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Ricardo (meu sobrinho)

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Ah! Ricardo pensado,
Aguardado e cativo!
Calado não liga
Para o seu próprio nome!

Com sorrisos abertos
Chegou: Bem Vindo!
Aos sonhos verdades
E para sempre querido!

Veio correndo,
Ao encontro dos pais,
Sonhou com a mamãe
E o papai a olhar!

Orgulhoso papai,
Em sorrisos fez planos,
Compreensiva mamãe,
Sempre o deixa sonhar!

"Meu querido homenzinho,
É tão grande seu nome,
bem menor que você,
mas não é para parar!"

Futuro brilhante
o espera amanhã
mas não ligue agora
pois o instante: é você!

Abriu a passagem
De um túnel de amor
Primeira parada:
- Ricardo esplendor!

Você é um doce
Com gosto de nuvem,
Perfume de céu
E rostinho de anjo!

Ah! Careteiro bravo!
Promete arrelia, folias de gala,
Gemendo e chorando,
Sabendo que agrada!

Sorri, meu anjo!
Cante e rode
Para o mundo saber
Que você tudo pode!

Soldados de chumbo,
Escudos, duendes e fadas,
Farão do seu mundo,
Uma grande escapada!

Sonhará ser o príncipe,
Seus pais os reis mágicos,
Poderes lhes dando,
Em versões singulares!

Na areia....castelos,
Na mente....estórias,
Lagos brilhantes,
Sereias, encantos,

Um mundo só seu,
Com musas sonhadas,
Com bichos falantes,
Amigos, risadas!

Aprendendo o assobio,
Será o mestre do mundo
O regente das festas
Aos olhares do mundo!

E a infância querida,
Terá de enfrentar
Na mais dura partida
.....de uma bola a saltar!

Arruaças matreiras,
Passeios escondidos,
Sempre à procura
De um tesouro perdido.

- Mas o Tesouro é você,
Para nós que já o vimos!

.......................................................................................
.....................................................................................

Amado sobrinho,
A titia ‘coruja’
O acha mais lindo
Que o sol da manhã

Alegria viva!
Alegria da vida!
Sorrindo ou chorando
Meu regente infante!

Beatriz Helena

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Vivendo

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Sonho a sombra na luz do nascer,
Sonho a luz na sombra do morrer;
Sonho a paz em frente ao Caos,
Sinto o perfume do etéreo existir.

Corro à frente, em fuga sem fim,
Paro andando, sem medo de ouvir.
Sorrio enxugando lágrimas, aflita,
Choro a alegria da luz do olhar.

Apago velas enfrentando ventos,
Corro por elas no profundo mar;
Côro delas e a elas no turbinar,
Melodia distante de medo em velar.

Sopro brisas na estrada da solidão,
Escuto uma paz ensurdecedora,
Emudeço ante a grandeza gloriosa,
Paro no etéreo para pensar! (1974)

Beatriz Helena

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Vida

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Ora a vida éuma floresta vermelha em solo negro e céu cinza,

Ora ela é uma floresta azul em solo verde e céu abóbora;

Ora uma floresta, um solo e um céu;

Ora, simplesmente: cor e forma.

(1975)

Beatriz Helena

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Para o meu amor

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Um ritmo de sol, céu e mar.
Um vento de estrada a tocar,
Num riso alegre de pleno verão,
Ao soar a música da mesma canção.

Ah! Sorriso festivo, querido e amigo!
Sem cenas previstas, chegaram consigo,
A doçura do amor, a alegria da vida,
A festa bem ímpar de qualquer folia!

Agora que chove, e que sofro sozinha,
Relembro saudosa, de você junto a mim.
Choro a tristeza em meus pesadelos
De perder algo caro, mas o amor, é inteiro!

Sorrio sozinha, é só pouco tempo
De espera para estarmos,
sempre juntos assim.
Para sempre e por mais, meu querido amor,
Eu o amo demais! (mas nunca é demais)
(1977)

Beatriz Helena

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Inativa

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A cidade está cinza!!!
- um mar morto de calmarias cansadas........
As pessoas estão cinzas!!
- arquipélagos isolados de testamentos findados.....

E tudo implora a volta da luz,
do calor, e da dor de sentido de vida!
E tudo chora ao lembrar do inativo gesto de ser:
....................- cinza! Só cinza!

E só cinzas de um calor que findou,
De corpos machucados do sovar de uma brisa cinza,
- cinza e fria!

E os sorrisos padecem o esquecer da alegria das cores,
Das cores tão longes, que são alegorias!
- o céu era azul, as casas festivas!
As plantas? – verdes!
E o ar? – Nem se via!
Agora? – TUDO cinza!!!!!!!!

Cinza como a sede,
Cinza como o enredo de um drama em dó maior,
Cinza como uma tela, aonde nem sequer existe o cinza,

O mundo está cinza!

Cinza?!? ................................cinza como o cinza!

Até o arco-íris chegar!

(espero!)

(1978)

Beatriz Helena

 

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Beatriz Helena