Filmes que fazem referências à psicanálise


  • BLADE RUNNER:
    - Freud tammbém explica "Blade Runner" - Adélia Bezerra de Meneses: "Deckard fornece a Raquel uma lembrança de uma "experiência que ocorrera em infância muito remota, e que não fora compreendida", mas que se constituíra num "traço mnêmico" que será ressignificado quando ele, ao mesmo tempo que "verbaliza" essa significação (me abrace, me beije, te quero), provoca nela sensações sexualizadas. Há aqui, importantíssima, uma ligação do "rememorar" com o "colocar em palavras" (Fonte: Jornal "Folha de São Paulo", 19 de maio de 1990)

    - Ridley SScott adapta obra de ficção e filma o grande noir dos anos 80 - Marcos Strecker: " 'Blade Runner' prevê um futuro com grandes cidades sujas e superpovoadas, onde o homem conviveria com uma mistura caótica de línguas e raças. Enquanto filme, tem estrutura simples. É uma recriação dos filmes noirs dos anos 40 e 50, em que uma história de amor é desenvolvida num meio adverso e selvagem e onde a fotografia tem um grande papel na caracterização do clima, invariavelmente tenso e desesperançado." (Fonte: Jornal "Folha de São Paulo", 19 de maio de 1990)


  • CLUBE DA LUTA:
    - A crônnica de um mundo que se partiu - Maria Maia: "Um filme sobre a esquizofrenia de nosso tempo. Assim é Clube da Luta. Rápido e nervoso, com diálogos ágeis e eficazes, o filme testemunha a queda de um mundo que se partiu arrastando o sujeito que nele se via preso." (Fonte: Correio da Cidadania)

    - Quando Holllywood encontra Freud - Edílson Saçashima: "Clube da Luta apresenta .... idéias freudianas. A principal delas, e que é o segredo do filme, é a idéia do subconsciente. O personagem de Norton é a representação do consciente, do lado racional do ser humano. Repressor, ele é a voz da moral. Já Tyler Durden é o subconsciente, a voz do instinto, sem amarras." (Fonte: Cine Debate)

    - Vioolência e Imagens do Pai no Cinema Contemporâneo - Prof. João Angelo Fantini: "Neste trabalho pretendo aludir especificamente o que considero um desses sintomas culturais encontrados no cinema, qual seja, a forma como a figura do pai é apresentada e de algumas relações possíveis desta figura com a lei simbólica eviolência apresentada em algumas produções recentes. " (Fonte: Site INTERCOM)


  • O HOMEM ARANHA:
    - Os fios da Teia - Jorge Coli: "... essa obsessão já surgira, insistente, em outras obras do diretor: a fortuna ambicionada traz poderes deletérios e maléficos. Menos até: uma simples transação, um banal pagamento, envolvendo notas e moedas, parecem ocultar sempre algo de doentio e de asqueroso." (Fonte: Jornal Folha de São Paulo - 26/05/2002)


  • MATRIX :
    - Viiiolência e Imagens do Pai no Cinema Contemporâneo - Prof. João Angelo Fantini: "Neste trabalho pretendo aludir especificamente o que considero um desses sintomas culturais encontrados no cinema, qual seja, a forma como a figura do pai é apresentada e de algumas relações possíveis desta figura com a lei simbólica eviolência apresentada em algumas produções recentes. " (Fonte: Site INTERCOM)

    - A Ética de Matrix - Raimar Zons: "Enquanto relembramos, com sensações nostálgicas, a crítica à indústria da cultura feita por Horkheimer e Adorno na Dialética do Iluminismo, onde ainda se tratava de desenhos de Mickey Mouse, ocorre-nos que as crianças de Liddleton, que em sua curta vida certamente nunca ouviram os nomes de Alberti, Descartes, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Wiener ou Baudrillard, poderiam ter estado num filme como esse." (Fonte: Site do SESC SÃO PAULO)


  • INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
    - >>Narcisismo e ética em "Inteligência Artificial", filme de Stephen Spielberg - Dr. Sérgio Telles: "É pois necessário que todos e cada um de nós reconheçamos que, ao lado de nossos desejos honrados e bondosos conscientes, dos quais tanto nos orgulhamos, também existem nossos desejos agressivos e destrutivos, invejosos, ciumentos, nossa cobiça sexual, nossa vontade de usufruir do outro até sua própria morte em benefício próprio. Não devemos negar esses desejos nem atribuí-los ao outro, não obstante que ele também os tenha." (Fonte: Site Psychiatry On-line Brazil - Outubro 2001)


  • TRAFFIC:
    - TRAFFIC, filme de Steven Soderbergh - Dr. Sérgio Telles: "A meu ver, o valor maior de TRAFFIC reside no não incidir na postura hipócrita mais comum usada por Hollywood ao abordar o tema do tráfico e do uso da droga. Em TRAFFIC, toda a ênfase recai não na produção da droga, nos confins do Terceiro Mundo, apodrecido e corrupto, que precisa ser salvo pelos mocinhos do Primeiro Mundo (CIA, ajuda militar, pressões diplomáticas, etc). Nada disso. Aqui vemos a podridão e a corrupção dentro do Primeiro Mundo, dentro da sociedade americana, envolvendo todos os escalões. É, em última instância, o que financia o tráfico de drogas." (Fonte: Site Psychiatry On-line Brazil - (6) abril 2001)


  • A LARANJA MECÂNICA (Stanley Kubrick):
    - Kubrick e A Laranja Mecânica de Burguess: Jogo de Emoções - Marcus Vinicius da Cunha: "Apesar das aparências, o universo de A Laranja Mecânica é atualíssimo, pois espelha a realidade de nossos centros urbanos repletos de gangs, cada qual com suas gírias, seus delitos violentos e o total desprezo por valores tradicionais. Respeito, solidariedade e cooperação não são as suas bandeiras. É uma realidade que reflete a ausência de controle sobre o comportamento dos jovens nos dias de hoje: as instituições sociais - família, igreja e escola - não os absorvem, deixando-os à mercê de seus instintos mais agressivos e egoístas." (Fonte: Site de Marcus Vinicius Cunha)

    - A Laranja Mecânica: Comentários Criminológicos sobre a Violência Juvenil - Warley Rodrigues Belo: "O inimigo, hoje, é mais complexo do que se imagina, mas, nem por isso, invencível. Sabe-se de uma multiplicidade de opressões, de resistências, de agentes e, mesmo assim, quando se descobre um fator que gera a violência por detrás desse fator há outros inúmeros fatores e assim sucessivamente. E o que está por trás acaba por estar também à frente, acaba por ser um fator desencadeante de violência. Tomemos, pois, o filme, como uma metáfora da vida que passa freneticamente exigindo-nos conhecer algo ignorado, mas sejamos conscientes, pois esse ‘dique’ da ignorância é insuficiente para reter o sonho de um novo futuro. " (Fonte: Site de Warley Rodrigues Belo)

    - >>Laranja mecânica, de Stanley Kubrick - Warley Rodrigues Belo: Texto que explica a gíria do filme, dando o significado de "laranja mecânica", que traz referências ao condicionamento de Alex através da psicologia behaviorista (quem é impedido de praticar o mal também é incapaz de praticar o bem), que mostra a vinculação do filme com Freud no que se refere ao livro "O mal estar na civilização" e a questão da sublimação. (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - ano 1992)

    - Kubricck e A Laranja Mecânica de Burguess: Jogo de Emoções - Marcus Vinicius da Cunha: "O fundamento desse programa é a teoria do condicionamento, elaborada pelo fisiologista russo I. Pavlov no início do século XX e desenvolvida mais tarde por J. B. Watson e B. F. Skinner, psicólogos norte-americanos que criaram o paradigma comportamentalista na Psicologia. Estímulos agradáveis – no caso de Alex, sexo e violência – são associados a respostas desagradáveis, como as que são induzidas no organismo do rapaz pelos fármacos. As imagens e a reação física associam-se de tal maneira que mais tarde, mesmo sem a ação das drogas, Alex irá sentir-se mal sempre que presenciar atos de conotação violenta e/ou sexual." (Fonte: Site Artigo sobre Laranja mecânica - ano 1992)

