Sobre o Big Brother
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Sobre o Big Brother
Por uma cultura de Exigência
Sobre os Touros de Morte
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Textos da Casa
Sobre a Branca de Neve
Por uma cultura de Exigência
Para melhorar a democracia
O Trombone
O Trombone
A Reabilitação de Portugal
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Ideais Para Portugal (um esboço) Um agente partidocrático com o nome Pecara veio lançar insinuações de totalitarismo sobre a nossa organização ao Expresso on-line, e por isso venho tentar esclarecer, de forma muito sucinta, as nossas ideias socio-politicas. O totalitarismo, ou tirania, tem ideias claras que são opostas às nossas, nomeadamente no que respeita às outras etnias e ao exercício do poder. Eis algumas das nossas ideias (e de muitos outros) Sobre as outras etnias e culturas 1)A Europa precisa desesperademente de emigrantes. Porquê? Porque a sua população está a envelhecer rápidamente e são precisas PESSOAS em idade “activa” para 1) manter o crescimento economico, e também 2) nos países em que a segurança social é assegurada pelo estado, para assim “pagar” as reformas aos aposentados. Os emigrantes precisam de Europa para ter uma vida economica e social aceitável que não existe nos países pobres. 2)A diversidade cultural é positiva e a cooperação e miscigenação entre os povos e culturas altamente enriquecedora para a humanidade. 3) É necessário receber condignamente a vaga de emigração e realizar uma integração social faseada, digna e humana, para o desenvolvimento sustentado. 4) É necessário acabar com a exploração ilegal de mão-de-obra barata, que além de ser indignamente tirânica e covarde, é perigosa para a estabilidade social porque gera grupos marginais. Sobre a democracia Advogo um sistema democrático orgânico (ver links Trombone) onde os lugares de poder devem ser acedidos por méritos provados e avaliados continuamente pelos resultados sobre a vida das pessoas e não por tricas partidárias e compadrios opacos aos cidadãos. O exercício do poder político deve ser um SERVIÇO à comunidade e ao ambiente e não o contrário (como nas autocracias incluindo as partidocracias). Como tal os delegados do poder devem ser excepcionalmente bem pagos, mas não devem ter reformas milionárias antecipadas. Deve ser abolida a “profissão” de politico, sendo os politicos os cidadãos mais competentes de cada área de trabalho, e que tenham simultaneamente uma motivação de serviço à comunidade. O poder politico deve ser receptivo às necessidades e direitos das pessoas, localidades, comunidades, diferentes etnias e espécies do ecossistema ambiental, e as políticas devem satisfazer essas necessidades e não as de grupos afiliativos (seja eles económicos, familiares, corporativos ou criminosos) instalados no poder. As eleições devem ser representativas da vontade do povo e os deputados centrais personalizados por cada região; os mandatos devem ser limitados no tempo. O exercício do poder deve ser transparentemente fiscalizado por agentes independentes compostos de cidadãos, para evitar a corrupção. Os cidadãos devem estar cientes dos seus direitos e exigir uma governação de qualidade, e se for caso disso por se verem privados dos seus direitos e ameaçados na sua segurança e dignidade, manifestarem-se e actuarem directamente, ao abrigo do direito de resistência proclamado na constituição Sobre o Estado O estado deve assegurar a responsabilidade do controlo e regulação de produtos e actividades ditas “perigosas”, tal como a droga, o álcool e a prostituição. (para continuar)
