Publicado no Jornal Folha de São
Paulo em 15/03/98
Um pastor da Igreja Evangélica Deus
é Amor proibiu um homem de assistir ao casamento da própria
filha porque seus cabelos e costeletas "são muito
compridos". A proibição aconteceu em Londrina
(norte do Paraná).
O músico José Rodrigues
Guerra, 38, pai da noiva, é católico. A filha e o
marido são evangélicos. Na véspera do
casamento, o genro avisou que o pastor havia dito que Guerra só
poderia levar a filha ao altar se cortasse o cabelo.
Sem compreender o motivo da exigência,
Guerra disse ter procurado o pastor José Paixão
Barros, 52, para tentar fazê-lo mudar de idéia.
Levou um gravador.
Ele afirmou ter uma foto, em que aparece
com a filha, cabeludo, quando ela tinha três meses de
idade. "Faz parte da minha imagem. Por que mudaria agora?"
Na gravação feita por
Guerra, o pastor Barros diz que, "quando o pai da noiva não
for crente, só será permitido entrar com a filha
na cerimônia se ele estiver barbeado, sem bigode, com
cabelos curtos, sem jóias nos dedos e não estiver
cheirando bebida alcoólica".
Paixão nega a versão do pai
da noiva e afirma que estava viajando e que não realizou
o casamento da filha de Guerra. No último dia 7, Elaine,
17, foi levada ao altar por um tio materno que não é
cabeludo. O pai não assistiu à cerimônia.