos, se considerarmos que "As Aventuras de Nhô Quim e Zé Caipora", criação do ítalo-brasileiro Angelo Agostini em 1869, foi a primeira história em quadrinhos do mundo. Tese essa defendida por muitos.

Um paradoxo, pois fazer quadrinhos com temas nacionais aqui no Brasil é uma tarefa árdua, aliás, como tudo ligado à cultura, pois é mais valorizado o que vem de fora, talvez resquícios da época da colonização brasileira pelos europeus, muitas vezes só valorizamos alguma coisa nossa quando "lá fora" descobrem o quanto é boa. É preciso fazer sucesso no exterior para ser valorizado por aqui.

Nos quadrinhos não é diferente. Somos um país com uma cultura riquíssima, diversificada e original, fruto dos diversos povos que aqui se estabeleceram. O povo aqui é um dos mais criativos do mundo.

Não são poucas as histórias, sejam de super-heróis, terror ou ficção-científica, que foram criadas no Brasil, com qualidade para concorrer com qualquer país do mundo, mas apesar disso nos últimos anos o mercado dos quadrinhos foi ocupado quase que exclusivamente pelos super-heróis americanos, perdendo terreno só a pouco tempo para os mangás, mas produções brasileiras são ainda insignificantes se comparadas ao mercado vigente.

Por volta dos anos 60, vários super-heróis tupiniquins começaram a povoar nossa terra, mas as constantes crises econômicas e reviravoltas políticas acabaram por dificultar a permanência deles nas revistas, sem contar com a pressão exercida pelas empresas americanas dominantes nesse setor, interferindo até na distribuição e venda de nossas revistas.

Mas apesar de todos os pesares, ainda estamos produzindo quadrinhos. Vários fanzines e publicações independentes sempre apareceram aqui e acolá, lutando incessantemente para sobreviver, mesmo com todas as dificuldades apresentadas.

A internet veio dar um novo incentivo à produção de quadrinhos brasileiros. Agora ficou mais fácil divulgar os trabalhos através de sites, fotologues e e-mails. Também ficou mais fácil produzir: sem sair de casa pode-se desenhar uma história que o roteirista enviou por e-mail, do outro lado do país, e enviá-la para o arte-finalista ou colorista em qualquer canto.

Mas a etapa final do trabalho, ou seja, a impressão na gráfica e a distribuição ainda é um grande problema.  O custo de impressão é muito alto, falta incentivo do governo à produção independente e uma forma eficiente de distribuição da revista e propaganda das mesmas.

Pode-se optar pela apresentação via internet apenas, os chamados e-comics, mas como obter retorno financeiro?
Uma das saídas pode ser a união dos artistas, divulgando os trabalhos uns dos outros para o maior número de pessoas possível. Formar pontos de distribuição locais, facilitando a venda de gibis de outros estados.

Os maiores consumidores de gibis são os jovens, que são maciçamente bombardeados pela propaganda dos heróis americanos, através de desenhos na TV, brinquedos, brindes etc.

Menos de 1% desses consumidores em potencial desconhecem um super-herói brasileiro, muitos nem sabem que o país é rico em super-heróis.
Temos muito que lutar ainda para modificar esse quadro, muitos obstáculos a serem vencidos, mas já houve um grande avanço nessas últimas décadas, e não se surpreendam se de repente os super-heróis brasileiros recomeçarem a sobrevoar o nosso céu como nos áureos tempos.

Nas figuras à esquerda: três personagens pouco conhecidos de Emir Ribeiro, do genêro Super-Heróis.

O ESPADA:
O coitado do Espada foi um personagem que apareceu pra morrer. Numa mesma edição, ele foi apresentado e assassinado pela esquisita Doroti. Foi na edição dos 25 anos de Velta, de 1998. Numa batalha selvagem do grupo da Fubrape e mais com Velta, Myra, Nova, Homem de Preto e Gilberto Gomes, o Espada foi traiçoeiramente atacado pela alienígena Doroti e teve sua força mental e vital sugadas pela parasita cósmica.

O Espada tinha uma espécie especial de lâmina que cortava tudo, e foi capaz de decepar facilmente uma das pernas de Doroti. Na edição não tem explicando como ele conseguiu essa espada, e nem o que foi feito dela depois da sua morte.

Sabe-se apenas que a família do Espada foi indenizada pela Fubrape, com uma pensão pela morte do herói.

EXÉRCITO:
Exército é outro personagem de Emir Ribeiro, que apareceu uma única vez na 25 ANOS DE VELTA, sendo um dos membros da FUBRAPE, a Fundação de Apoio a Pessoas Especiais, sediada em Curitiba e tendo como chefe o rico DANTE CRAVEIRO.
Exército manobra armas pesadas, como fuzis e bazucas, e ele chegou a dar um tiro de bazuca na bizarra alienígena Doroti.
Não foi divulgado ainda o nome verdadeiro desse herói, nem o que ele faz na vida. Depois da luta com Doroti, em 1998, nunca mais ele apareceu.
(Fichas do Espada e Exército elaboradas por  Tito Augusto Tavares)

ESQUELETO HUMANO:
Emir e Mirson Ribeiro editaram a revista da Welta nos anos 70 juntos, e enquanto Emir continuava a saga da sua loura iniciada nos jornais, Mirson criava os super-heróis de humor Homem-Barata e Caverômem. Mirson sempre gostou de caveiras (né?), e além do Caverômem, fazia as Piadas Mortuárias - piadas recheadas de esqueletinhos.
Ainda antes, o Mirson criou um outro bem parecido, que era o Skeleton-man. Uma zona, também. Esse Skeleton-man só saiu em tiras, em uma única história.
Tentando dar um ar de seriedade a ele, Emir o colocou junto com o Homem de Preto numa série de tiras em homenagem ao irmão, na única hq do Homem de Preto em que ele é ajudado pelo Esqueleto Humano. Isso é uma raridade que eu encontrei no zine Zat.
(A ficha do Esqueleto Humano foi elaborada por Paulo Kessa Ramires)

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