José Guerra Vicente

VIDA

    José Guerra VicenteNasceu em 12 de março de 1906, em Almofala, Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, Beira Alta, Portugal. Naturalizou-se brasileiro em 1946. Faleceu em 6 de maio de 1976, em Vassouras, Rio de Janeiro.
    Além de compositor, era violoncelista e professor de Harmonia e Composição.
    Mudou-se para o Brasil aos 10 anos de idade, tendo recebido toda a sua formação musical na cidade do Rio de Janeiro. Embora tenha vindo residir no Brasil ainda criança, o fato de ser português deixou traços no seu caráter, que se refletiram claramente em sua música. As qualidades que normalmente se atribuem aos portugueses, como a instrospecção, a melancolia e a nostalgia, excedem a personalidade de Guerra Vicente, refletindo-se em diversas de suas composições.
    Pode-se dividir sua obra em três fases.
    Na primeira fase (1932-1952), de caráter eminentemente pós-romântico, o autor se vale até mesmo de temática diretamente relacionada a seu país natal. São casos de Saudade, Ribatejano e Portenho, todas para piano solo; Cantar Ibérico e Estavas, linda Inês..., ambas para canto e piano, baseadas, respectivamente, no cancioneiro luso e em Luís de Camões.
    Na segunda fase (1952-1971), nacionalista, Guerra Vicente seguiu o exemplo de seu mestre Francisco Braga, evitando embrenhar-se na pesquisa folclórica, procurando tão somente retratar as características da região na qual vivia, ou seja, o Rio de Janeiro. A partir da década de 60, adensa-se o volume das obras produzidas. Em 1960 sua obra Sinfonia Brasília recebeu o primeiro prêmio (dividido com os compositores Guerra Peixe e Cláudio Santoro), em concurso nacional instituído pelo Ministério da Educação e Cultura. Em 1968 ganhou o Concurso Nacional de Composição Francisco Braga, com a Abertura Sinfônica. Este período nacionalista pode ser também conhecido como o das Cenas Cariocas, subtítulo dado pelo autor a algumas de suas peças e que por extensão, pode definir a nova concepção de música abordada pelo autor.
    A terceira fase (1971-1976), a mais curta, interrompida por sua morte, é definida pelo próprio autor como "livre, mas com brasilidade". Nesse período pesquisa uma linguagem musical menos conservadora, baseada em novas técnicas de composição.
    A morte encontrou-o num período de transição, em que se achava completamente envolvido pelas questões musicais, que tanto o fascinavam.


OBRA

Três Sinfonias;
Concerto para violoncelo;
Concerto para trompete;
Sonatas
para violino e piano, clarinete e piano, violoncelo e piano;
Carnaval Carioca,
para grande orquestra;
Duos;
Trio de Cordas;
Quarteto de Cordas;
Peças
para flauta, clarinete, oboé, violão, violino, viola, violoncelo, piano e canto;
Cenas Cariocas
, para violoncelo e piano (1961). Sequenciado por Vitor Vila