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HOMEOPATIA: 1a RESPOSTA PARA A APRESENTAÇÃO DE AJAX MACHADO

Por Renato Sabbatini

A apresentação do Dr. Ajax encerra os mesmos argumentos velhos e batidos dos homeopatas, os quais, amarrados pela "doutrina" (leia-se: dogmatismo ou religião) dos preceitos de Hahnemann, não conseguem propor algo que demonstre de forma realmente científica o que afirmam ser a base de sua abordagem ao tratamento médico. De forma assustadora para profissionais com poder de vida e morte sobre seus pacientes, e oficialmente sancionados para praticar a medicina, mostra um desconhecimento impressionante sobre como funciona o método científico em medicina, e sobre o que constitui a natureza de uma evidência.

O Objeto da Homeopatia

Em primeiro lugar, os homeopatas nunca deixam claro em suas exposições públicas que tipo de doenças são tratáveis pelo conjunto de terapias enfeixadas pela especialidade. Com isso, dão a entender, creio que espertamente, que todos os males são susceptíveis à abordagem homeopática. Nada mais longe da verdade: nos tratados mais modernos a lista é extensa, mas se formos averiguar quais são as que os homeopatas realmente tratam no dia-a-dia do consultório, são doenças leves, e em sua grande maioria moduladas pela resposta do sistema imune: doenças infecciosas leves, principalmente as crônicas, alergias, afecções musculares, nervosas, dermatológicas, respiratórias e gastrointestinais de origem idiopática (em outras palavras: que não se sabe pelo que são causadas…) ou causadas por patologias não muito graves, algias (dores), alterações do equilíbrio hidromineral ou hormonal, alterações psicopatológicas leves, etc. A homeopatia responsável não se atreve a tratar disfunções graves de origem conhecida, como diabetes tipo I (insulino-dependentes), infecções graves e potencialmente mortais (por exemplo, meningite meningocócica), tumores e neoplasias, doenças que podem ser tratadas apenas através de cirurgias ou outros métodos físicos de alta energia, doenças degenerativas graves e irreversíveis (como coréia de Huntington), traumatismos severos, e doenças mentais graves, como a esquizofrenia.

Um médico treinado reconhece imediatamente que a esmagadora maioria das doenças tratáveis pela homeopatia pertence a uma das seguintes categorias: a) são de origem psicossomática, portanto extremamente sensíveis à relação médico-paciente, à sugestionabilidade e às mudanças de estilo de vida por parte do paciente; b) são doenças leves, que podem ser autocorrigidas pelas reações do próprio organismo do doente, ou pela passagem do tempo; c) são muito sensíveis ao efeito placebo.

Portanto, são tratáveis, sim, mas não pelo modelo medicamentoso anticientífico da homeopatia. São doenças e doentes susceptíveis aos méritos de um modelo de medicina em que a conversa longa com o paciente, a orientação altamente individualizada, a atenção ao contexto social, emocional e de personalidade do paciente, etc., têm um papel muito importante. Mas será que a medicina "alopática" também não conseguiria muito melhores resultados, se adotasse uma filosofia semelhante (como já o fez no passado?). A relação médico-paciente, em toda sua riqueza e complexidade, poderia ser mais valorizada. Infelizmente, sabemos este é um imperativo mais econômico do que médico-científico.

Homeopatia Versus Medicina Convencional

Afirmar que a medicina tradicional é um fracasso, e que por isso os homeopatas rejeitam sua formação médica e passam a exercer a homeopatia é um absurdo que nem sequer mereceria comentário. Mas, seguindo os ensinamentos do mestre Carl Sagan, não devemos deixar nem mesmo as afirmações mais absurdas sem o benefício da análise científica isenta. O Dr Ajax sabe muito bem que ele, os seus filhos, e os milhares de pacientes que ele tratou, devem seu bem-estar, longevidade e possivelmente suas vidas aos avanços da medicina moderna. Negar que os antibióticos, as vacinas e soros imunes, os modernos métodos diagnósticos, a assepsia, a anestesia, a transfusão de sangue, as terapias gênicas e moleculares, as cirurgias complexas de revascularização do miocárdio e angioplastia, de correção de aneurismas e de malformações congênitas, de remoções de tumores e cálculos, de transplantes de órgãos, e tantas outras coisas, pouco representem, é negar o óbvio, e partir para o risível. Mas que são brandidas como argumento em debates supostamente cientificos e baseados na lógica.

