Mestre em Ciências- Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas
à Comissão Julgadora da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Orientadora Dra. Leila Barbara
por
Vera Cristina Queiroz de Mello
São Paulo, São Paulo
Dezembro, 1986
Analisando-se as características partilhadas ou não por andar, vir e viver e os auxiliares 'stricto sensu' (SS), chega-se à conclusão que esses verbos em estudo devem ser classificados como auxiliantes e se assemelham mais a estar do que aos demais auxiliares SS.
Através da análise semântica, verifica-se que em ambientes que pedem o perfectivo ter-do, estar é comutável com andar e com vir e que em ambientes que pedem o perfectivo ter-do e o freqüentativo esses verbos são comutáveis entre si e com viver. Verifica-se também que há pelo menos um tipo de ambiente em que vir não tem ter-do, sendo nesse caso comutável apenas com estar.
A análise de orações em português e sua correspondência em inglês serve a dois propósitos: fornecer dados sobre a tradução para o inglês de orações com os auxiliantes e evidenciar tanto o caráter de auxiliaridade de andar, vir e viver quanto as características semânticas desses verbos.
O estudo da tradução de orações com os auxiliantes leva a agrupar os tempos verbais em: (A) tempos cuja correspondência em inglês se faz com o perfectivo e (B) tempos cuja correspondência em inglês se faz com ou sem perfectivo. Este estudo fornece dados sobre o funcionamento do português e do inglês, evidenciando casos em que orações do português e do inglês têm o mesmo significado, e casos em que a tradução mais natural é a que apresenta perda de significado, portanto, a menos próxima do português.
Os resultados do trabalho devem ser úteis tanto para o ensino do português como língua estrangeira e para autores ou professores interessados na elaboração de material didático, como também servir como subsídio em trabalhos de tradução ou versão.