Já Chega. Por uma Cultura de Exigência. Quem vai acreditar ainda nas novas promessas de uma Ministra da Saúde que no início do mandato entrou a criticar severamente o trabalho dos/as anteriores ministros/as, prometendo acabar com as listas de espera, e que afinal nada de jeito conseguiu fazer? Quem vai acreditar ainda nas novas promessas de um ministro das finanças que deixa derrapar o orçamento de estado de uma forma irresponsável, não tem dinheiro para pagar a ADSE nem o IVA aos seus servidores e contribuintes? Quem vai acreditar num primeiro-ministro que prometeu paixão pela educação, pela saúde, pelo diálogo, e que afinal se revelou um impotente para sequer assegurar serviços dignos aos cidadãos? Quem vai acreditar ainda na PROPAGANDA POLÍTICA, que pelo que viemos a saber, os nossos governantes secretamente treinam em cursos de utilidade nula para o país, pagos pelos contribuintes que os elegeram e os que não os elegeram, ministrados por fundações de finanças duvidosas sediadas no El-Dorado socialista dos Casinos de Macau? Quem vai acreditar num partido que afirma ignobilmente ter recebido em 1998 apenas uns míseros 20 contos de donativos privados e que apresenta despesas de centenas e centenas de milhar de contos? Chega de trapalhadas irresponsáveis que custam avultadas verbas milionárias, carreiras inteiras, vidas humanas e toneladas de suor em vão. Chega de golpadas infames mascaradas de governação e desenvolvimento. É altura dos portugueses exigirem QUALIDADE naqueles que são PAGOS por nós para servir o país, e não para o país os servir a eles e ás suas reformas precoces (pelos vistos reformas precoces não por invalidez, mas por esperteza...) È altura de em todas as áreas do dia-a-dia os portugueses exigirem de quem responsável um serviço COMPETENTE, sério, honesto e eficaz. É altura dos portugueses denunciarem e repreenderem quem é aldrabão, incompetente, preguiçoso, mentiroso, burlão, ignorante, e mal-criado. Seja em que área for. Na medicina, na Hotelaria, na Educação, no Comércio, e também, cada vez mais na Politica e na governação. E para os prevaricadores, corruptos e perversos, sejam eles quem forem exigir JUSTIÇA, tal como é aplicada a qualquer pobre diabo que não tem onda cair morto, e a qualquer cidadão normal e sem padrinhos e contactos no poder. Não estamos a falar sequer de luxos modernistas, estamos a falar de Vidas Humanas, do nosso bem-estar, da nossa esperança, da nossa dignidade, e também, do nosso orgulho como Portugueses. È altura de retomar a cultura de Exigência, rigor e seriedade que nos transportou para os quatro cantos do mundo, e de deixarmos de ouvir a cantiga do bandido de que o português é de brandos costumes, e genéticamente incompetente. É mentira, e é tanto mais infame essa mentira quanto os senhores do poder afastam sempre os competentes que ameaçam o seu monopólio de compadrio, corrupção, sabujice e mediocridade, para poder continuar o seu reinado de carreirismo vaidoso e vão, de desvio de riqueza para as suas quintas e contas bancárias secretas, para as bocas famintas das suas cortes de sabujos ávidos de “subir na vida” . É altura dos portugueses olharem para a sua história e separarem o trigo do joio; identificar aqueles e respectivas politicas que beneficiam a todos, e aqueles que apenas conseguiram perder, esbanjar, e fazer o seu povo perder. É altura do povo português deixar de se satisfazer com o cinismo e auto-comiseração e passar a aspirar a Valores éticos e humanos. Não a palavras vazias e sedutoras de raposas políticas, mas a palavras da homens e mulheres que se traduzem em actos concretos de dignidade humana, de coragem e de verticalidade, de desenvolvimento, e que assim e só assim mostram o seu valor, Esta é uma tarefa para todos, no dia-a-dia, que não implica esforços imensos, mas apenas uma mudança de mentalidade. Uma pequena mudança em cada um, somada por milhões, poderá fazer “milagres”. Chegou a altura de deixar de ter piedade pelos indignos, de deixar de se corromper, de deixar de alinhar em esquemas duvidosos e chico-espertos e a ter uma cultura de EXIGÊNCIA. Essa é a melhor maneira de ajudar os politicos a ser sérios e competentes: exigir que façam o seu trabalho e deixem de sujar o nome do povo a quem servem. A politica é demasiado séria para ser deixada apenas aos políticos! Ter demorado tanto tempo a perceber isso vai trazer já custos imensos a cada um de nós e ao país no seu todo. Já chega.
