ROUSSEAU E A QUESTÃO DA MULHER


Seminário sobre a primeira parte do Livro V de "Emílio ou Da Educação" de Jean Jacques Rousseau - Seminário apresentado pelo aluno da Unicamp João Batista Favaretto - Emílio e Sofia: uma sociedade perfeita: "Embora a mulher seja limitada sob certos aspectos, o que a coloca numa situação de dependência do homem, Rousseau não vê nisso um problema e em várias passagens concorda e diz expressamente que a mulher deve ser submissa ao homem. A princípio temos a idéia de que as funções realmente são equivalentes e que ambos concorrem, cada um à sua maneira , para atingir os fins que são comuns e que, por isso, os sexos se encontram numa relação de mútua dependência. Todavia, em outros momentos, essa dependência da mulher a coloca numa posição de total servidão em relação ao homem. A dependência masculina, ao invés, não é tão absoluta." (Fonte: JMARQUES)

Seminário sobre o livro V do "Emílio" - Alexsandro Augusto Januário - A Educação da mulher em Rousseau: "O Livro V do Emílio merece ser lido por causa de um interessante aspecto. A concepção rousseauniana de que homem e mulher não são iguais e consequentemente não devem estar sujeitos a mesma educação, faz-nos refletir sobre até que ponto a educação mista praticada contemporaneamente responde cem por cento aos anseios e inclinações individuais do homem e da mulher. Creio ser esta uma estimulante forma de ler este rico e conturbado capítulo." (Fonte: JMARQUES)

Relatório do Seminário sobre o livro V do "Emílio" - Primeira Parte - Relatório elaborado pelo aluno da Unicamp Genildo Ferreira da Silva sobre os seminários apresentados pelos alunos Alexsandro Augusto e João Favaretto: "Um ponto importante a registrar, é que quando se destacou a servidão feminina, baseado na referência às opiniões do marido e dos outros, deixou-se de dizer que, para Rousseau, a consciência, que existe tanto no homem quanto na mulher, é anterior e mais importante que a regra da opinião.Outro ponto é quando se afirma que "só resta a Sofia aprender a ser uma boa dona de casa", quando na realidade, Rousseau, em outro momento, havia afirmado que a mulher não deve ser educada na ignorância de todas as coisas e limitada unicamente aos trabalhos de casa; o homem não fará de sua companheira, uma serva; a natureza quer que as mulheres pensem, que julguem, que amem, que conheçam, que cultivem o espírito tanto quanto sua aparência (Cf. E. V, 501)." (Fonte: JMARQUES)

Relatório do Seminário sobre o livro V do "Emílio" - Primeira Parte - Relatório elaborado pelo aluno da Unicamp Almir José Weinfortner sobre seminário apresentado por João Batista Favaretto: "A posição que Rousseau confere à mulher na sociedade conjugal parece estranha, na medida em que afirma a sua inteligência e capacidade. Chega a dizer que a sua inteligência é mais precoce que a dos meninos. Seguindo a perspectiva acima apontada, até mesmo as aspirações femininas devem estar sob o juízo dos homens. É o homem quem deve saber o que é melhor para a mulher." (Fonte: JMARQUES)

A Educação da Sofia de Rousseau e da Lotte de Goethe: Pode o Romantismo Ser Reacionário? - Ana-Isabel Aliaga-Buchenau: "O Romantismo é freqüentemente visto como rompimento com a ordem estabelecida, como mudança revolucionária do até então existente. Diz-se que ele se contrapõe às idéias postuladas por representantes do Iluminismo e Neo-classicismo(1). No mundo da pedagogia, a obra de Rousseau, Émile, constituiu-se numa espécie de revolução. Neste ensaio mostro que as noções de Rousseau são novas e inovadoras somente com referência à educação de meninos. Ao contrário, sua visão acerca de meninas e mulheres é bastante reacionária. Uma comparação entre Sofia, a menina em Émile de Rousseau, e Lotte, a heroína em The Sufferings of Young Werther de Goethe, apresenta semelhanças entre as duas jovens mulheres. Eu postulo que o Romantismo é basicamente reacionário, como pode ser visto nesta comparação. (Fonte: Universidade Federal de São Carlos)