Arte no Brasil Independente da velha discussão se a televisão faz cultura ou não, é indiscutível o baixo desempenho que essa mídia vem tendo nos últimos anos, desempenho esse que cai à cada ano, com menos produções, produções mais baratas, com menos criatividade, com menos caráter cultural. Não existe dinheiro do governo, as empresas antes patrocinadoras se fecham, à novas propostas e os artistas se encolhem, baixam a cabeça e lambem as botas de qualquer patrão para garantir sua sobrevivência. Essa posição vai se tornando cada vez mais imobilizadora na medida em que o artista tem medo porque não há teatro, cinema e televisão sem a criação, sem a figura do criador independente, do artista que inventa, traduz, instiga. Não são as empresas, ao contrário do que muitos pensam, que fazem cultura. Quem faz é o artista contratado, o artista que tem liberdade, que se permite criar livremente sem o pavor constante do desemprego. E não havendo dinheiro disponível para a produção cultural cria-se um círculo vicioso onde nada acontece, como estamos vendo nos tempos atuais. Em contrapartida proliferam as baixas produções, sem arte, sem visão sem criação. E como é o que há, é o que o povo consome, criando um outro círculo vicioso, esse maior, que incluiu o abatimento do artista da arte e, principalmente a capacidade crítica da população. Encurralado pela fome, pelo desemprego e pelo não cumprimento do estado em suas funções básicas, o povo perde sua capacidade de ver, não tem educação nem primária, quanto mais a educação do olhar, da estética, do pensamento crítico, filosófico e artístico. Assim, o Brasil vai indo, continuando ignorante, patético, distante de nações mesmo medianas. E o futuro não é promisor... |