Pensamentos, sonhos, esperanÁas;
EsperanÁas de realizaÁžes frustradas;
FrustraÁžes de um amor que passou,
Com o passado da rosa desfolhada,
Do canto do rouxinol perdido,
Do som do pavor constante,
Do sorriso aÈreo no espaÁo,
Da crianÁa que pula e chora,
Do homem que se vÍ diante da verdade,
Do sol encoberto pela nuvem,
Do rio perto do oceano,
De um gato no meio da noite,
Da folha levada pelo vento,
Do socialismo, do comunismo, democracia, microfobia, endocrinologia, esquisitices,
tolices, idÈias.......
Da ciÍncia em desenvolvimento, do atraso dos bombardeios,
Da forÁa da palavra,
Enfim, da vida.
1968
Beatriz Helena
Chorem às velas de um futuro
próximo!
Cantem ao ameno sol que nasceu;
Inebrie os entes o calor de um sorriso;
Exaltem o amor na sua brisa ilusão!
Soltem sorrisos ao doce lembrar;
Mas soltem os elos partidos de meu coração!
Perscrutem minhalma, demais serena, talvez vazia,
Mas corram ao seu imenso penar!
Que o mar, de tão imenso
qual chão,
Consiga que eu sinta meu ser, corpo e alma,
Sozinha com o mundo, ou talvez amparada,
Na interrogação de um amanhã: sim ou não?
1973
Beatriz Helena
Corro de tudo, na imensa fumaça,
Da fúria do mar e da ventania,
Corro de tudo, mas não da esperança, nem da madrugada
E com elas canto, ao som da poesia.
Sofra quem tem um calor maior,
um amor maior, ou apenas você;
Porque: risos sinceros, só existem cá dentro, de um pranto cativo.
E o mar não se cansa e
ameniza a lembrança
Com um vento mais brisa que o som de um bater;
Acalenta a fumaça uma lágrima aflita,
Ao cair de uma pluma, no etéreo pensar.
Chova até! Mas que chova
com força
Pensando no dia vermelho que vem,
Deixando as estrelas, tão grandes e tímidas,
Com a lua que nem quis ao menos nascer!
1973
Beatriz Helena