O Esperanto – mensageiro
De encantados tempos novos –
Erguerá nações e povos
Do campo de lodo e pó.
Da Harmonia timoneiro,
Que os portos da paz descerra,
Libertará toda a Terra,
Na glória de um mundo só!
Vemo-lo já, no futuro,
Fulgente, impávido e forte,
Vencendo a miséria e a morte,
– Luz fraterna em sendas mil!
Chave de amor santo e puro,
Abrirá caminhos grandes,
Do altivo Himalaia aos Andes,
Da Cochinchina ao Brasil.
Nessa eminência sublime
Do mundo regenerado,
Não haverá Jove irado,
Cujos carros fugirão;
Nem Babilônias do crime
Bebendo em festins sangrentos,
Nem purpúreos paramentos
De senhores da ilusão.
Seus luzidos estandartes
Brilharão no mundo inteiro,
Abolindo o cativeiro
A que a maldade conduz;
Convertendo os Bonapartes
Em benfeitores amados,
De canhões – forjando arados,
De balas – penas de luz!
Hífen de sol, religando
Os Templos da Humanidade,
Da grande fraternidade
Fazendo virtude e lei;
Orgulho triste e nefando,
Que torvas guerras produzes,
Espadas, fuzis, obuses,
Mentiras, trevas – tremei!
Na Terra inda há sombra inglória
Da noite do mundo velho,
Embora seja o Evangelho
O Amor que do Alto reluz!
No limiar da vitória
Das verdades do Infinito,
Esperanto! Sê bendito
Ao doce olhar de Jesus!