Sou professor de fisiologia no curso de Medicina desde 1968. Ensinei a varias gerações de futuros médicos todos os principios básicos que regem o funcionamento do nosso organismo na saúde e na doença, e da abordagem racional da medicina científica, apoiada nesses conhecimentos. Me parece absurdo e inaceitável que alguns desses mesmos médicos tenham renunciado voluntáriamente à lógica do conhecimento científico para abraçar crenças supostamente baseadas em mero empiricismo! Ou pior,em "leis" imutáveis ao longo dos séculos! Se a própria lei de gravitação universal de Newton foi mudada, porque nada muda na homeopatia? Isso não é pesquisa, doutores homeopatas, sinto muito. Nenhum pesquisador médico estabelecido em universidade aceita uma coisa dessas: uma "ciência" regida como se fosse um culto ou uma seita, e não na objetividade científica, independente e eternamente cética!

Os homeopatas argumentam que não se pode expressar opinião desfavorável a homeopatia sem que a mesma tenha as mesmas condições de pesquisa e financiamento que a alopatia. Alegam que se as mesmas condições de pesquisa e ensino fossem dadas à Homeopatia e à Alopatia poderíamos então chegar a conclusões muito mais sólidas e proveitosas não só para os pesquisadores assim como para a população em geral. No entanto, essas condições já são dadas, e a homeopatia não conseguiu comprovar sua eficácia real. Foram realizados mais de 100 estudos clínicos duplo-cego (vejam bem, apenas para testar as alegações de que os medicamentos ultradiluídos têm algum efeito farmacodinâmico), com a grande maioria dando resultados que não podiam ser diferenciados em relação ao placebo. Isso só vem reforçar o "preconceito" da medicina de vanguarda contra a homeopatia. Aliás, os homeopatas se enganam quando dizem que o modelo de pesquisa médica duplo-cego foi feito para avaliação da medicina alopática e não pode ser usado para a medicina homeopática. Ele é um método geral, embasado na investigação objetiva, comparativa e o mais livre de vieses possivel. Se os homeopatas rejeitam o duplo-cego, por neutralizar e invalidar a metodologia básica da homeopatia, que é justamente a da interação complexa com o "totus" do paciente, existem outras maneiras de efetuar comparações científicamente válidas.

Muitos homeopatas, curiosamente (inclusive o Dr. Ajax), acham que os resultados de Hahnemann foram obtidos por experimentação científica. Basta uma simples leitura do seu livro, e de outros escritos, para perceber que a metodologia que ele utilizava não tinha a menor validade para reunir evidências sólidas ("experimentar" um remédio em si mesmo e em amigos, todos louquinhos para que desse resultado positivo, não é etimologicamente, nem metodologicamente, igual a experimentar cientificamente: talvez venha daí a confusão).

A homeopatia não pode se trancar num gueto e escapar da avaliação da sociedade. Não pode ficar presa no seu proprio mundinho, só publicando nas suas revistas, só comunicando nos seus próprios congressos, etc. Não pode extrapolar, querendo curar todas as doenças do homem usando uma abordagem única. A medicina homeopática anseia ser ciência, deseja se integrar e ser aceita pela comunidade médica, deseja ensinar, propagar seus conhecimentos e conquistar mais adeptos no meio médico alopático. Então, se quer ser ciência, procure seguir os paradigmas da ciência.

Os Princípios da Homeopatia

Um dos princípios básicos propostos por Hahnemann, e que é um verdadeiro contra-senso, que vai tudo contra o que se sabe sobre a etiologia das doença e seu tratamento, é que "os semelhantes se curam pelos semelhantes". O Dr. Ajax afirma em sua apresentação que "este princípio nada tem de absurdo, muito pelo contrário, é até muito lógico, e também utilizado de alguma maneira pela medicina oficial. Senão vejamos; todas as vacinas utilizam o princípio de que o "semelhante cura-se pelo semelhante".

Ora, ora, Dr. Ajax, qualquer criança sabe que as vacinas não são curativas e sim métodos de imunização induzida do organismo (uma observação: o que é mais obscuro ainda na argumentação do Dr. Ajax é que os homeopatas "linha dura" são contra as vacinas… Se elas funcionam de acordo com o que eles mesmos afirmam, porque seriam contra?). O princípio da cura pelo semelhante não tem nada de lógico, não tem nenhuma base cientifica conhecida, e não é usado pela medicina que ele chama de oficial. Imaginem a seguinte demonstração pelo absurdo: a melhor maneira de curar-se uma ressaca alcoólica é diluir algumas gotas de uísque em um tanque de 1000 litros e pingar três gotinhas da solução resultante na língua… Ou ainda: curar a diabetes, que leva a um aumento da concentração de glicose no sangue, é possivel ingerindo-se mais glicose… Receita certa prá matar o paciente!