15 Dezembro 2000 Touros de Morte: Factos e Argumentos Desde a mais remota antiguidade, os rituais de morte do touro instituíram-se nas tribos Celtibéricas. O mito de Teseu, originário da antiga creta, onde o herói penetra no labirinto para matar o minotauro é sem dúvida um arquétipo comum a todos os rituais de luta entre o homem e o bovino. À medida que a cultura evolui, formas 'primitivas' de relação e regulação social tendem a ser eliminadas por convenção da classe dominante. Até aqui estamos todos de acordo. Assim, as leis foram progressivamente sancionando a violência e a agressão nas interacções sociais, e é aparentemente nesta linha progressista que se inserem os movimentos anti-touradas. Digo aparentemente porque existem razões concretas, as quais passarei a expor, pelas quais podemos considerar que a proibição dos touros de morte não tem qualquer lógica progressista mas sim profundamente reaccionária e até mesmo totalitária e ditatorial. Senão vejamos: Em 1928, foi proibida em Portugal a morte do touro na arena. Primeira questão: em que contexto social, político e legislativo ocorreu esta inovação? Portugal estava desde 1926 sob uma ditadura militar, a qual deu origem ao Estado Novo em 1933. A 1ª República tinha sido abolida, juntamente com a democracia, a qual só veio a ser recuperada na 3ª república em 1974. No campo legislativo o contexto é o seguinte: em 1926 - estabelecimento da censura prévia à imprensa; em 1926 e 1927 - criação das Polícias de Informações de Lisboa e Porto (secretas e precursoras da PIDE); em 1928 - proibição da morte do touro, em 1930 encerramento do Partido Republicado Português (acompanhado de prisões e deportações); em 1932 - o Ministro da Instrução Pública, publicou uma lista de frases a incluir obrigatoriamente em todos os livros de leitura em que a obediência é o primeiro dos valores que o regime quer incutir nos cidadãos (ex:; 'Quanto mais fácil for a obediência, mais suave é o mando'. 'Se tu soubesses o que custa mandar, gostarias de obedecer toda a vida'.). Seja qual for a posição ideológica e opinião histórica que tivermos sobre as virtudes da ditadura militar de 1926-33, uma conclusão a tirar deste contexto legislativo é obvio: a proibição da morte do touro faz parte de uma ofensiva política para controlar a vitalidade da Nação numa lógica totalitária e ditatorial. O que é mais gritante é que podemos identificar os gérmens de tudo o que é malfazejo e triste na nossa mentalidade 'portuguesinha': a censura, o medo, a deportação e (emigração) de pessoas de valor, a 'carneirice' obediente e provinciana, lado a lado com a proibição da morte do touro. Segunda questão: qual é a garantia de progresso social e ético que esta proibição nos traz? Ao permitir que as touradas continuem, mas obrigando a que a morte do animal se pratique nos claustros do matadouro, a lição é a de que se pode torturar um ser vivo para gáudio dos instintos do povo, mas o golpe fatal deve ser escondido; protegendo os espectadores da visão cruel e misericordiosa da morte. Seria análogo a abolir a pena de morte mas permitir a tortura pela polícia (e não é por acaso que as nossas esquadras de polícia estão na mira da Amnistia Internacional, é porque nelas se pratica tortura). A lição é a da hipocrisia, das 'meias-tintas', do 'assim-assim', do 'vai-se andando', do nem 'f... nem sai de cima'. O que seria congruente seria proibição total das touradas (como foi estabelecido na Argentina, p.ex). O efeito que a excitação da agressividade sem um clímax provoca no sistema nervoso ainda está por estudar, mas acredito que seja equivalente ao coito interrompido - desregulação neuro-vegetativa. A proibição da morte do touro não nos faz mais civilizados; faz de nós uns bárbaros mais inibidos e fracos. Condenados à castração da espada do matador, ficamos confinados ao 'espeta mas não mata' da bandarilha, curiosamente tão parecido com nosso futebol do 'finta mas não marca golo'(que agora felizmente já vai pertencendo ao passado). A evolução de um país atrasado não se faz com a política da panela de pressão à custa de proibições dos rituais ancestrais do povo, que bulem com toda a regulação e expressão controlada dos instintos primários. Faz-se com investimento na educação e numa infância melhor. Podemos acabar com as touradas de morte que isso não aumenta a nossa