A FADA MADRINHA


 

 

 

Uma Historiazinha.. 

                    DE GIOVANNI E MARIANE.


29 de Março de 1997

 

Sou um garoto chamado Giovanni, tenho uma irmã Mariane com 6 anos e eu com 4 anos. Moramos com nossos pais, Marco e Maria Ynez e, por motivos que eu desconheço, fomos morar num local maravilhoso cercado por árvores em todos os lados, ficando nossa casa no centro de um lindo gramado.
 A casa fica a uns cem metros da floresta tanto de um lado como de outro. Nossos vizinhos mais próximos ficam a mais de um kilometro. Quando amanhece, o sol bate na casa e de longe parece um quadro que a Natureza nos presenteou, de tão lindo que as cores se destacam com os raios do sol nas plantas, flores e árvores.
 Papai tira água do poço que fica perto da casa, tão limpa que parece mineral! Depois do dia dele vai para a floresta cortar madeira para cerca, lenha para o fogo e também para vender na cidade e a mamãe cuida de nós, da casa e de uma pequena horta (de onde vem nossa comida) que fica a uns 50 metros. Eu e minha irmã passamos muito tempo sozinhos (mais ajudamos na limpeza da casa e em volta dela). Tem dias que mamãe vai na floresta com papai para trazer as madeiras cortadas. Levam o cavalo e voltam tarde, ao escurecer. Muitas vêzes já fomos no local com papai: uma clareira dentro da floresta que ele conhece e tira nosso sustento, tem um barrraco de pau a pique para se esconder quando chove, e nos proibiu de ir até lá sozinhos, pois a floresta tem muitos animais ferozes.
Era uma tarde de verão bem gostosa quando veio, de repente, uma chuva de trovões que logo passou. No céu ficou um lindo arco-íris que eu e Mariane estávamos admirando.
-Giovanni, olha as cores lindas! O azul, o verde, o rosa, parece que ele termina onde papai corta lenha. Que pena não poder ir até lá!
Entretidos com a beleza que o céu nos oferecia, não percebemos a chegada de uma linda moça vestida como se fosse  princesa. Tinha na cabeça uma tiara de diamantes que seu brilho ofuscava nossa vista. Seu vestido comprido até os pés todo branco com brilhantes, uma capa nas costas, branca com uma gola até a altura de seus cabelos. Seu rosto de anjo e uma varinha na mão. Seu brilho era tanto que ficamos parados sem saber o que fazer.
Mariane me perguntou se isso era verdade ou um sonho?!
A moça linda nos chamou: - Venham meus meninos, não tenham mêdo, eu sou a Fada Madrinha da floresta, que toma conta de seus pais e de vocês. Seus corações puros e cheio de amor fez com que pudessem me ver, então vou dar a vocês o que quiserem.
Giovanni falou: - Minha fada, eu e minha irmã temos tudo acho que não precisamos de nada. Papai faz carrinho de madeira, mamãe faz bonecas de pano, comida temos de sobra e o mais importante são nossos pais.
A Fada falou: - Não querem outra casa maior que esta?
- Não!
-E ouro?
-Não!
-Qualquer outra coisa então?
Giovanni falou: - Espera um pouco que vou conversar com a Mariane.
PensaramÖpensaramÖ:
-Bem, se podemos pedir e você nos dará então, querida fada, pedimos o dom de falar com os animais, com as plantas e árvores. A Mariane e eu também queremos falar com a lua, o sol, o vento ou melhor, com tudo que tem na floresta, mesmo que seja apenas por um ou dois dias!
-Assim será feito meus amigos! Serão protegidos e nada lhes será negado quando na floresta, só não usem seus poderes na frente de seus pais. Eles podem não acreditar e pensar que estão doentes!
Giovanni e Mariane foram até a fada abraçando-a e chorando de felicidade.
-Bom meus queridos afilhados vou embora, se precisarem de mim é só chamar!
