A
Caneta
Comprida, larga
e cheia
Vomita seu líquido
denso e viscoso
Na alva face
alheia
Antiga, morta
de lado, ela prosta
Sorrindo, por
cima, tudo mostra
Cantando em fôrma
na crosta
A moleza da alma
da ostra
A Lua aposta
No eco do beco
da costa
Que se não
nos castra, encosta!
No fundo do poço
Osso, osso da
Lua
Ah! Meu moço,
meu gozo!
Meu bojo, meu
nojo, meu encosto, meu esboço...
Quem esboça
o poço do meu osso
Nesta mesa da
bossa
Este poço
tão moça!
Tão moça
este poço!
Com essa não
posso!
E ela? Quem?
A caneta?
Tão bela!
Ela, a caneta
de tinta alva, ereta!
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