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O Husky Siberiano |
O HUSKY SIBERIANO A origem do actual Siberian Husky ainda é discutível nos tempos de hoje. Num documento escrito pelo Russo Zogoskin, que viajou pelo Alaska desde 1842 a 1844, com alguns cães provenientes da Sibéria, informou-nos que, já em meados do Século XIX, viu cães de trenó siberianos no Alaska e, o que é mais interessante, relata-nos que os habitantes do Alaska, nesse tempo, não eram grandes conhecedores da condução por trenó. Estes usavam, com efeito, grupos compostos por 3 ou, no máximo, 4 cães, que puxavam o trenó, mas guiados pelo Homem, o que nos leva a crer que, nesta época, não existiam cães treinados para responder a ordens e o desconhecimento do cão líder. Após a viagem de Zogoskin, outros cães chegaram ao Alaska com os seus condutores e treinadores, pelo que se pode supor que os olhos azuis e as características morfológicas dos cães siberianos que ainda hoje são comuns em muitos cães que nasceram ao longo do Rio Yukon descendem dos cães primitivos desde meio do século XIX. Os estudiosos que seguiram a evolução do Husky Siberiano do American Kennel Club (Organização Americana de Criadores de Raça Pura acreditam que o grupo de cães que iniciou num trabalho de selecção para o reconhecimento desta raça provem da zona de aldeias afastadas da tribo dos Chukchi, situada sobre a Costa Ártica, a 100 Kms para o Este de Chaun Bay. A dificuldade para determinar com exactidão a origem dos cães de trenó da Sibéria deve-se principalmente às condições históricas, políticas, geográficas e sociais que ocorreram nos primeiros 30 anos do Século XX, tanto no Alaska como na Sibéria. Tal como o nome indica, o Husky Siberiano é originário da Sibéria. Acredita-se que a raça foi aperfeiçoada pelos Chuchis, ou Chukchis, um povo proveniente dos esquimós estabelecidos na região do Rio Kolyma, no Norte da Sibéria. O relacionamento entre a tribo e o sistema inteligente de criação que empregaram deu como resultado um melhoramento da raça e uma estirpe que tem permanecido pura durante mais de 2000 anos. A diferença dos esquimós que emigravam através do Alaska e do Canadá até à Gronelândia e abandonavam os seus cães quando não os utilizavam realmente, os Chukchis não apenas utilizavam os seus cães como o seu único meio de transporte, mas também como guardas de sua casa e companheiros dos seus filhos. Os cães eram tratados como animais de companhia e rapidamente compartilhavam o lar dos seus donos. Isto explica porque é que os Huskies Siberianos se diferenciam pela sua amabilidade, versatilidade e docilidade.
FOTOGRAFIA DO BALTO Dedicado ao Indomável Espírito dos Cães de trenó, portadores da anti-toxina através de 600 milhas de Gelo, de águas geladas e glaciares desde Nenana até Nome no Inverno de 1925. "RESISTÊNCIA, FIDELIDADE, INTELIGÊNCIA" NOME Em Nome (Alaska) existiu uma epidemia de difteria no fim de Janeiro de 1925. O abastecimento de soro mais próximo era na povoação de Anchorage. O veículo habitual era o avião, mas a epidemia coincidiu com uma tempestade que desencadeou ventos que ultrapassavam os 130 kms/hora, o que impediu a utilização deste meio de locomoção, tendo-se efectuado o transporte de combóio desde Anchorage até Nenana. A partir daqui, havia que percorrer 1053 Kms com equipas de cães através dos rios Tanana e Yukon, passando o Caminho de Unalakleet e à volta de um braço do mar de Bering até Nome. O Soro foi transportado desde Nenana por equipas de estafetas, e Seppala, com 20 cães, saíu de Nome para encontrar essas equipas. Deixou 12 cães ao cuidado dos esquimós ao longo do caminho, para poder trocá-los na viagem de regresso. Seppala percorreu uma distância de 270 Kms desde Nome, antes de interceptar a última das 15 equipas que tinham tansportado o soro desde Nenana. Nesse dia já tinha viajado 67 Kms, sob uma tempestade de neve, com temperaturas de 30 graus negativos, mas deu a volta e voltou a percorrer a mesma distância, num total de 134 kms, num único dia, sob as piores condições possíveis. Ainda foi Seppala, com o seu cão-líder Togo quem percorreu a distância maior nesta viagem histórica. Mas foi Gunnar Kasson quem levou o soro na última etapa até Nome no dia 2 de Fevereiro de 1925, e o seu cão líder Balto recebeu todas as aclamações. Em honra de Balto, ergueu-se uma estátua no Central Park de Nova Iorque. Fotografia de Togo "A Corrida do Soro foi a última viagem de longa distância de Togo. Durante a corrida, tinha trabalhado e rendido o máximo. Togo, fazia 16 anos e merecia descansar sobre os seus louros. Foi um triste adeus, numa fria e cinzenta manhã de Março, quando Togo pousou a pata sobre o meu joelho como perguntando porque não vinha comigo. Pela 1ª vez em 12 anos, ía correr uma pista sem Togo." Leonard Seppala |
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