Comentários Iniciais *
Português no Mundo *
Dialetos e Falares do Brasil *
Divisões da Fonética *
Morfologia *
Sintaxe *
Semivogais *
Consoantes *
Tritongo *
Hiato *
Regras Básicas da Divisão Silábica *
Uso de Palavras com a Letra Z *
Emprego de MAU e MAL *
Classes Gramaticais *
Flexões do Substantivo *
Artigo *
Adjetivo *
Pronome *
Verbo *
Flexões do Verbo *
Preposição *
Numerais *
Plural dos Compostos *
- As duas palavras vão ao plural *
- Somente a primeira vai ao plural *
- Somente a segunda vai ao plural *
- As duas palavras ficam invariáveis *
- Adjetivos Compostos *
Significado das Palavras *
Palavras Quanto ao Número de Sílabas *
Classificação das Palavras Quanto à Sílaba Tônica *
Acentuação Gráfica *
Oxítonas *
Paroxítonas *
Proparoxítonas *
Os Sinais de Pontuação *
A Vírgula *
O Ponto-e-Vírgula *
Os Dois-Pontos *
As Aspas *
O Travessão *
As Reticências *
A Crase *
Dicas para Escrever ou Falar Melhor *
CRIATIVIDADE *
Os Dez Erros Mais Graves *
Os Cem Erros Mais Comuns *
Exercícios *
2) Para exercitar a Redação Criativa *
4) Para exercitar a Redação Criativa! *
Um bom conhecimento da língua é tanto é importante para a promoção pessoal quanto para uma comunicação eficiente.
A intenção aqui é ajudar a descomplicar as regras
da nossa língua. Apenas para reforçar o conhecimento de quem
não aprendeu tanto quanto deveria durante a sua vida escolar (como
eu J ).
A língua portuguesa tem duas influências principais: o latim vulgar e o substrato ibérico.
O latim vulgar era a língua falada pelo povo do Lácio (antiga região da Itália, que não existe mais). Nesta região do Lácio ficava a Roma antiga. Era falado sem preocupação com a correção, mas existia o latim culto, falado pelos habitantes cultos da região. Os romanos, após o domínio de outros povos, impunham o latim vulgar como língua oficial.
O substrato era o nome que recebia a língua do povo dominado pelos romanos. O português teve também outras influências além do latim e do substrato ibérico: a dos bárbaros e dos árabes (que após os romanos, também dominaram a Península Ibérica).
Atualmente o português é falado em mais de 10 milhões de km2, aproximadamente a sétima parte da Terra.
É falado em quatro continentes:
Europa – Portugal continental, o arquipélago dos açores e a ilha da Madeira.
África – O arquipélago de Cabo Verde, as ilhas de São Tomé e Príncipe e, no continente, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Ásia – Em Macau.
América – No Brasil.
Amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro e sulista.
(Antenor Nascentes)
Estudo das palavras sob o ponto de vista sonoro: a pronúncia, os sons, os fonemas.
Fonema – som
Letra – representação gráfica do fonema
Estudo da forma (morfo), das variações e das características das palavras.
Estudo da arrumação (do arranjo) das palavras e das relações entre elas, ao unir palavras para formar frases, para exprimir idéias.
Sons que chegam livres ao exterior. São a base da sílaba: não existe sílaba sem vogal nem com mais de uma. São o A, E e O.
São os fonemas I e U, mas apenas quando vêm ligados a vogais.
Aqui entram também o O com som de U e o E com som de I.
Fonemas que precisam de uma vogal para serem emitidos. São o B, C, D, E, F, etc.
Obs.:
- É obrigatório haver vogal em uma sílaba e uma única, então o número de sílabas de uma palavra é igual ao número de vogais.
- Não é obrigatória a existência de consoantes
nem de semivogais numa sílaba.
O encontro de vogais e semivogais numa palavra ou juntam-se numa sílaba ou ficam separadas em sílabas diferentes, formando os encontros vocálicos a seguir:
É o encontro de uma vogal com uma semivogal (SV) numa mesma sílaba. Temos os ditongos Orais, Nasais, Crescentes e Decrescentes (vogal para semi).
O encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal (SVS) pronunciadas na mesma sílaba. São Orais ou Nasais. Exs.: igUAIs, sagUÃO.
Encontro de dois sons vocálicos, pronunciados em sílabas
diferentes. Exs.: sAÚde (as-úde), cAIr (ca-ir), pIAUIEnse
(pi-au-i-en-se).
É o encontro de duas consoantes na mesma sílaba.
- Toda consoante não seguida de vogal deve se juntar à silaba que vem antes dela. Exs.: eliP-se e aD-je-ti-vo.
- As letras dos Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ e XC) devem ser separadas, ficando uma em cada sílaba. Exs.: caR-Ro e aS-Sado.
- Não devem ser separados os encontros consonantais cuja segunda consoante é L ou R. Exs.: a-le-Gria e Pla-no.
- Os prefixos, quando incorporados à palavra, obedecem as regras
anteriores. Exs.: i-ne-fi-caz (e não in-e-fi-caz).
- Nos substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: rapideZ (vem de rápido); leveZa (vem de leve). Quando derivam de palavras que não têm S.
- Nos verbos terminados em IZAR, derivados de palavras que não têm a letra S no fim do radical:
atualiZar (atual), dinamiZar (dinâmico).
A forma MAL pode ser usada como Advérbio e como Substantivo.
Advérbio - indicando o modo como realiza a ação verbal ou o tempo em que a ação se
Ex.: - Na festa ele se comportou MAL (modo)
- MAL você saiu, ela chegou (tempo)
Ex.: - Jamais esqueceremos o MAL que você nos causou.
A forma MAU é usada como adjetivo, atribuindo uma característica a alguém ou a alguma coisa.
Ex.: O MAU atleta não se classificou.
Na prática:
MAL pode ser substituído por BEM
MAU pode ser substituído por BOM
Regrinha Mnemônica:
Para lembrar que devemos associar bem a mal e bom a mau:
MAL devo associar a BEM ou a BOM?
Veja que o L mais parece um E que um O, então MAL - BEM
Já o MAU tem um U que mais parece com o O de BOM que ao E de BEM.
L - E e U - O
Palavra que denomina seres, sensações físicas e concepções mentais.
Gênero - masculino e substantivo
Número - singular e plural
Grau - aumentativo e diminutivo
Palavra que vem antes dos Substantivos para determiná-los (ou indeterminá-los) e também indicar-lhes o gênero e o número. Dividem-se em Definidos (o, a, os, as) e Indefinidos (um, uma, uns, umas).
Palavra que acompanha o substantivo e cuja função é expressar as qualidades ou características dos seres.
Ex.: Um medo (substantivo) enorme (adjetivo).
Palavras que representam (substituem um Substantivo), ou o acompanham, limitando sua significação.
Ex.: João, encontrei tua caneta no chão.
Palavra que exprime um fato (ação, estado ou fenômeno) situado no tempo.
Exs.: - Eles queimaram a cidade
- Ontem, choveu muito
- Eles estavam revoltados
Número - singular e plural
Pessoa - 1ª, 2ª e 3ª
Tempo - presente, passado e futuro
Modo - indicativo, subjuntivo e imperativo
Voz - ativa, passiva e reflexiva
1ª - Terminados em AR
2ª - Terminados em ER
3ª - Terminados em IR
Obs.: O verbo POR e seus derivados é considerado 2ª conjugação, pois vem de POER.
Singular Plural
1ª - Eu Nós
2ª Tu Vós
3ª Ele, Ela Eles, Elas
Palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo ou de outro advérbio. Classificação dos advérbios: de afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de modo, de negação, de tempo.
Exs.: - Marcos chegou hoje
- O jogo foi muito bom
- O time jogou muito bem
Palavra invariável (não tem feminino nem plural) que relaciona dois termos de uma oração, de forma que o sentido do primeiro é explicado ou completado pelo segundo.
