Versiones 46

Octubre - Noviembre 2002

Director: Diego Martínez Lora

la aventura de compartir las vidas, las lecturas, las expresiones...


Paulo V. Salvador(*):

Palavras de apresentação do seu livro: O mundo, aqui ao lado - 6 DE JUNHO DE 2003 no CRM


 AGRADECIMENTOS

Gostaria de começar por agradecer ao CRM, na pessoa do seu presidente da direcção sr. Paulo Rodrigues e restantes elementos da direcção e dos demais corpos sociais, o apoio e disponibilidade que sempre demonstraram perante os meus pedidos de disponibilização desta sala e de outro suporte a esta apresentação.

Não posso deixar também de que agradecer a presença de todos os que aqui se encontram. Sei que não é fácil dispensar estas horas preciosas de sexta-feira à noite. Após uma semana de trabalho, a vontade que temos é de ir descansar para casa ou de ir olhar as surpresas da noite. Por isso, e uma vez mais, o meu obrigado por terem vindo aqui hoje.

Nunca pensei ser escritor – pelo menos não mais do que pensei ser astronauta, cientista, inventor ou outro qualquer benfeitor da humanidade. E este livro só nasceu porque, sendo sócio de uma (pequena) editora, não tive que sofrer os tormentos que um qualquer candidato a escritor tem que passar para encontrar uma editora disponível para o editar. Por isso, não seria justo esquecer de mencionar o nome do Diego Martinez Lora, o impulsionador do projecto”Versiones” e da Editorial 100, meu cunhado também, pela contribuição que deu para eu conseguir estar aqui hoje.

Também não me considero um escritor. Roubando uma palavra que chegou a mim através de Vargas Llosa, considero-me ainda apenas um escrevedor: alguém que aprende ainda a transformar o mundo em palavras; alguém que ainda busca um tema, um estilo e uma disciplina que permitam moldar uma forma original de jogar com as palavras nas páginas sempre angustiadamente brancas.

O LIVRO E AS VIAGENS

Este livro nasceu sem ter sido pensado. É uma recolha de crónicas que eu fui escrevendo para a revista “Versiones” desde os finais de 1995 – acrescido de mais três ou quatro inéditas que fui buscar ao fundo da minha gaveta. Estão ordenadas por ordem cronológica. Na preparação deste livro, e para além de uma sempre imperfeita revisão ortográfica e da pontuação, não mexi nos conteúdos das crónicas : cada uma é filha do seu tempo.

“O Mundo, aqui ao lado” trata sobretudo de viagens feitas por mim em afazeres profissionais ou em férias. A maior parte destas viagens foram realizadas no modo de “executivo apressado”, mas também sempre no do observador atento e curioso.

Evidentemente, “viagem” é uma metáfora para muitas experiências da vida. Numa das histórias, a viagem resume-se simplesmente a chegar ao meu trabalho por entre o inferno do trânsito matinal (no tempo em que tinha que enfrentar todos os dias esse cancro rodoviário que é o nó de Francos). Para mim, viajar é uma forma de fugir à rotina, o que só se consegue por uma atitude de descoberta. E a rotina é o grande inimigo das sociedades desenvolvidas à qual Portugal já pertence.

Por vezes as circunstâncias das viagens não proporcionam, por si só, as experiências necessárias para se fugir a essa rotina e então busco a descoberta nas pessoas, nos locais, na história, na geografia, em detalhes ou em buscas interiores de sensações ou associações de ideias novas. Outras vezes, elas são tão ricas em acontecimentos que basta a sucessão do mesmos para se sentir a rotina encarcerada nas masmorras mais subterrâneas da memória.


(*)Paulo V. Salvador, escritor, engenheiro e gestor português. Mora na Senhora da Hora.


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