    - Louucura, violência, sexo e... música - Douglas Dickel: Texto que traz informações sobre as músicas do filme "Laranja Mecânica" (Fonte: Site Artigo sobre Laranja mecânica - ano 1992)


  • DE OLHOS BEM FECHADOS (Stanley Kubrick)
    - A arte políítica de Schnitzler e Kubrick - Nilolau Sevcenko: "De Olhos Bem Fechados" é um testamento à altura de Stanley Kubrick. Uma vez mais é um filme sobre fantasmas. É também uma obra sobre poder e violência, dois de seus temas mais caros. E, é claro, no centro de tudo estão o sexo e suas fantasias. Uma boa dose de cada uma das principais questões que acompanharam sua carreira desde o início, tratadas aqui com o recobrimento de ironia que é a marca mais autêntica dos grandes mestres." (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - domingo, 05 de setembro de 1999)

    - Filme dissolve horror de "Traumnovelle" - de Bernanardo Carvalho - É um filme baseado na obra prima de Arthur Schnitzler "Traumnovelle" ("Novela Onírica"): "Freud foi contemporâneo de Schnitzler (ambos viveram na Viena da virada do século, berço da modernidade) e admirava sua obra a ponto de lhe confessar, numa célebre carta, o temor que a leitura dos contos, novelas e peças do escritor pudesse de alguma forma interferir e influenciar seus pensamentos psicanalíticos, tal era a proximidade dos assuntos que os dois abordavam por caminhos tão diferentes..... Em "Traumnovelle", o sexo é revelado num jogo amoroso com a morte. A certa altura da novela, o protagonista se lembra de um livro que lera havia anos em que um rapaz, junto ao leito de morte da mãe, é seduzido e praticamente violentado por uma amiga da morta. E não é por acaso que o pesadelo sexual em que vai se embrenhar põe em risco a sua própria vida, revelando, como no mito banido pela razão moderna, um universo onde não há fronteiras entre real e representação e onde o sonho tem consequências reais. É essa ambiguidade que se perde de certa forma no filme, quando o roteiro resolve explicar ao final, como num romance policial, todas as conexões e coincidências que na novela, como num sonho, ficavam sem resposta." (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 05 de setembro de de 1999)

    - Shopping & fucking - Eliane Robert Moraes: "O mundo inumano ao qual acede O -essa heroína que sequer tem um nome- recusa qualquer traço de humanidade em função de uma transcendência que, partindo da carne, beira a ascese mística. Por certo, não é isso que ocorre em "De Olhos Bem Fechados": na figura da prostituta, mas também na do casal Bill e Alice, o filme realça justamente os impasses de uma sociedade que lança os sujeitos nas vertigens de um imaginário sem transcendência." (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 05 de setembro de de 1999)

    - O Natal diabólico de Bill e Alice - Laymert Garcia dos Santos: "A ousadia de Kubrick não se limita porém a expor a obscenidade da ordem social contemporânea. A lição ficaria incompleta se o cineasta deixasse de mostrar como se "resolve" o recalque do desejo depois que a confissão desabafou toda a culpa. A normalidade é restaurada graças a um novo recalque -desta vez do crime real. Quando Alice e William reconciliam-se, o espectador percebe que nem mesmo a culpa e a confissão de ambos lhes pertencem, pois são mecanismos forjados por uma sociedade perversa para garantir a sua sobrevivência por meio da sobrevivência deles enquanto cristãos e consumidores. O establishment se refaz na loja de departamentos, no momento das compras de Natal... com a boneca Barbie modelando o desejo da menina!" (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 05 de setembro de de 1999)

    - De olhos bem fechados - Carlos Bernardi: "O roteiro de "De Olhos Bem Fechados" é baseado no livro Traumnovelle, de Arthur Schnitzler, escritor austríaco do começo do século que se correspondia com Freud, um daqueles homens que ajudaram a levantar o véu da hipocrisia e revelaram os mecanismos que utilizamos para lidar com o nosso desconhecido." (Fonte: Site do RUBEDO)