Ex.: Ele sempre concorda com você.
Cardinais - um, dois, três, quatro, ...
Ordinais - primeiro, segundo, terceiro, ...
- As duas palavras vão ao plural
1) Substantivo + Substantivo
amor-perfeito -> amores-perfeitos
3) Adjetivo + Substantivo
livre-pensador -> livres-pensadores
4) Numeral + Substantivo
quinta-feira -> quintas-feiras
- Somente a primeira vai ao plural
1) Ambas são ligadas por preposição
pé-de-moleque -> pés-de-moleque
2) A segunda limita ou determina a primeira
pombo-correio -> pombos-correio
Obs.: também é correto (neste caso) colocar ambos no plural
- Somente a segunda vai ao plural
1) Ligadas sem hífen
beija-flor -> beija-flores
3) Palavras repetidas
tico-tico -> tico-ticos
4) Primeira palavra invariável
sempre-viva -> sempre-vivas
- As duas palavras ficam invariáveis
1) Verbo + Adjetivo
bota-fora -> bota-fora
2) Verbo + Substantivo no plural
saca-rolhas -> saca-rolhas
Só flexionam o último elemento e somente se esse último elemento for um adjetivo, caso contrário, o plural será igual ao singular.
tecido verde-claro
atitude anti-social
roupa verde-garrafa
POR QUE - Usa-se em dois casos:
- Fazer uma pergunta, utilizando-se frases interrogativas diretas ou indiretas.
Por que não vieste?
Conte-nos por que não vieste.
- Para uso da preposição POR seguida do pronome relativo QUE.
Não é essa a vida por que lutaremos
PORQUE - Usa-se somente quando estiver ligando duas orações (função de cpnjunção).
Ele não veio, porque está doente
PORQUÊ - Usa-se somente quando tiver valor de substantivo, em geral interrogativa.
Não vieste ontem porquê?
Sinônimas - palavras com significados semelhantes
Antônimas - com significados contrários
Homônimas - dividem-se em:
Homógrafas - grafias semelhante
Homófonas - fonemas semelhantes
Parônimas - parecidas na grafia e na pronúncia
Mancha, mácula e malha
Monossílabo - Palavra formada por uma única sílaba.
Exs.: um, pó, já
Dissílabo - Formada por duas sílabas.
Exs.: para, tatu, ontem
Trissílabo - Palavra formada por três sílabas.
Exs.: palavra, formada, peroba
Polissílabo - Formada por quatro sílabas ou mais.
Exs.: jaboticaba, quixeramobim
Oxítonas - palavras cuja sílaba tônica (pronunciada com mais força) é a última.
Paroxítonas - cuja sílaba tônica é a penúltima.
Proparoxítonas - cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
Devem ser acentuadas as terminadas em: A(S), E(S), O(S).
Devem ser acentuadas as oxítonas terminadas em A(S), E(S), O(S), EM, EN(S).
Exs.: guaraná, atrás, sapé, acarajés, carijó, cipós, também, parabéns
Devem ser acentuadas as paroxítonas terminadas em:
L, I(S), N, U(S), R, X, PS, UM, UNS, Ã(S), ÔO(S), Ditongo + S
Exs.: útil, táxi, júris, próton, vênus, açúcar, tórax, fórceps, fórum, orfã, perdôo
Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
Exs.: lâmina, mágica, fôlego
Obs.: o acento pode ser agudo (é), grave (`) e circunflexo (^).
Temos também o til (~), o trema (ü), o apóstrofo (‘)
(supressão de fonemas, normalmente vogais), o cedilha (Ç)
(antes de A, O ou U) e o hífen (-).
Verbal
Nominal:
Gênero
Número
Grau
A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à língua falada.
Na fala, podemos contar com uma série de recursos para dar eficácia à mensagem,
tais como gestos, tom da voz, expressão facial, entoação, etc. Enfim, quando falamos,
nossa mensagem vem reforçada por inúmeros recursos que não temos quando
escrevemos.
Para tentar reproduzir na escrita os inúmeros recursos de que dispomos na fala,
contamos com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação.
