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QUE MUNDO!
A patifaria está comendo solta nos meios culturais. O cinema nacional dá mais uma demonstração de instabilidade com o filme Gêmeas, uma bobagem que utiliza Fernanda Torres e o nome consagrado de Fernanda Montenegro para tentar repetir sucessos (o que é impossível) através de um conto pífio de Nelson Rodrigues. Ora, o universo do autor ficou completamente ultrapassado com seus finais sempre previsíveis, suas menininhas taradinhas sempre matando ou cortando aqui e ali. Não comove nem choca nem bebê de um aninho! Mas é aquela coisa, orçamentinho barato, direção simples e (só) correta, e nomes que chamem o público. Quem tem coragem de não ir ver agora Fernanda Montenegro no cinema? Resulta tudo numa bobagem, numa perda de tempo e num retrocesso para nossa produção cinematográfica. Enfim... Enquanto isso ficam esses bobões chorões reclamando contra o acidente da Petrobrás na Baía de Guanabara. É claro que é muito triste, que deve ser apontado, falado e criticado para que os responsáveis tenham a atenção devida, mas acidentes acontecem! Não adianta agora tornar isso assunto pro resto da vida, coisa de imprensa que não tem assuntos mais sérios para tratar. Sério é o desmando, a tomada do Rio de Janeiro (e do Brasil todo) pela bandidagem, pelos estupradores, pelos assaltantes e assassinos que fazem o que bem querem e nos tornam reféns dessa desordem. Parece que falta força ao governo para dar liberdade a quem merece, a quem trabalha e paga impostos. É preciso que a polícia use de força, atire primeiro. Enquanto não houver tolerância zero, todo cidadão é refém dos vagabundos. E, como se não bastasse, tem essa turma que anda por aí reclamando do mundo se blocar, da globalização e da expansão dos negócios de um país para o outro. Não vêm (coitados) que não existe outra forma de evolução e ficam se coçando e chorando pelos cantos ou fazendo baderna (como na Suíça). São, na verdade, pessoas que não querem ver, não querem olhar o mundo de frente, não devem ser tratadas, portanto, como adultas. Apesar deles as empresas se expandem, a geografia é modificada, tudo é privatizado e o empresariado passa a ter responsabilidade (já que ele gera e reparte as riquezas), deixando ao governo apenas a tarefa de governar. É algo assim, simples, como estou escrevendo, nessa linguagem para criancinha de alfabetização. Pra ver se assim eles entendem. Geraldo Iglesias 31.01.2000 |
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