E começou a subir devagar e sorrindo. A luz que a envolvia começou a soltar estrelinhas que ao chegarem ao chão e em nossas mãos iam sumindo. A fada sumiu entre o arco-íris. Eu e Mariane pulávamos de contente e fomos para dentro de casa pois os papais logo voltariam.
A noite foi difícil de passar. Nenhum dos dois queria dormir e cochicho pra lá e prá cá acabamos ganhando uma bronca dos pais.
No dia seguinte levantamos junto com os pais. Faziamos nossas tarefas cantando, brincando, com os olhos cheios de alegria tal que a mamãe comentou: - O que se passou essa noite? Dormiram com o pássaro azul?
No que os dois caimos no riso. Assim que os pais saíram, hoje era o dia que mamãe ia com o papai e viria tarde, fomos para a floresta no lado que era bem fechada, de mãos dadas falamos: - Aqui vamos nós fada Madrinha! E fomos entrando devagar.
A uns 10 metros Giovanni falou ao lado de uma frondosa árvore: - Olá, eu sou o Giovanni e esta é minha irmã Mariane!
-Muito prazer, crianças!
No que levaram um baita susto!!!!!!!!!!!!
-O que fazem aqui duas crianças sozinhas?
-Dona árvore, a Fada da Floresta nos protege e nos deu o dom de falar com tudo que existe aqui.
-Ah! Por isso vocês não tiveram mêdo ao entrar, sua Fada é a nossa Fada! Vamos tomar conta de vocês e gritou: - Árvores, avisem todos que os garotos vieram nos conhecer, aos animais. Também minha ordem passa de árvore a árvore, de animal a animal, flores a flores e que a floresta toda saibam!
Um bando de pássaros falou: - Levaremos seu recado irmã até o fim da floresta!
As pequenas árvores abaixando seus galhos fizeram uma reverência: - Sejam bem vindas, crianças!
Uma delas pediu: - Mamãe, posso brincar com os amigos?
-Claro!
-Venham, subam em meus galhos. Podem se balançar, eu sou forte!
Assim foi feito o primeiro contato com a floresta e já dava lucro, pois brincar era o que mais gostavam. O pular de galho em galho fazias às vêzes um deles cair e era só gargalhada deles e das árvores.
Mariane falou com o Giovanni: -Você não acha estranho que quando caímos não nos machucamos? O chão parece de espuma!
De fato, sem saberem, a relva rasteira aparava suas quedas (Coisas de Fada!!!!!).
Depois de um tempo se despediram das árvores e foram mais para a frente  querendo conhecer tudo o que a floresta tinha para oferecer. Pararam em um local que tinham poucas árvores, a relva era baixinha, deixando aparecer uma enorme quantidade de flores, uma mais bonita que a outra! Suas cores então os fazia lembrar o arco-íris! Mariane correu bem perto de uma linda rosa e ia apanhá-la quando ouviu uma voz : -Não faça isso!
Ela tirou a mão, assustada e perguntou: - Por que não posso pegar? Ela é tão inda e perfumada, queria dar à mamãe!
-Você gostaria que eu a plantasse aqui ao lado das flores, no chão porque eu gostei tanto de você e pela sua beleza e não pudesse mais voltar para sua mamãe querida? E tem mais, se fizesse isso depois de uns três dias você morreria, não iria comer, o sol e a chuva, o orvalho da noite, tudo isso não aguentaria. Assim somos nós as flores querida, se nos arrancar está tirando o nosso direito de viver. Quebrando nosso caule, quebra também nossa reprodução e é morrendo que nascem nossas sementes. Nossa força está nas raízes e nossa beleza quando nos cortam murcha em três dias!
 -Não, isso eu não quero, falou Mariane. Queremos ser amigos de todos, cada um de nós tem o direito de viver como seu costume.
 - Ok, disse a voz, que agora se mostrou e era a Dona Azaléia. Amigas flores, podem se mostrar, eles são amigos, ninguém vai arrancar vocês. E apareceram as flores, uma mais linda que as outras e as crianças acabaram ficando bem no meio delas. (Quando as crianças chegaram e a Mariane ia arrancar a rosa, as flores se esconderam entre as folhas).