Observe como as reticências são utilizadas para criar o clima de mistério: "era
sexta-feira..."
Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o
ponto), ou a melodia da frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, etc.).
O emprego dos sinais de pontuação não é somente marcado por regras. Existem
também razões de ordem subjetiva, ou de estilo, que determinam a pontuação de um
texto.
A seguir, apresentamos algumas orientações sobre o assunto.
A vírgula é um sinal de pontuação que marca uma pausa de curta duração e serve para
separar termos de uma oração, ou orações de um período.
A ordem normal dos termos na frase é a seguinte: sujeito, verbo, complementos. Essa
ordem é chamada ordem natural, ou ordem direta.
Quando dispomos a frase em ordem direta, não separamos seus termos imediatos.
Assim: não pode haver vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e seu
complemento, quando a oração se apresentar em ordem direta.
Os réus presentes mostravam suas razões para as autoridades de forma
firme.
Utilizamos a vírgula quando a ordem direta é rompida. Isso ocorre basicamente em
dois casos:
#quando intercalamos alguma palavra ou expressão entre os termos imediatos,
quebrando a seqüência natural da frase;
#quando algum termo (sobretudo o complemento) vier deslocado de seu lugar
natural na frase.
Os réus presentes, muitas vezes, mostravam suas razões para as
autoridades de forma firme.
De forma firme, os réus presentes mostravam suas razões para as
autoridades.
"O que o galhofísta queria é que eu, coronel de ânimo desenfreado,
fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente." (José
Cândido de Carvalho)
"Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste." (José
Cândido de Carvalho)
O ponto-e-vírgula marca uma pausa maior que a vírgula. É utilizado para separar
orações coordenadas que já apresentem vírgula em seu interior, ou que tenham certa
extensão, ou ainda que se contrabalancem em força expressiva. Nunca use o
ponto-e-vírgula dentro de uma oração. Lembre-se: ele só pode estar separando uma
oração de outra.
Com razão, aquelas pessoas reivindicavam seus direitos, porém quase
nunca eram atendidas pelos burocratas.
Muitos se esforçam, poucos conseguem, ainda assim, vaie a pena
tentar!
Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. É um sinal
utilizado quando se vai iniciar uma seqüência que explica, identifica, discrimina ou
desenvolve uma idéia anterior ou quando se quer dar início a fala ou citação de
outrem.
Observe:
Descobri a grande razão da minha vida: você.
Já dizia o poeta: "Deus dá o frio conforme o cobertor".
"Por descargo de consciência, do que nem carecia, chamei os santos de
que sou devocioneiro: - São Jorge, Santo Onofre, São José!" (José
Cândido de Carvalho)
As aspas devem ser utilizadas para isolar citação textual colhida de outrem, ou
palavras ou expressões que não pertençam à língua culta (gírias, estrangeirismos,
neologismos, etc.).
Diz Thomas Mann em A montanha mágica: "Todo caminho que
trilhamos pela primeira vez é muito mais longo e difícil do que o
mesmo caminho quando já o conhecemos".
O rapaz ficou "grilado" com o resultado da prova.
Morava num "flat" onde havia "playground".
O travessão serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu
emprego é constante em textos narrativos em que os personagens dialogam. Leia o
texto abaixo:
" — Salve!
— Como é que vai?
— Amigo, há quanto tempo...
— Um ano, ou mais.
— Posso sentar um pouco?
— Faça o favor.
— A vida é um dilema!
— Nem sempre vale a pena..."
(Sílvio Silva Jr. e Aldir Blanc)
Pode-se usar o travessão duplo (— —) para substituir a vírgula dupla ( , , ),
sobretudo quando se quer dar ênfase ao termo intercalado.
Pelé — o maior jogador de futebol de todos os tempos — hoje é um
empresário bem-sucedido.
As reticências marcam uma interrupção da seqüência lógica do enunciado, com a
conseqüente suspensão da melodia. É utilizada para permitir que o leitor
complemente o pensamento suspenso.
