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O Método Escoteiro
se define como um sistema de auto-educação progressiva e que constitui
um todo integrado em que se combinam diversos elementos:
Lei
e Promessa. O elemento fundamental do Método Escoteiro
é o convite aos jovens para que livremente aceitem a Lei, expressando
essa aceitação por meio de uma Promessa que define os princípios em
que se baseia o Movimento Escoteiro. Assim, a Lei e a Promessa não só
formulam princípios, mas traduzem um compromisso com um estilo de vida,
com um código de ética livremente assumido pelo jovem ante um grupo
de companheiros.
Aprender
fazendo. A educação pela ação é outro componente do Método,
que valoriza o aprendizado pela prática, os hábitos de observação, dedução
e indução e o treinamento para a autonomia, baseado na autoconfiança
e na iniciativa.
Vida em equipe. A integração a pequenos
grupos é o terceiro elemento-chave do Método Escoteiro. Esses grupos
aceleram a socialização, possibilitando a identificação de todos os
seus membros com objetivos que lhes são próprios, permitem o profundo
conhecimento de outras pessoas e facilitam a apreciação mútua, a liberdade
e a espontaneidade, criando uma atmosfera privilegiada para que o jovem
cresça e se desenvolva. O pequeno grupo possibilita a descoberta e a
aceitação progressiva de responsabilidades e prepara para o autocontrole,
por meio da disciplina assumida voluntariamente, além de desenvolver
a capacidade tanto para cooperar como para liderar.
Atividades progressivas, atraentes e variadas.
O Método se destina ao cumprimento de um Programa centrado em uma combinação
equilibrada de atividades variadas, voltadas para os interesses e necessidades
dos participantes. Os jogos, a vida ao ar livre em contato com a natureza,
o domínio de técnicas e habilidades úteis, a interação com a comunidade
e a participação em seu desenvolvimento, a mística e o ambiente fraterno,
motivam a participação do jovem e explicam porque é tão elevado o índice
de comparecimento às atividades escoteiras.
O jogo como instrumento de educação.
O jogo e a aventura são os meios pelos quais a criança e o jovem se
relacionam com a vida que os cerca. Do ponto de vista educativo, o jogo
lhes permite descobrir sua própria identidade, facilitando o conhecimento
dos demais e a exploração do mundo.
A
vida ao ar livre.
É na vida ao ar livre que o jovem desenvolve e equilibra o seu
corpo, sua saúde e suas capacidades físicas, fatores essenciais para
sua futura qualidade de vida. Os desafios da natureza devolvem ao jovem
o seu ritmo normal e estimulam a criatividade, pouco desenvolvida em
função da vida excessivamente organizada das grandes cidades. Esses
mesmos desafios criam fortes vínculos entre os membros do grupo e possibilitam
a melhor compreensão da vida em sociedade. A natureza é um ambiente
em que a liberdade pode ser exercida espontaneamente e uma profunda
formadora de conceitos estéticos, por oferecer um sentido natural de
beleza. A natureza também desempenha um papel relevante no desenvolvimento
espiritual do jovem, não como uma forma de adoração ou como um substituto
para a religião, mas como um testemunho da Criação, como uma mensagem
do Criador por meio de sua obra e como um convite à participação na
criação. Esta significativa valorização da natureza confrontada com
os danos que o homem contemporâneo impõe à sua harmonia, assegura ao
Escotismo a primazia entre os movimentos ecológicos: desde a sua origem,
o Escotismo defende e promove a conservação da natureza, consciente
de que o espaço vital da humanidade e dos seres vivos constituem um
sistema interdependente, onde o prejuízo a qualquer parte se comunica
ao sistema como um todo.
As
técnicas e habilidades práticas.
A educação pela ação implica habilidades práticas e técnicas atraentes
que só podem ser dominadas pela execução. Além de permitir que o jovem
adquira experiências pessoais e desenvolva sua criatividade, essa espécie
de aprendizado o leva a descobrir a realidade exterior, a conhecer suas
afinidades e aptidões e o inicia em sua vocação.
A
interação com a comunidade.
Os serviços à comunidade e a participação no seu desenvolvimento são
uma expressão real dos princípios do Movimento e uma técnica educativa
específica. Aprender servindo é uma forma de conhecimento de si mesmo,
de integração social efetiva, de estímulo à iniciativa e de assimilação
de valores como justiça, respeito aos direito alheios e solidariedade.
A
tradição e o ambiente fraterno.
As tradições, que conduzem à reflexão, e o ambiente fraterno, que propicia
e incentiva, são recursos educacionais amplamente explorados pelo Escotismo.
Trata-se de uma reflexão motivada pela ação e que, depois de realizada,
retorna sob a forma de uma nova ação, aperfeiçoada e aprofundada. É
só por meio dessa reflexão que as demais atividades do programa se traduzem
em crescimento e enriquecimento pessoal.
Desenvolvimento
pessoal pela orientação individual.
A peculiaridade do Método se evidencia na forma como se considera a
realidade e o ponto de vista de cada jovem, em cujas potencialidades
se deposita a mais absoluta confiança. O educador adulto, mantendo-se
como tal, se incorpora alegremente à vida juvenil, prestando o seu testemunho
pessoal de respeito aos valores preconizados pelo Movimento e ajudando
a descobrir e revelar, orientando, nunca dirigindo ou controlando. Este
estilo de presença facilita o diálogo e a cooperação entre gerações
diferentes e a autoridade adulta existe como um serviço à liberdade
dos jovens.
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