O segundo princípio importante é o da dinamização, ou "lei dos infinitesimais". Citando o próprio Dr. Ajax, "um outro grande feito de Hahnemann foi descobrir que para provocar a resposta terapêutica que ele deseja para curar pela semelhança, não era necessário o emprego de doses elevadas dos medicamentos. Ele descobriu que através de sucussões e diluições progressivas os medicamentos mantinham o seu poder medicamentoso porem diminuía em muito seus efeitos colaterais.". Ajax é honesto ao reconhecer que "é justamente aí que se concentram as maiores críticas à homeopatia."

Crítica é pouco para descrever o absurdo científico representado por essa proposta de 1796 (quando a própria química estava na sua infância). Um das contradições inescapáveis é dada pelo número de Avogadro, que determina o número de moléculas existentes em uma determinada quantidade de matéria. Outro é o que a biologia molecular sabe sobre a interação droga-receptor e as ações em nivel de membrana celular. Não creio que devam ser aceitáveis por médicos treinados nas faculdades para exercer uma medicina baseada em evidências, afirmações sobre pretensos mecanismos obscuros e nunca comprovados, como "memória da água", energizações, etc. Uma coisa que ninguém entende é o seguinte: porque precisa haver uma memória do medicamento ativo na água? Se ela existe e é efetiva, então a própria molécula do medicamento seria mais efetiva ainda... Pior ainda: como a água vai "saber" qual é o componente ativo da tintura-mãe ela deve se "lembrar"? Por exemplo: um dos medicamentos usados contra a gripe é um extrato de fígado de pato. Imaginem só as centenas de milhares de moléculas diferentes que essa mistura deve ter. Qual causa o efeito terapêutico? Qual tem sua energia impressa na água? Ainda mais: se a lei dos infinitesimais fosse verdadeira, qualquer contaminante indesejado na tintura-mãe, mesmo que presente em nanogramas, causaria efeitos colaterais seriíssimos no paciente, pois seria amplificado pela dinamização. Porque apenas os principios curativos são amplificados, e não os contaminantes? Será que eles são inteligentes?

Como percebe o leitor, essas contradições não têm resposta, e nunca poderiam ter, porque a base da homeopatia é o misticismo e a fé em dogmas quase-religiosos, e não a ciência, como afirmam inocuamente os homeopatas. A homeopatia, se apoiando em coisas que vão contra o conhecimento amplamente e inúmeras vezes comprovado, a respeito da causação patológica das doenças, dos principios da farmacodinâmica, e do conhecimento do mecanismo de ação das drogas em receptores, membranas, mecanismos de transporte molecular, etc., tornou-se inaceitável para a medicina científica. Essa é a realidade, e a tendência no mundo todo (menos no Brasil...) é de eliminação radical da homeopatia do cenário acadêmico e até assistencial. Eu me orgulho que a faculdade em que leciono (UNICAMP), uma das quatro melhores do Brasil, não tenha qualquer programa formador de médicos homeopatas.

Esses alegados efeitos dinâmicos e energéticos da água não têm o menor respaldo na física e na química, e me parecem mais uma espécie de "saida honrosa" para a inexplicável "lei dos infinitesimais".

O Efeito Placebo

O Dr Ajax contesta a explicação comumente dada para o efeito dos medicamentos homeopáticos, ou seja, de que seria devido ao onipresente efeito placebo; argumentando que ele está presente até em bebês e animais. Isso comprova o seu desconhecimento sobre a natureza desse efeito, que é explicada pela teoria dos reflexos condicionados de Pavlov (vejam meu artigo "Efeito Placebo: O Poder da Pílula de Açúcar", com o Dr. Julio Amaral, na revista Cérebro & Mente, sobre as suas bases neurofisiológicas: http://www.epub.org.br/cm/n09/mente/placebo1.htm). Por ser um reflexo, ocorre, sim, até mesmo em mamíferos inferiores, como ratos de laboratório. Não é necessário ser inteligente, ou até mesmo consciente, para que o efeito placebo funcione.

A grande maioria dos trabalhos científicos controlados de maneira metodologicamente aceitável, publicados em revistas de bom nível, mostrou que o efeito homeopático é igual em magnitude do efeito placebo. Eu levantei 61 desses trabalhos nos últimos anos: apenas dois deles deram um resultado estatisticamente diferente do efeito placebo (vejam meu artigo "A Homeopatia Como Ciência", no jornal Correio Popular de Campinas, em http://www.epub.org.br/correio/medicina/cp971126.htm). Como a margem aceitável de variação em biologia é da ordem de 5%, então seria aceitável que até 3 trabalhos dessem resultado positivo, aleatoriamente.