Nas dissertações objetivas, evite as reticências. A clareza na exposição é preferível a
esperar que o leitor adivinhe o que você quis dizer. Observe seu emprego:
Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que...
"Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem - era
sexta-feira..." (José Cândido de Carvalho)
O emprego da vírgula é deficiência unânime dos brasileiros. Aqui falaremos de um caso especial: o emprego da vírgula na separação dos termos explicativos. Observe os exemplos: O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, apóia a tese da reeleição.O ex-presidente da República José Sarney transferiu o domicílio eleitoral para o Amapá. Repare que Fernando Henrique Cardoso vem entre vírgulas e José Sarney não. Por quê? Precisamos examinar o antecedente, a palavra que vem antes do nome. Há um só presidente da República. Fernando Henrique é termo explicativo. Deve vir entre vírgulas. Há vários ex-presidentes da República. José Sarney é termo restritivo. Rejeita a vírgula. Analise outros casos: O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, depôs no Senado Federal (O BC só tem um presidente). O diretor do Banco Central Gustavo Franco concedeu entrevista ao Correio Braziliense (o BC tem mais de um diretor). O diretor da Área Externa do Banco Central, Gustavo Franco, apoiou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso (o BC só tem um diretor da Área Externa). O deputado federal eleito pelo PPR de São Paulo Delfim Neto é taxativo na avaliação do Plano Real (há mais de um deputado federal eleito pelo PPR de São Paulo). Meu pai, José de Castro, morreu em 1958 (só tenho um pai).
Às vezes, por mandamento da clareza, é aconselhável mudar a ordem dos termos da frase: A professora da Escola de Comunicação da UFRJ Ana Arruda Callado discute a violência
urbana. O enunciado pode confundir. Dá a impressão de que o nome da faculdade é Ana Arruda Callado. Melhor escrever: A professora Ana Arruda Callado, da Faculdade de Comunicação da UFRJ, discute a violência urbana. As orações adjetivas também se classificam em restritivas e explicativas: O Plano Real, que pôs fim à inflação passada, precisa de ajustes urgentes (só há um Plano Real. É explicativa oração que pôs fim à inflação passada. Os bancos que não se ajustarem à nova realidade do país tenderão a fechar as portas (há mais de um banco. A oração que não se adaptarem à nova realidade do país é restritiva)
crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas
vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door).
2. Restr. A contração de dois aa. V. contração
(4). 3. Designação vulgar do acento indicativo
de certos casos de crase: Em vou à praia, o a
deve ter crase. (...)
Novo dicionário básico da língua portuguêsa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza
pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um
pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não?
Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as
aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que
adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave
de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o
sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o
Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é
o uso de acento grave em situações que não o justificam.
Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano
em que usou-se o acento grave. Você saberia dizer quantas
frases estão corretas?
Todas 6 4 2 1 Nenhuma
A resposta está aqui: Nenhuma
Obs.: para ver a resposta que está na linha acima, selecione toda a linha acima e Formatar - Fonte - Desmarque Oculto em Efeitos.
- Exercitar-se constantemente;
- Ler bons autores;
- Refletir sobre o que leu;
- Atentar sempre para as qualidades: concisão, correção, clareza e elegância
Concisão - simplicidade com clareza.
Correção - ter sempre ao alcance da mão um bom dicionário, uma boa enciclopédia sobre o assunto e uma boa gramática. Uma pessoa que domine o assunto também ajuda.
Cuidado com:
- Palavras que tenha dúvida na grafia: substitua por uma de grafia conhecida ou consulte o dicionário.
- Plural de algumas palavras, principalmente as compostas.
- Concordância: lembrar que o verbo sempre concorda com o sujeito e os nomes concordam entre si.
- Alerta no uso da crase.
Clareza - Expressar a idéia de modo que seja facilmente compreendido por quem lê ou escuta. Seja coerente e sem contradições para quem o lê ou escuta.
Inimigos da Clareza: desobediência às normas da língua, períodos longos e vocabulário impreciso.