taxa de alfabetização, só aumenta a nossa taxa de inibição emocional. Um luta progressista não se faz contra a tradição, faz-se a favor do progresso. A ideia é de que à medida que sejam atingidos níveis de educação e saúde mental suficientes as pessoas naturalmente evoluem para as formas mais civilizadas de sociedade. Os países mais civilizados e desenvolvidos do mundo têm estas duas características gémeas: educação e liberalismo. Por isso a única coisa lógica e congruente a fazer, simultaneamente ao levantamento das leis repressivas de censura, da polícia política, etc, é o levantamento da proibição dos touros de morte. A única alternativa honesta possível é a proibição total dos suplícios tauromáquicos, ficando apenas autorizadas as largadas, pegas de forcados, e outras tradições tauromáquicas que não incluam o suplício do animal. Mas para sermos congruentes teríamos de acabar também com a caça. E também com as condições deploráveis de vida e morte dos animais para consumo industrial. Com as experiências científicas violentas com animais inocentes. Se o argumento é que os fins de sobrevivência (alimentação e descobertas cientificas) justificam a crueldade com animais enquanto o divertimento já não justifica, então esse argumento é de é mais importante sobreviver do que Viver, coisa que muitos com certeza não estarão de acordo. O caso da 'cruzada' contra as festas de Barrancos é o exemplo acabado de 'vista curta'. Tal como o touro míope, os proibicionistas anti-Barrancos marram de frente ao pano sem reparar no contexto que os envolve. E o pior é que muitos são movidos por um oportunismo político do mais hipócrita que existe. José Elias Nunes
O Grande Irmão vem sempre ao de cima O programa Big Brother tem sido severamente atacado por quase tudo o que é «opinion maker» neste país. O que chama a atenção não é a existência de críticas (em si uma prática saudável) a esta experiência de cobaias humanas com fins lucrativos. Não, o que me chama a atenção é o furor raivoso, a paixão repressiva, o exagero odioso, o catastrofismo!, destas críticas. Este estado de coisas é de tal ordem que ilustres comentadores e responsáveis políticos, alta nata do «stablishment» nacional, chegam à ofensa pessoal e moral aos indefesos participantes no programa...como qualquer taberneiro faria! Porquê? É o que vamos tentar responder. Castro Caldas, eminente médico, num acesso de exagero de mau gosto e infelicidade diz «O Big B. é como Auschwitz!». O Sr. Caldas comparou um reles programa de TV ao Holocausto hediondo e inenarrável dos campos de concentração, diminuindo dessa forma a gravidade de Auschwitz! Passou-se! Mário Soares diz que tinha vontade de exercer censura sobre o Big B. Que loucura: Soares pai, o perseguido pelo fascismo, o Cavaleiro romântico (ou Sancho Pança...?) da democracia, agora ganhou desejos de exercer censura! Flipou! Miguel Esteves Cardoso cospe no prato da sopa e morde a mão que lhe deu de comer (a malta que curtiu bué «O Amor é Fodido» - o único best-seller do MEC) ao dizer «comparada com a boçalidade dos habitantes...apetece ser cão, serpente, osga, bacilo de Koch - tudo menos ser humano». E Emídio Rangel, aparentemente mentindo (segundo M. Sousa Tavares) com quantos dentes tem na boca, diz que não comprou o Big B. por causa de princípios éticos! Tanto barulho porquê? A resposta é simples. Os homens e mulheres do Big B. tem mais audiência do que aqueles que furaram toda a vida para ascender ao topo da classe social. A malta dos subúrbios, a geração rasca, ascendeu subitamente ao Olimpo da TV e instalou-se como deuses, e as suas mesquinhezas diárias têm mais interesse para o povo do que as ‘postas de pescada’ dos profissionais do Terceiro Poder (a comunicação social). E é claro, estes protegem a sua coutada com unhas e dentes e espumam de raiva. O escândalo que os nossos profissionais da democracia-espectáculo apregoam contra o Big B. é tremendamente parecido com escândalo que a liberdade intelectual e sexual causou aos poderosos do anterior regime. O escândalo da liberdade. Contra ela, só se consegue utilizar o estandarte da suposta superioridade moral, e muito raramente os argumentos racionais e sensatos. Aqui temos o Big. B.; produto comercial, rentável, o frankenstein do mercado livre. Queremos mercado livre para ter Continentes e Colombos, BMW e quintas