HISTÓRICO DOS BAIRROS DE VITÓRIA
PRAIA DO SUÁ
O bairro
Praia do Suá tem suas origens ligadas à formação da vila de Pescadores que
vieram de Póvoa do Varzim, em Portugal, sendo o bairro um dos mais antigos de
Vitória. A tradição da homenagem a São Pedro foi trazida pelos portugueses e
reforçada pela chegada de 200 imigrantes açorianos, na década de 30. Eles
trouxeram a tradição da procissão marítima, que no início era feita apenas com
barcos a remo e hoje se tornou uma tradição e evento turístico da cidade.
Segundo
antigos moradores o termo Suá originou-se da visita de um imigrante francês,
que todas às tardes chegava à colônia de pescadores e cumprimentava a todos com
um alto, “Bom Soir” (Bom Suá). Outra versão existente para o nome é que os
moradores do centro para irem a pé até a praia tinham que “suar”.
No bairro
acontece o mais antigo evento cultural comunitário em homenagem a São Pedro,
protetor dos pescadores. A procissão marítima em homenagem a São Pedro começou
em 1928. A festa é realizada todos os anos em junho. A primeira festa ocorreu
pela primeira vez na antiga aldeia de pescadores portugueses, que fundaram o
bairro. A festa atualmente ocorre no aterro da Enseada do Suá, em uma vila
cenográfica que reproduz a antiga aldeia de pescadores. A procissão dos barcos
de pescas é o ponto alto dos festejos religiosos. As embarcações enfeitadas
partem do cais do Alvarenga, na Praia do Suá e atravessam o canal de Vitória
até a ponte Florentino Ávidos. Na volta, em frente ao Convento da Penha, os
fiéis agradecem e pedem benção a São Pedro. Na ocasião é realizada também a
benção do anzol.
O cais
onde ficavam atracados os barcos de pesca ficava onde hoje existe a rua João
Batista Parra, onde está situada a Biblioteca Pública Estadual e próximo ao
Hospital São Pedro.
No bairro
também é famosa a malhação do Judas realizada no sábado de aleluia.
O comércio
é movimentado pela tradição da pesca. Bares e restaurantes convivem em harmonia
com diversas peixarias na rua Almirante Tamandaré. Segundo a Prefeitura Municipal
existem no bairro, 750 pontos de comércio e serviço e 5 Igrejas. Um dos maiores
prédios comerciais erguidos na região foi o Palácio do Café, inaugurado em
1987, sede do Centro do Comércio do Café do Espírito Santo, com 15 andares e
localizada no bairro vizinho Enseada do Suá.
O bairro
ocupa uma área de cerca 262 mil metros quadrados e tem uma densidade
populacional de 87 moradores por hectare. No bairro existem 700 casas, com
cerca de 2. 500 moradores. Faz divisa com o bairro Enseada do Suá onde se tem
uma bela vista da baía de Vitória, da terceira ponte e do Convento da Penha.
A praia do
Suá foi um dos primeiros bairros de Vitória e sua expansão surgiu após os
seguidos aterros na região, antes ocupada pelo mar. Dentro da Praia do Suá, no
Morro localizado próximo à avenida César Hilal, surgiram as comunidades de São
José e Santa Helena, após constantes invasões nos terrenos.
BAIRRO DE LOURDES
A atual
área do bairro de Lourdes, em Vitória era, em 1952, uma chácara da família
Monjardim, pertencente a Yolanda Monjardim Faria Santos. Grande parte desta
área foi vendida aos primos Dionysio e Gilberto Abaurre, que a lotearam e
fundaram o bairro. O nome Lourdes é uma homenagem a Maria de Lourdes Benezath
Abaurre, mulher de Dionysio Abaurre, muito conhecida pela habilidade em fazer
salgados para festas e recepções.
Segundo o
filho de Dionysio, Marcelo Abaurre, na área existia muito mangue sendo a área
aterrada por João Pescoço Mole, figura típica da época.
No bairro
funciona a sede da Associação de Pais e Portadores de Fissuras Lábio-Palatais
do Espírito Santo, Profis, uma instituição filantrópica que presta atendimento
gratuito. A fissura é uma abertura no lábio ou no céu da boca com a qual
algumas pessoas nascem e tem dificuldade de comunicação. A instituição possui
mais de 1000 pacientes cadastrados e precisa de doações que podem ser feitas
através dos telefones: 3 322 8261 e 3 322 18 07.
