Prática 1: Propriedades químicas de álcoois e fenóis
Objetivo: Identificar amostras de etanol, 2-butanol, terc-butanol e fenol.
Material necessário:
1- Solubilidade em água:
Adicione uma gota do composto a 1 ml de água e verifique a solubilidade de cada um deles.
2- Reação com sódio metálico:
Colocque 5 gotas do composto num tubo de ensaio e adicione um pequeno fragmento de sódio metálico (cuidado para não deixar o sódio entrar em contato com a pele, pois é corrosivo). Quando todo o sódio tiver reagido, esfrie a solução, adicione um pouco de água destilada e teste o pH com papel de tornassol. Tanto o álcool quanto o fenol reagem com sódio metálico, originando, respectivamente, alcóxidos e fenóxidos.
CH3CH2OH + Na CH3CH2O Na + 1/2 H2
C6H5OH + Na C6H5O Na + 1/2 H2
3- Teste de Lucas:
Misture gotas do composto desconhecido a 3 ml do reagente de Lucas (HCl + ZnCl2). Espere 15 minutos e anote o tempo gasto para a separação do haleto. A turvação do sistema é o primeiro sinal da reação. Se o composto não reagir, deixe o tubo na estante por cerca de uma hora.
CH3CH2OH a reação é muito lenta ou pode não ocorrer
CH3CH(OH)CH2CH3 a reação é lenta
(CH3)3OH a reação é muito rápida
4- Oxidação com dicromato de potássio em meio ácido:
Num tubo de ensaio coloque cerca de 1 ml de solução 10% de K2Cr2O7, 3 gotas de ácido sulfúrico 20% e 3 gotas do composto testado. Agite o tubo por alguns minutos e observe os resultados.
CH3CH2OH CH3COOH
CH3CH(OH)CH2CH3 CH3COCH2CH3
(CH3)3OH não ocorre
C6H5OH C6H4O2 (quinona)
5- Teste com ácido nitroso (reação de Liebermann):
Adicione 2 cristais de fenol (cuidado, pois é corrosivo) a 1 ml de ácido sulfúrico concentrado. Adicione alguns cristais de nitrito de sódio e agite até que a cor se desenvolva. Adicione 10 ml de água gelada e observe a cor. Alcalinize a solução com KOH 30% e observe novamente a cor.
5- Formação da fenolftaleína:
Num tubo de ensaio coloque 0,1 g de fenol, 0,3 g de anidrido ftálico e 2 gotas de ácido sulfúrico concentrado. Aqueça até a fusão e deixe esfriar. Adicione vagarosamente, sob agitação, uma pouco de solução de NaOH 2% até alcalinizar. Observe a coloração rósea que se forma. Para descorar adicione algumas gotas de ácido sulfúrico.
Prática 2: Propriedades químicas de aldeídos e cetonas
Objetivo: Identificar amostras de aldeídos e cetonas.
Material necessário:
1- Reação com 2,4 - dinitrofenilhidrazina:
Num tubo de ensaio coloque algumas fotas do composto a testar e adicione 1 ml de 2,4 - dinitrofenilhidrazina. Agite bem e deixe repousar por alguns minutos. Observe a coloração amarelada que os tubos adquirem. Tanto o aldeído como a cetona reagem.
2- Teste com reagentes de Fehling:
Num tubo de ensaio coloque 0,5 ml do reagente de Fehling no 1 (CuSO4 aquoso) e 0,5 ml do reagente de Fehling no 2 (tartarato de sódio e potássio + NaOH). Neste mesmo tubo adicione algumas gotas de solução do composto a testar e aqueça por alguns minutos. O tartarato funciona de modo a formar um complexo (de coloração azul escura) com os íons Cu2+ e facilitar a reação. Na reação com o aldeído, o cobre II é reduzido a cobre I:
R - CHO + Cu2+ R - COO- Na+ + Cu2O (precipitado cor de tijolo)
Cetonas não reagem !
3- Teste com reagente de Tollens (espelho de prata):
Num tubo de ensaio coloque 1 gota de solução de NaOH 10% e 1 ml de solução de AgNO3 2%. Em seguida vá gotejando solução de NH4OH 2% até que o óxido de prata formado (Ag2O) se dissolva. As reações que ocorrem nesta etapa são descritas pelas equações:
AgNO3 + NaOH NaNO3 + H2O + Ag2O (insolúvel)
Ag2O + NH4OH [Ag(NH3)2] OH (solúvel) (reagente de Tollens)
Adicione 2 gotas do composto a testar e agite bem. Aqueça lentamente e deixe em repouso por alguns minutos. Observe que na reação com o aldeído as paredes internas do tubo de ensaio ficam espelhadas. É a prata que se reduziu e depositou.
R - CHO + [Ag(NH3)2] OH R - COO- NH4+ + NH3 + Ag(s) (espelho de prata)
Cetonas não reagem !
Prática 3: Propriedades químicas das aminas
Algumas aminas, particularmente as aromáticas, são substâncias tóxicas e, por isso, deve-se evitar a inalação de seus vapores e o contato com a pele.
Material necessário:
1- Solubilidade em água:
Adicione num tubo de ensaio 1 ml de amina em 2 ml de água. Se não houver dissolução, adicione 3 gotas de ácido clorídrico 6 mol/L e agite bem. Observe os resultados. Provavelmente a amina irá se dissolver, pois ocorre uma reação com o HCl, formando o cloridrato, que é solúvel. O pH fica em torno de 8,4 (básico).
R - NH2 + HCl R - NH3+ Cl- (cloridrato de alquil-amônio)
2- Basicidade:
Num tubo de ensaio coloque 3 gotas de amina, 1 ml de água e 1 gota de solução alcoólica de fenolftaleína 1%. Anote os resultados.
3- Oxidação das aminas:
Misture 3 gotas de amina com 5 gotas de solução de dicromato de potássio 1% e adicione 1 ml de solução de HCl 6 ml/L, Agite a mistura e deixe repousar.
Esse teste permite distinguir aminas primárias, secundárias e terciárias e ainda pode distinguir uma amina alifática de uma aromática.
Adicione 2 gotas de amina a 1 ml de solução de ácido clorídrico 6 mol/L. resfrie a mistura em um banho de gelo e adicione lentamente 1 ml de solução 10% de nitrito de sódio (NaNO2). Ocorrendo rápido desprendimento de gás (N2), provavelmente trata-se de uma amina primária alifática. Se a solução permanecer límpida e não ocorrer desprendimento de gás, a reação que ocorre é a seguinte:
Ar-NH2 + NaNO2 + 2 HCl Ar-N N+ Cl- + NaCl + 2 H2O
Faça então o experimento abaixo:
Adicione a frio 2 ml de solução de b-naftol em hidróxido de sódio a 10%. Se a solução adquirir uma coloração alaranjada a amina deverá ser primária aromática. O composto formando é um corante chamado normalmente de azo.
Química 2000 - Wagner Xavier Rocha, 1999