da marinha, e já não o queremos para ter a malta dos subúrbios a rebentar com as audiências? Seria tão infantil como o Bill Gates fazer birra por existirem vírus na internet, ou os G8 revoltarem-se por causa do lixo que o seu desenvolvimento industrial provoca. (Quando Alfred Nobel se sentiu culpado por comercializar a dinamite, criou o prémio Nobel para se redimir. O que vão os senhores profissionais da democracia-espectáculo, fazer para se redimirem do Big B.?) Sim, porque aquilo que se vê no Big B. não é mais nem menos do que o jogo do poder em bruto, purificado. Os participantes do Big B. são artificiais e cínicos como muitos dos que se exibem todos os dias nos nossos meios de comunicação social, só que mais brutinhos, menos sofisticados. Os do Big. B estão lá para os 20.000 dele, fazem sacanices e intriguices aos supostos companheiros, lamentável.... E nas cúpulas da sociedade, é diferente? Para que andaram muitos dos poderosos a furar toda a vida e a trair companheiros? Não foi pelo dinheiro, poder, influência, dominar as audiências? Pode dizer-se que os participantes do Big B. não trabalharam o suficiente para a fama que têm, em comparação com os profissionais da democracia-espectáculo. Mas isto é fazer batota, pois eu pergunto: e os participantes do Big B. foram estudar para a Europa com a fortuna dos pais? Tinham bibliotecas completas em casa à nascença? A resposta é não. Nesse aspecto o Big B. é mais do que democracia-espéctaculo é o espectáculo total da Democracia (uma boa selecção de concorrentes pode transformar o Big B. num achado político de quilate superior). Perante o espectáculo do Big. B. é necessário de uma vez por todas dizer, sem catastrofismo ou cinismo masoquista: aquilo é a sociedade contemporânea. Somos nós, seres humanos enredados numa sociedade que promete o prémio financeiro e a fama a quem arriscar o salto em frente. Aquilo é o fast-food que não dá trabalho a fazer e o lixo que produzimos, o tédio e gosto inocente em anedotas boçais, a nossa vontade de despir os espartilhos morais, a nossa sociedade do espectáculo, (o fellatio de Clinton no Telejornal) é a globalização da cultura pop, o resultado de políticas de educação negligentes e o supra-sumo do evangelho publicitário. Aquilo é a vanguarda da cultura contemporânea (Dada), para o bem e para o mal, ou melhor: além do bem e do mal (já agora, humano, demasiado humano). Querer acabar com o Big B. é advogar uma lobotomia cultural. Cuspir no Big. B. é cuspir na sociedade em que participamos. Está aberta a caixa das sugestões para melhorar a espécie humana, toda. Desde os meninos do B.B., aos intelectuais e políticos. José Elias Nunes ALGUNS COMENTÁRIOS 8 comentários 1 a 8 14 Dezembro 2000 às 14:46 Andre Moura Finalmente um comentario sério sobre este programa que, quer queiramos quer não, é horripilante. Analise extremamente bem feita e muitos parabens pelo exclente artigo. Só tenho pena que algumas pessoas como o senhor joaquim não tenham percebido nada do que foi escrito. 10 Dezembro 2000 às 11:57 Antonio Teixeira Meu caro Nunes, você tem toda a razão. E o problema está no facto de a TVI ter ultrapassado a SIC. Será o BIG SHOW SIC melhor que o BIG BROTHER? Acho que os políticos não se deviam meter nestas coisas.Compreendem-se as críticas do Ministro Sócrates e outros membros do PS como o Dr. Mário Soares, porque a TVI é na verdade uma Televisão que vem desmascarando os escândalos e a desgovernação e, portanto, ao governo não interessa uma TVI com elevadas audiências. Já quanto a alguns comentários de membros de outros partidos, mesmo que mais suaves, demostram falta de sentido político ou são movidos por interesses de outra natureza. 9 Dezembro 2000 às 17:52 Antonio Lugo Se a Democracia é tão livre porque não se permitem as organizações policas da chamada extrema-direita" ? Não será essa proibição o que o se critica nas ditaduras ? Em que ficamos ? Se a Democracia proibe, então não é Democracia. Diz-se que a Democracia não autoriza sòmente aquilo que defende ; pelo menos é o que se ouve diizer. A Democracia na Europa autoriza a droga, a prostituição, a homosexualidade, o casamento de maricas e lesbianas, a adopção de crianças por esses "casais" de invertidos e ultimamente até as menores de idade podem abortar sem autorização dos Pais ... Todos os democratas aceitam esses princípios ? De que tem medo a Democracia ? Que em eleições ganhem os "ditadores" ? E se essa for a escolha do povo, democraticamente expressa no voto ? Não chega à Democracia o controlo dos meios de comunicação e do ensino nas escolas ? Independentemente das opções politicas de cada um, não tinham os srs Milosevic e Haider, sido eleitos democraticamente ? E que respeito por esse facto teve a Democracia Global ? Todos somos iguais só que uns são mais iguais que outros ! Saiba sr. José Ramos Contreiras da Silva, o "big brother" não é só um programa de TV ou um livro do Orwels ; é mais ... muito mais ! 