2. Palomar – Italo Calvino     »

De Igual Para Igual  – José Tolentino Mendonça, Assírio & Alvim

Sem querer dei por mim a ler poesia escrita por um poeta com uma ligação muito estreita à Igreja. Surpreendi-me porque, como referência inicial, este facto de nada serve para tirarmos conclusões prévias sobre o que escreve. Não apela a Deus porque “Ele esta mais nas entrelinhas do que nas linhas do texto (J.T.M.)” nem a qualquer caridade mais hipócrita, fica-se antes pela fé nos homens, pelo encontro do amor em todas as formas, pela simplicidade das palavras que nos impõem uma espécie de inocência ou de sabedoria. Tolentino de Mendonça  reconhece numa mão a despedida ( A Tua Mão, pág.35), assume, sereno, a inevitabilidade (Os Girassóis, pág.29), revela-se um devoto fanático da amizade (Os Amigos, pág.21) .Cada verso encerra livros e livros e livros, dias e dias e dias, sonhos e sentimentos e sonhos e sentimentos, tudo isto mesmo aqui ao alcance da nossa mão.

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Palomar – Italo Calvino, Editorial Teorema

"Será possível encontrarmos um sentido nas coisas, no mundo à nossa volta? E dentro de nós próprios? O Sr. Palomar está longe de ter alguma certeza quanto a tudo isso.” Todavia continuamos TODOS, com maior ou menor afinco, à procura.  São reflexões deste homem, quase nada ficcional, nas mais variadas situações: em férias, na cidade e em longos silêncios. Descobrimos a cada linha que o Sr. Palomar não é um genial pensador com uma densidade intelectual bocejante... ele é comum, observa, medita e escreve o que vê e o que pensa sobre o que vê. Existe um reencontro do leitor consigo próprio: adivinhamos a linha seguinte e surpreendemo-nos com as suas (in)conclusões. A “leitura de uma onda”(pág 11) é ,com muita dificuldade de escolha, a minha reflexão preferida!... Encontrem a vossa!

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