Conclusões

Um fato que impressiona na homeopatia é a sua recusa em rever e modificar suas bases de conhecimento. Tudo ainda se apoia no que Hahnemann disse há dois séculos atrás. A conclusão a que chegamos é que, no dia em que a homeopatia fizer essa revisão, vão acontecer duas coisas:

  1. vai deixar de ser homeopatia, pois ela se baseia numa linha dogmática e doutrinária. A homeopatia é o que Hahnemann disse que é. Leiam as acusações candentes da Comissão Nacional contra a Fraude na Saúde, dos EUA contra a prática homeopática, em minha página na Web (A Homeopatia Funciona? http://www.nib.unicamp.br/recursos/homeopatia)

  2. vai descobrir que todos os seus principios doutrinários não têm embasamento cientifico. Portanto vai ter que se auto-dissolver.

A caracteristica de toda ciência é progredir, rever, reformular, reinterpretar. A ciência pode ter paradigmas, dogmas jamais. A natureza da ciência é o permanente ceticismo, inclusive sobre o seu próprio conhecimento. Até mesmo os paradigmas são quebrados e inteiramente reformulados de vez em quando (vide Thomas Kuhn). Portanto, ao manifestar orgulho que a homeopatia é "igualzinha" a quando foi inventada, e que isso é um argumento a favor de que ela funciona é verdadeira, o Dr. Ajax acaba justificando a existência da astrologia, que também existe há muito tempo, e todo mundo sabe que não funciona, que é uma fraude. Antigüidade e perenidade nunca foram sinônimos de verdade…

O Dr. Ajax também afirma que "a homeopatia cresce no mundo todo e isto deve estar começando a incomodar". Lógico que incomoda, Todos os médicos conscientes e responsáveis ficam incomodados toda vez que tendências alternativas cientificamente não comprovadas, ou baseadas em dogmatismo acrítico, crescem no mundo. A conhecida máxima de "que se bem não faz, também mal não faz", pelo fato de que as medicações homeopáticas contêm apenas água, são errôneas e enganadoras. O Dr. Ajax afirma que o código de ética médica obriga o médico a tratar o paciente da melhor maneira possível, e que se a homeopatia funciona, sem provocar o mal ("em primeiro lugar, não ser nocivo", é o princípio milenar da arte médica), ela deve ser utilizada; funciona exatamente ao contrário do que ele imagina: o mesmissimo código médico exige que se utilizem apenas tratamentos com efeitos comprovados. Se um paciente necessita de tratamento sério, e o homeopata contemporiza-o, induzindo o paciente a testar primeiro suas agüinhas inócuas, ele está sendo culpado de infringir de maneira grave o preceito ético, e de estar sendo nocivo para a saúde do seu paciente. Todos devem conhecer o famoso caso da artista Dina Sfat, que estava com um nódulo no seio, e se tratou por mais de um ano com uma médica homeopata. Quando o nódulo não cedeu e a biópsia (longamente contemporizada) demonstrou malignidade irreversível, a artista teve que recorrer a um médico "alopata" para fazer uma cirurgia radical. Mas aí era tarde demais, e ela morreu da doença.

Em setembro de 1998, o Conselho Federal de Medicina, o órgão oficial que regulamenta e fiscaliza a prática profissional da medicina no Brasil, finalmente tomou uma decisão que já se fazia extremamente necessária: proibiu a prática das chamadas medicinas alternativas que não têm fundamentação científica para os procedimentos e resultados que apregoa. A partir de agora, os médicos que utilizarem essas abordagens com seus pacientes poderão ser punidos pelo CFM e até perder a licença para praticar a medicina. Também não poderão associar seus nomes a propagandas desse tipo em qualquer meio.

Mas a ação exemplar do CFM foi incompleta e frustrou os que desejam uma postura ainda mais rígida contra a medicina alternativa. A acupuntura, a homeopatia, a fitoterapia e a medicina ortomolecular, três áreas de especialização altamente polêmicas e com uma base científica no mínimo periclitante, ficaram de fora da proibição. Escaparam por pouco; mas acho que o CFM deveria rever também essas especialidades. Infelizmente, o próprio CFM, bem como a Associação Médica Brasileira, já tinham reconhecido há muitos anos a acupuntura e a homeopatia como especialidades exclusivamente médicas, principalmente devido a dois fatores: o grande número de médicos que aderiram a essas práticas, e para impedir sua prática por leigos, não-médicos, e outras especialidades incapazes de fazer um diagnóstico ou de acudir o paciente com os recursos médicos convencionais caso haja algum problema.

Se a população está gastando centenas de milhões de reais em pílulas de açucar e vidrinhos de água quase pura para tratar males reais, isso é um problema muito sério de saúde e de economia pública. A homeopatia precisa apresentar publicamente os estudos científicos que supostamente servem de base para sua "ciência", e não argumentos tão fracos, refutáveis (e errados, como no caso das vacinas), como os que o Dr. Ajax fez em sua apresentação.

Tema:   Homeopatia   Debatedores:   Ajax Machado & Renato Sabbatini   Fonte:   STR

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