9 Dezembro 2000 às 12:37 A . Soares (Asoares@mailandnews.com) MUITISSIMO BEM , concordo , aprovo , grande análise , superior redação , quem não percebeu e tentou denegrir ou é BURRO ou anda a comer porcarias . 9 Dezembro 2000 às 1:47 Luis Romão (lmer@netc.pt) Os meus parabéns ao autor por esta competente análise. 7 Dezembro 2000 às 22:20 joaquim (joaquim_m@iol.pt) afinal o que é a vida? a vida é a ausência de big brother? tá bom,não muito bom. vai desde a miséria à ostentação, um verdadeiro desfile onde o autor descarrega sei lá o quê entre umas observações pertinentes e uma demonstração de vocábulos complexos, vários idiomas e onde, de facto, é tentada a originalidade. 7 Dezembro 2000 às 18:36 Elsa Mascarenhas (emascarenhas@mail.telepac.pt) Fantático. Nem tenho palavras, mas também ficou tudo dito, e digo, muito bem dito 7 Dezembro 2000 às 2:55 António Alves (amalves@netcabo.pt) MUITO BEM!
29 Novembro 2000 A Branca de Neve e o bode expiatório A polémica instalada à volta do filme «Branca de Neve» de César Monteiro está atravessada de paixões e exageros de um lado e de outro. Porém é muito claro que o Sr. César Monteiro está a servir de bode expiatório num processo primário de julgamento popular, papel o qual parece estar à altura de encarnar na perfeição. Toda a gente minimamente atenta ao movimento cultural português sabe que o Sr. César Monteiro é uma personalidade instável e problemática, muitas vezes de uma irresponsabilidade e impulsividade infantil (isto para usar eufemismos), característica sobejamente demonstrada nos seus «happenings» e intervenções caturras, sarcásticas e até agressivas. A irresponsabilidade presente neste processo não é a do Sr. César Monteiro (porque os seus filmes são, para todos os efeitos, objectos de arte e não objectos industriais de consumo), mas sim a irresponsabilidade dos empregados do Estado que o financiaram. A quantia de que estamos a falar (70 a 130 mil contos, as fontes variam) é irrisória, por exemplo, em relação aos milhões de contos que são furtados ao estado pela fuga aos impostos e fraudes à segurança social. Não é merecedora de tanta indignação popular, a não ser que esteja certa a tese do bode expiatório em que um comportamento «mínimo» é investido com toda a frustração popular, acumulada ao longo de muito mais graves ultrajes. As recentes arquivações dos processos de «facturas falsas» e do Sr. Pedro Caldeira envolvendo fraudes de milhões de contos foram aceites sem grandes polémicas, mas as dezenas de milhar dados ao cineasta para fazer uma obra de arte são sovinamente alardeados como um rombo no Orçamento de Estado! A obra em questão (ecrã negro e banda sonora) representa uma solução dada pelo cineasta depois de muitas horas de trabalho e preparação. Uma solução que, paradoxalmente, pode revelar mais pudor e respeito pelo público do que as eventuais imagens captadas pela câmara, pois o próprio César Monteiro diz que «o filme era um filme falhado». Mais pudor e respeito que muitos filmes portugueses (e estrangeiros) que optam por revelar visualmente aquilo que só provoca aborrecimento e tristeza, quando não náusea e dores de cabeça. Filmes falhados todos os cineastas fazem, com dinheiro privado ou estatal, lembremo-nos só do multimilionário «mega-flop» «Waterworld» de Kevin Costner. Mas nem todos têm a lucidez radical de colocar o seu casaco à frente da câmara, e dividir os críticos da especialidade entre o repúdio e o louvor. Os filmes falhados «normais» só recebem o repúdio. Nesta solução, um filme com ecrã negro, César Monteiro pode ter dado ao cinema português uma entrada nas enciclopédias da 7ª arte... Tal como, por exemplo, o surreal e repelente «Le Chien Andaluz» de Luis Buñuel, e no campo das artes