Elegância - Consiste num texto agradável de se ler. Junte-se às qualidades anteriores a criatividade e originalidade. Uma boa apresentação visual também torna mais atrativo um texto.
Obs.: para uma boa comunicação, ou seja, para que você seja realmente compreendido por quem lê ou escuta, você deve falar no mesmo nível cultural dele(a).
Evite também falar de si próprio (na primeira pessoa).
Resumimos apenas 10 'toques" para ajudar você a se tornar mais criativo. CRIATIVIDADE é como "Neston": existem 1000 maneiras de preparar. Invente também a
sua!
#Torne-se uma esponja: Absorva tudo o que puder - livros, TV, música, conversa com os amigos, a pulsação das ruas. Tudo pode servir de inspiração. Esteja sempre atento à vida ao seu redor.
#Permita-se: As melhores idéias costumam morrer "na fonte", porque o seu idealizador policia-se, não exercita o dom supremo da liberdade. O medo do ridículo, para o processo criativo, equivale ao medo da morte. Solte-se!
#"Fuce": Os amantes da informática sabem o significado deste verbo.
"Fuçar" é explorar, é descobrir, é aprender com a vivência. Explore o mundo e todos os assuntos de forma intensa, sem medo de "estragar a máquina". Seja curioso!
#Estabeleça objetivos! Em que você quer aplicar o seu potencial criativo? Criatividade sem meta é "oba-oba"! Tenha um rumo claro a atingir.
#Continue tentando! Criatividade e persistência podem e devem andar de mãos dadas! "Desistir" é um verbo que não combina com o ato criativo. Quando achar que já esgotou todas as possibilidades de Criação ou análise, quando se cansar ou "encher o saco" no processo de criar, dê um tempo, relaxe a mente, divague. É nestas horas que costumam surgir as melhores idéias.
#Seja flexível! Uma mente cheia de pré-conceitos, idéias rígidas, concepções formatadas da realidade e estereótipos jamais conseguirá criar com liberdade. O ato criativo exige um alto grau de adaptação e maleabilidade às circunstâncias!
#Sorria! Aliás, gargalhe! O fluxo criativo é melhor atingido em estado de êxtase. Cultivar a alegria é fundamental para se criar com prazer. Veja comédias, aprenda a contar piadas, tente rir de si mesmo. A alegria estimula os hemisférios cerebrais.
#Volte a ser criança - diariamente! Uma pesquisa nos Estados Unidos aponta dados sobre a perda de criatividade da infância para a vida adulta. Tente criar com a energia, a leveza e a liberdade de uma criança. Ensine seu lado adulto a brincar de roda! Veja o resultado da pesquisa.
#Trate com carinho a sua máquina de criar! Barulho em excesso, fadiga, negativismo, dietas desequilibradas, noites sem dormir, ansiedade em demasia, mau humor: tudo isto enfraquece, cansa, prejudica o mais eficiente dos "hardware" - seu cérebro. Evite estas coisas.
#Faça! Se você captar uma idéia "no ar", lembre-se: há outras antenas girando e conectando ao seu redor. A sua "grande idéia" na gaveta não vale nada, se alguém executar primeiro. Pintou inspiração?! Largue esse teclado agora e saia mostrando para o mundo, meu irmão!
Alguns erros revelam maior desconhecimento da língua que outros. Os dez abaixo estão
nessa situação.
1 - Quando "estiver" voltado da Europa. Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e
estivesse. Assim: Quanto tiver voltado da Europa. / Quando estiver satisfeito. / Se tivesse
saído mais cedo. / Se estivesse em condições.
2 - Que "seje" feliz. O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja: Que seja feliz. / Que
esteja (e nunca "esteje") alerta.
3 - Ele é "de menor". O de não existe: Ele é menor.
4 - A gente "fomos" embora. Concordância normal: A gente foi embora. E também: O
pessoal chegou (e nunca "chegaram"). / A turma falou.
5 - De "formas" que. Locuções desse tipo não têm s: De forma que, de maneira que, de
modo que, etc.