O bairro
de Lourdes conta com cerca de 1. 639 habitantes, segundo os dados do censo de
1996. Na Prefeitura estão cadastrados
105 estabelecimentos de comércio e serviço, dois de ensino, um de esporte e
diversão e dois de saúde, além de 600 residências e 82 terrenos. Todo o bairro
possui 217. 616, 79 metros quadrados de área e faz limites territoriais com
Santos Dumont, Nazaré, Rio Branco e Horto. O bairro é tipicamente residencial e
a maior parte dos moradores é considerada de classe média a classe média alta.
BAIRRO GRANDE VITÓRIA
O bairro
Grande Vitória surgiu em janeiro de 1981, proveniente de uma invasão. O local
era um mangue que, segundo os moradores, pertencia ao juiz Copolilo.
Inicialmente foram construídas várias palafitas e pinguelas para os moradores
poderem sair de suas casas, já que não havia ruas. Só depois de cinco anos, por
volta de 1986, é que toda a área foi aterrada.
Segundo o
IBGE o bairro possui cerca de cinco mil moradores, com 1. 069 residências, 73
estabelecimentos comerciais, 20 templos religiosos e uma escola.
PARQUE MOSCOSO
O bairro
Parque Moscoso fica no centro da cidade de Vitória e possui o nome da área de
lazer inaugurada em 1912, que recebeu o nome do ex-presidente da Província do
Espírito Santo, Henrique Moscoso. O bairro surgiu de um aterro sobre o mangue
na região conhecida como Lapa do Mangal.
O comércio local é de bares,
padarias, restaurantes e farmácias, com cerca de 263 lojas. Também existem 19
indústrias, seis escolas e 17 clínicas. No bairro existem várias lojas de
confecção de vestidos de noivas. Ao todo são 1. 018 residências no bairro, com
cerca de 3,1 mil moradores.
Segundo consta antes do aterro do
campinho, onde hoje está o Parque Moscoso, o bairro não tinha nome e se
confundia com a Vila Rubim. Depois da construção do parque, as primeiras casas
começaram a se erguer e a região atraiu novos moradores. Ricos comerciantes,
como Antenor Guimarães e Expedito Garcia, assim como o primeiro Prefeito de
Vitória, Ceciliano Abel de Almeida e famílias de ex-governadores do Estado e
Comandantes da Polícia Militar, moravam no Parque Moscoso.
ILHA DAS CAIEIRAS
O bairro
Ilha das Caieiras em Vitória recebe visita de turistas americanos, alemães,
japoneses e portugueses e de todo Brasil que ali vão provar a Muqueca Capixaba,
servida nos restaurantes da região. O bairro passou a ser parada obrigatória
para os turistas e ponto de encontro para quem gosta de pratos preparados com
frutos do mar.
Além da
boa comida há uma belíssima vista para a baía de Vitória. A Muqueca de Peixe, a
casquinha de siri, arroz de polvo e torta capixaba são os pratos preferidos. Os
locais mais procurados são: Bar e Restaurante Beco do Siri, próximo a praça dos
Pescadores; Bar do Lilico, na rua da creche, ao lado da Cooperativa das
Desfiadeiras de Siri; Frutos da Ilha, na Rua Bandeirantes, próxima a Igreja
Católica e Recanto da Sereia, na rua da creche.
BAIRRO RESISTÊNCIA
A ocupação
da área de mangue da região da Grande São Pedro começou na década de 70, quando
várias famílias se instalaram em barracas de lona e iniciaram a construção de
palafitas. Resistência era antes São Pedro VI. Foi a última grande ocupação
coletiva que aconteceu em maio de 1983, inicialmente no loteamento Floresta da
Ilha. No dia 30 de setembro de 1983 houve o primeiro conflito na região, com
quebra-quebra, promovido por uma pessoa que se dizia dono da área que levou
polícia e capangas. A região é hoje urbanizada e o nome homenageia a
resistência de 400 famílias que ali se estabeleceram inicialmente.