plásticas, o urinol-fonte de Duchamp, entre tantas outras obras que, como é natural nas inovações conceptuais, provocaram reacções adversas no seu tempo. Não tenhamos vistas curtas e hipertensão para não repetirmos a atitude que fez com que tantos artistas geniais no passado tenham morrido no ridículo e na miséria, para depois serem elevados a santos por uma população faminta de glórias nacionais. Não arrisco a aposta de decidir se o Sr. César Monteiro é génio ou apenas mentalmente desequilibrado. Enquanto que a solução apresentada pelo filme é sem dúvida um toque de génio, as aparições e atitudes de César Monteiro na comunicação social são sem dúvida as de um louco. E não esqueçamos que nos linchamentos populares são sempre os «estrangeiros», os «desequilibrados», os minoritários, os loucos, em suma, os «estranhos», a sofrer a fúria primária do povo. Os hipócritas culpados de grandes crimes, esses estão disfarçados de iguais. Talvez seja interessante dar ouvidos ao produtor Paulo Branco, quando chama a atenção para os filmes realmente buraco-negro, aqueles que financiados e pagos pelo contribuinte, não chegaram sequer a ser feitos (ver jornal «Tal & Qual», de final de Setembro). E com isto voltamos ao tema dos milhões e milhões estatais desaparecidos nos buracos negros que não podemos julgar, porque não estão em exibição «num cinema perto de si». Finalmente a metáfora: ecrã negro como o sono da Branca de Neve depois de ter mordido a maçã envenenada. (César Monteiro mordeu a maçã envenenada do financiamento estatal?). Ou o grande sono do cidadão médio ocidental, dormindo como a inocente Branca de Neve, enfeitiçado pela bruxa do corporativismo consumista e suas imagens omnipresentes, sem nunca acordar... No filme «Until the End of the World», Wenders conta-nos a história de pessoas que estavam viciadas nos seus próprios sonhos, através de uma máquina que transformava os sonhos em imagens. A cura para esta doença era o contar de histórias através das palavras, sem imagens. César Monteiro parece ter levado esta metáfora à letra. José Elias Nunes
A Sério, mas com uma pontinha de humor... A REABILITAÇÃO DA SOCIEDADE PORTUGUESA Depois de se ter abolido e proibido o “profissionalismo” politico, os ex-politicos que tivessem conseguido ser considerados inocentes em tribunal ou levassem pena suspensa, e que tivessem uma carreira de jeito retornariam pacificamente aos seus afazeres (como muita gente honesta faz, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa, Garcia Pereira, Sousa Franco, Vitor Constâncio, etc): António Guterres ia dar aulas para o técnico (se o aceitassem, se não ia para o secretariado da Opus dei). Migas Portas ia para Pequim fazer um mestrado em Sociologia (e levava uma bala no bolso paga pela mãe, pelo sim pelo não) Pipi Portas voltaria ao jornalismo e morderia os calcanhares ao bloco central (e não apenas ao PSD...dá que pensar), Baby Soares metia próteses dentárias de ouro e ia para a Jamba tratar de “negócios”. Almeida Santos dedicava-se a tempo inteiro aos seus “negócios” (e preparava a sua própria defesa no tribunal internacional dos direitos do homem) Mario Soares ia para secretário de Stanley Ho e seus casinos, (ou se não o aceitassem ia fazer um programa matinal de culinária propagandistica para a TV de Berlusconi.) Manuel Alegre dedicava-se à literatura e deixava de prostituir a sua “veia artística”. Edite Estrela deixava o cimento e o abate de árvores e voltava à venda honesta de cosméticos na Linha de Sintra (Sintra mesmo só mesmo aos Domingos na Periquita). Valentim Loureiro voltava para as Forças Armadas. E por aí fora. Os que não tivessem carreira, nem hipóteses de inserção social, nem quisessem terminar os estudos (como Sócrates, Coelho, Cravinho, e tantos, tantos, tantos, ó deus tantos!, outros) eram reciclados em programas de “reality show” como big brothers e “survival”, apresentadores da eurovisão, manequins de publicidade “charme dos 40 e 50”, actores de cinema português ou das Nicolau Breyner Prod., ou no pior dos casos, animadores de rua. Os mais humildes eram pagos pelas C.M.’s como engraxadores de rua pitorescos e “trigueiros” para manter a tradição. Os que prevaricassem no seu “vicio” politico, iam para aquilo que tem queda, depois de se legalizar e regular estatalmente a “mais velha profissão do mundo”. (continua)