6 - Fiquei fora de "si". Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim. / Ele ficou
fora de si. / Ficamos fora de nós. / Ficaram fora de si.
7 - Acredito "de" que. Não use o de antes de qualquer que: Acredito que, penso que,
julgo que, disse que, revelou que, creio que, espero que, etc.
8 - Fale alto porque ele "houve" mal. A confusão está-se tornando muito comum. O
certo é: Fale alto porque ele ouve mal. Houve é forma de haver: Houve muita chuva esta
semana.
9 - Ela veio, "mais" você, não. É mas, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela
veio, mas você, não.
10 - Fale sem "exitar". Escreva certo: hesitar. Veja outros erros de grafia e entre
parênteses a forma correta: "areoporto" (aeroporto), "metereologia" (meteorologia),
"deiche" (deixe), enchergar (enxergar), "exiga" (exija). E nunca troque menos por "menas",
verdadeiro absurdo lingüístico.
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto,
como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. O primeiro capítulo deste manual inclui explicações mais completas a respeito de cada um deles. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau
cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor,
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. /
Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve
muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem
normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas
peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer,
para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. /
Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez
anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para
fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja
subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por
que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por
que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito
estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à
missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. /
Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao
amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar.
É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do
predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e,
entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente),
"xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta),
"zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar),
"benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma
forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto.
Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a,
mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser
usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se
consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se
dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se
com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São
Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar,
pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não
"em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres
(de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito,
intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido,
condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale
a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos;
sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de
ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a
alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de
negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu
nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se
(inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens
se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções
subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. /
Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se
paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo:
O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso,
"cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se
usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a
moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio.
Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados:
entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos,
condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio
amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é
fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a
ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar
o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta
concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. /
Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele
foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que
sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode
aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como
embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não
varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural
é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto
de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra,
matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente:
O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do
jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto
ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes
o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos,
convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos,
lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio.
Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me
formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e
equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por
faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa
é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à
luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. /
Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de.
Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não
existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2.
Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a
epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso
cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que
receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular.
O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A
moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos
meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca
use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento
varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas
econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema:
Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país
(pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer
dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação)
tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o
elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o
time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela
mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de
pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo:
Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou
lendo), este século (o século 20).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau,
zero-quilômetro, zero hora.
72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa
uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a
significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra)
expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango
em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se
eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele
fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar:
Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem
essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas
apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm
e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",
substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém",
"precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver
segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá,
reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis,
quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em
uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o
jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é
comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão.
Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos
empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O
mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo,
cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos.
Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o
regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião,
viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre).
Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A
forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar"
alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer
foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se
diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as
palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito.
Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as
obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não
deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de
agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi
notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu
empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta.
Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou
pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo
convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode
substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente:
Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8
horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm
plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das
pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a
mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de:
Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm
cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso
ver.
Ambos (10 e 100) do Manual de Redação Online do O Estado de S. Paulo:
(http://www.estado.com.br/redac/manual.html)
Onde encontramos também muitas coisas úteis e práticas para ajudar a escrever melhor.
1 - Gramática de Língua Portuguesa - Celso Ferreira da Cunha - FAE - 11ª Edição - 1985
2 - Novíssimo Curso Vestibular - Mauro Ferreira do Patrocínio - Nova Cultural - 1991
3 - Guia ... O Estado (http:// )
4 - Net-escola (http://www.centerline.com.br/netescola/)
5 - Professor de Plantão (http://www2.e-net.com.br/historia/profp1.asp)
6 - Linux Catálogo (http://members.xoom.com/riba/utilidadepublica.htm) seção da página, onde este pequeno manual encontra-se na Internet
7 - TodoBR (http://www.todobr.com.br), site de busca brasileiro com um enorme banco de dados (muita informação), onde podemos pesquisar também por estado, considerando acentos e também por uma "frase exata".
Ribamar FS ribafs@yahoo.com
20/01/2000