A região
de São Pedro encontra-se a Norte e Noroeste da Ilha de Vitória, junto a um dos
canais do estuário do rio Santa Maria da Vitória e adjacente à rodovia Serafim
Derenze, apenas quatro quilômetros do centro de Vitória
Preliminarmente
participaram da ocupação da região, 400 famílias. Com a conclusão das obras do
Programa Promorar, no final de 1983, a área foi ampliada pela ocupação de pessoas desempregadas e de baixa renda,
principalmente migrantes.
Segundo
dados de 1996 da Prefeitura Municipal de Vitória, o bairro Resistência possui
uma área de 54. 628, 14 metros quadrados, com mais de 4. 080 habitantes, com um
número aproximado de quatro pessoas por domicílio.
VILA RUBIM
O bairro
da Vila Rubim começou a surgir no início do século passado, quando era
conhecida por Cidade de Palha. O apelido se devia ao fato, de no local,
predominarem a pobreza e os casebres que abrigavam famílias provenientes do
interior do Estado do Espírito Santo e de outros estados vizinhos.
Os primeiros habitantes foram famílias de migrantes do interior do estado e de outros Estados.
O bairro se desenvolveu por ser um local de passagem obrigatória para o continente. Por volta de 1940, surgiu o mercado da Vila Rubim, marcando a transformação do espaço residencial para comercial.. Em 1955 as mercadorias eram vendidas a céu aberto e, posteriormente, começou a funcionar um mercado conhecido como Coréia, onde eram comuns as confusões entre doqueiros, pivetes e polícia.
Até 1963, funcionavam os bondes que vinham de Santo Antônio, entravam na avenida Duarte Lemos, passavam pela avenida José Carlos, hoje, Marcos de Azevedo, e seguiam em direção ao centro, na praça Costa Pereira. No citado ano de 1963, a Central Brasileira de Força Elétrica retirou os bondes de circulação.
Até 1970 da Vila Rubim podia-se apreciar o mar. Havia um cais próximo ao bairro onde se fazia transporte de cargas e passageiros. Depois disso, o lugar foi aterrado.
Na administração do prefeito Setembrino Pelissari foram construídos galpões para o Mercado e vários ambulantes começaram a se instalar na praça Manoel Rozindo.
Em julho de 1994 um incêndio destruiu parcialmente o mercado causando horas de pesadelo e dor. Na ocasião ocorreu uma explosão de pelo menos 60 toneladas de fogos de artifício de um estoque clandestino, destruindo quatro grandes galpões, com um saldo de 35 feridos, quatro mortos, 15 carros destruídos e grandes prejuízos para os comerciantes da região.
A Vila Rubim está localizada na região centro de Vitória e tem como vizinhos os bairros Ilha do Príncipe, Caratoíra, Morro do Quadro, Morro do Alagoano e Boa Vista. Com base no censo de 1996, calcula-se que o bairro possui 2. 392 habitantes, sendo 1. 294 mulheres e 1. 098 homens.
O nome do bairro é uma homenagem ao coronel português, Francisco Alberto Rubim, que governou a Capitania do Espírito Santo no período de 1812 a 1819.
No bairro existem duas pracinhas, a Doutor Athayde construída por volta de 1960 e na divisa entre a Vila Rubim e o Morro do Quadro. A outra praça do bairro chama-se Escolástica de Souza, sendo bastante freqüentada pelos moradores da rua Santo André. Ela fica ao lado da Igreja Católica São Pedro da Vila Rubim.
Antigamente a Vila Rubim possuía diversos times de futebol, entre eles o Estrela, o Americano e o Humaitá, que dividiam a torcida dos moradores da região. Atualmente existe apenas o Renascença Futebol Clube, que surgiu em 1980 e ficou depois parado por 8 anos quando o seu fundador, Aladir de Oliveira, morreu. Hoje o time joga com uniforme nas cores azul, amarela e branca e é dirigido pelo ex-jogador Hélio Covre, que reviveu o time.
No Mercado da Vila Rubim uma das atrações são as ervas vendidas a preços populares que servem desde para emagrecer, para banho de “descarrego” e até as que prometem curar a impotência. As mais procuradas são: Carqueja, Manjericão, pau-de-resposta, arruda. A famosa garrafada é confeccionada com cinco tipos de ervas: Cantaria, pau-de-resposta, cipó-cravo, nó-de-cachorro e trepa-moleque.