    - Filmes de Kubrick - Os filmes de Kubrick promove relações com a teoria freudiana. Apresentamos aqui a sua filmografia. (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 05 de setembro de de 1999)


  • A RAINHA MARGOT
    - O caso "A Rainha Margot": Psicanálise e História - Arthur Prado Netto: "Um dos acontecimentos, por exemplo, que nos faz pensar na ação do inconsciente no curso da história é o da "Noite de São Bartolomeu" e de toda a conjuntura que lhe é contemporânea. E o que pôde suscitar essa reflexão foi a análise de um filme que, não obstante esteja nos limites do ficcional e do não-ficcional, possui um forte sentido histórico. Tomemos como exemplo, agora, o filme A Rainha Margot, vislumbrando mesclas do contexto histórico e psicanalítico dos fatos evidentes nos primórdios da Idade Moderna, quando a Europa convivia com a ascensão da burguesia e com a consolidação do absolutismo. Baseado no livro de ficção La Reine Margot, de Alexandre Dumas, publicado em 1845, o filme traz uma versão realista da história, revelando a psicologia das personagens, seus atos e gozos sexuais desregrados." (Fonte: Site Revista "Olho na História")


  • VERTIGEM E PSICOSE (de Alfred Hitchcock)
    - Vertiiigo e Psycho, Hitchcock e a Psicanálise - Sara Bizarro: "Os dois filmes de Hitchcock de que vou falar confrontam a psicanálise nas suas duas encarnações: enquanto terapia e enquanto teoria. À questão de saber se a psicanálise é eficaz enquanto terapia Hitchcock responde (em Vertigo - A Mulher que Viveu Duas Vezes) que não só não é eficaz como é mesmo perigosa. À questão de saber se a psicanálise é uma boa teoria acerca da mente humana Hitchcock responde (em Psycho) que a psicanálise não consegue explicar uma das coisas principais às quais se propunha - explicar os "demónios do irracional" (usando as palavras de Spellbound - A Casa Encantada)." (Fonte: Site Revista "Olho na História")

    - Vertigo e Psyycho e Psicanálise - "Para criticar de maneira mais consistente Freud e a Psicanálise, Sara Bizarro utiliza-se de dois filmes de Hitchcock : “Vertigo” e “Psyco”. Com relação ao primeiro filme, ela extrai a crítica ao método da repetição compulsiva utilizado por Freud como forma de tornar reais os traumas psíquicos para viver uma vez mais uma repetição destes traumas. Freud diz que “a repetição compulsiva localiza-se no inconsciente, baseia-se em atividades primitivas e provavelmente está embutido na própria natureza dos instintos, é um princípio tão poderoso que consegue derrubar o princípio do prazer, dando a algumas partes da mente o seu caráter demoníaco” (Freud: Dictionary of Psychoanalysis, p.157).(Fonte: Site CINE MAGIA)


  • A ESTRADA PERDIDA (de David Lynch)
    - Riiitos da Insensatez - Jurandir Freire Costa (Psicanalista): "Nosso cotidiano é o de um campo de concentração ao ar livre, cujas cercas de arame farpado são nossos minguados corpos, apertados em músculos, regimes ou etiquetas impostos pelo marketing e neste museus de cera do futuro que são os shopping centers. Toda intensidade e potência criadora que podemos ter ou são domesticadas por drogas e consumo, como tão bem observou Renato Janine Ribeiro, ou drenadas para sentimentalismos volúveis e orgasmos padronizados via Internet ou via 'pulp fiction' politicamente correta ou incorreta, com ou sem recheio 'científico'." ".....A violência que atinge as personagens não é só trivializada pelo hábito; é transfigurada numa potência esmagadora que devasta tudo e todos, sem que ninguém possa dizer 'não!'. Este sentimento de impotência é o espelho do narcisismo de hoje. Porque reduzimos nosso tamanho moral, agigantamos o fetiche do sexo, das paixões, do mercado, da solidão, da violência, das drogas e, por fim, de palavras como 'vida' e 'morte', que se tornaram o último argumento cínico contra os que permanecem acreditando no poder da vontade humana para construir um mundo melhor: o que quer que você faça será igualmente inútil!" (Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 27/04/97)