CRISE DE IDENTIDADE

Nesta altura da vida,já não sei mais quem sou.
Na ficha do médico,apareço como
cliente.
No restaurante,sou
freguês.
Quando alugo uma casa,viro
inquilino.
Na condução,sou
passageiro.
Nos correios,sou
remetente
No supermercado,sou
consumidor
Para a Receita Federal,sou
contribuinte.
Com o prazo vencido,sou
inadimplente,e se não pago,sou sonegador.
Para votar,sou
eleitor;mas ,no comício,sou massa.
Em viagem viro
turista.
Na rua,caminhando,sou
pedestre,e se me atropelam,viro acidentado.
No hospital,me transformo em
paciente.Para os jornais,sou vítima.
Se compro um livro,viro
leitor.
Se ligo o rádio,sou
ouvinte.
Para o Ibope,sou
espectador.
No futebol, eu, que já fui torcedor, virei
galera.
E, quando morrer, ninguém vai se lembrar do meu nome:
Vão me chamar de
finado,extinto,defunto e,
em certos círculos, até de
desencarnado.
E pensar que, no meu apogeu, já fui mais eu...

(autor desconhecido)

 


 

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