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Noite escura. Em local isolado, um rapaz de moto, errando na direção, precipitou-se nas águas de enorme represa. Alguns populares correram até à casa grande em que morava um negociante que possuia, ali mesmo, um barco magnificamente equipado. No entanto, ao pedido de socorro, ei-lo que responde secamente: - Jovens de moto? Estou cansado... Gente louca não tem jeito... Os amigos anônimos se voltaram no rumo de um pardieiro próximo, ocupado unicamente por uma senhora paralítica. A doente não vacilou. Emprestou-lhes pequena lanterna, acesa a querosene. Alguns instantes mais e o rapaz foi visto, boiando à longa distância. Dois homens se atiraram às águas e trouxeram-no desmaiado para a terra. O comerciante, porém, - aquele mesmo que se negara a cooperação,- viera até a orla do lago, simplesmente para ver. Mas, inclinando-se para o jovem que respirava, a salvo, no socorro improvisado que recebia, começou a gritar em desespero: - É meu filho!... Ah! meu filho, meu filho!... |
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos. Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEU. 1981. |