VITÓRIA NEWS
Vitória - Espírito Santo - Brasil
Oficialmente, a cidade de Vitória nasceu com a fundação da Vila de Vitória em 08 de setembro de 1551, ainda que existam registros anteriores de envios de peças de artilharia e munição.

Vitória, fundada em 1551, implantou-se em uma elevação de forma oval, entre a baía e o maciço central da ilha e era circundada por braços de mar e pequenos riachos, que propiciavam a formação de manguezais.

Tendo permanecido por 250 anos praticamente contida em seu núcleo inicial e arredores, conservou uma boa parte do traçado urbano original e a conformação desse sítio.

Em meados do século XVI não havia terrenos ocupados junto ao canal que levava à baía. As águas vinham até o pé da colina, com difícil acesso pelo lado sul. Toda a área plana desse lado, onde hoje se encontra a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes (Beira Mar), juntamente com a zona portuária, foi fruto de sucessivos aterros.

A julgar pelas situações semelhantes em outras capitanias, por volta de 1580, os velhos muros da cidade, com seus baluartes, já estariam em ruínas. As ruas junto às bordas foram tendo seus terrenos ocupados com novas casas. O espaço mais amplo era, à época, o Largo da Matriz e do Colégio dos Jesuítas.

Do lado oposto ao Largo, na frente do colégio, ficava a Igreja da Misericórdia. Era certamente uma obra modesta, porque as fotografias do século XIX e início do século XX ainda mostram um edifício muito simples, com as características dos que foram construídos nos primeiros anos da colonização.

A expansão da cidade foi lenta. As casas eram, em sua maioria, térreas. As que identificamos em fotografias do início deste século foram, provavelmente, quase todas construídas ainda no século XIX.

No início do século XVII já há notícias de atividades bélicas em algumas das ladeiras, em luta contra os holandeses. Isto significa que possivelmente essas áreas já seriam habitadas. Na Ladeira do Pelourinho ou da Cadeia, teria ocorrido o ato heróico de resistência de Maria Ortiz, em março de 1625. Atualmente existe uma escadaria, chamada Maria Ortiz, que foi objeto de restauração no ano de 1992.

Na Rua Caramuru, onde há relatos de combates armados em 1640, atualmente existe um belo viaduto de mesmo nome, que liga dois pontos da cidade alta, construído em 1925 e restaurado em 1992.

Vitória passou por um período de grande estagnação, entre o fim do século XVII e meados do século XVIII. Na administração do Marquês de Pombal, recebeu algumas atenções especiais, que nos permitem conhecer melhor as suas condições.

Nessa época, as várias capitanias passaram a contar com os serviços de engenheiros militares, com qualificação técnica adequada, tanto no que se refere à arquitetura quanto a medidas urbanísticas.

Uma das principais atividades desses profissionais foi a realização de desenhos, com plantas e vistas bem detalhadas de várias localidades. Entre a documentação por eles preparada, existem algumas plantas e vistas da Vila de Vitória, permitindo compreender as transformações pelas quais passou, desde final do século XVI a meados do século XVIII.

A "Planta da Vila de Vitória, Capital da Capitania do Espírito Santo", provavelmente levantada em 1767 por José Antônio Caldas, mostra que pouco mais de 200 anos depois de sua fundação, a Vila continuava, basicamente, concentrada no sítio da colina original e em suas encostas.

Junto ao porto, em terrenos conquistados com aterros, surgiram as primeiras ruas de comércio da parte baixa, onde se instalaram os trapiches. Do lado da colina, voltado para o interior, havia algumas outras ruas ao redor de uma pequena enseada, onde chegavam pequenas embarcações.

O local é ocupado atualmente pela Praça Costa Pereira, que junto com o Parque Moscoso, conformam as duas áreas verdes mais importantes do centro da cidade. Elas foram marcos de grande importância sócio-política no desenvolvimento da cidade, especialmente a partir do princípio deste século.

No sítio inicial da Vila e nas quadras ao seu redor, havia alguns edifícios importantes, indicados nos desenhos. O principal deles era o antigo Colégio dos Jesuítas, com a respectiva igreja, dedicada a São Tiago, reconstruídos pouco antes. Era uma obra típica do período arquitetônico que vai do fim do século XVII a meados do século XVIII. Depois da expulsão dos padres, o edifício do colégio foi utilizado como palácio dos governadores. Essa função ainda se mantém, depois do incêndio e das obras do início deste século.

Esse palácio, denominado Anchieta, está localizado na parte alta da cidade e é ligado à parte baixa por ampla escadaria neoclássica que compõe não só a fachada do edifício, como se fosse parte original do mesmo, mas também toda a ladeira que vai sair no mar.

No lado oposto ao Palácio Anchieta, havia a Igreja da Misericórdia, destruída no início do século para dar lugar ao prédio onde se encontra atualmente a sede da Assembléia Legislativa Estadual.

No extremo oposto da colina havia a Igreja Matriz, também reconstruída em fins do século XVIII, onde hoje se ergue a Catedral Metropolitana de Vitória. A meio caminho ficava a Casa de Câmara e Cadeia, com o pelourinho à frente.

As outras duas referências na paisagem eram o Convento dos Franciscanos Reformados (Capuchinhos) e o do Carmo, prédios existentes até hoje.

No caminho que levava ao Convento de São Francisco, a planta de 1767 nos mostra a Capela de Santa Luzia; e entre esta e o Colégio dos Jesuítas (atual Palácio Anchieta), a Igreja de São Gonçalo. Nesse desenho, não encontramos qualquer referência à Igreja do Rosário, uma construção mais afastada desse núcleo central. Na cidade baixa, situava-se o baluarte de São Tiago.

Ao longo do Império, a população de Vitória expandiu-se com alguma irregularidade. Em 1872 eram 16.200 habitantes, por volta de 1890 eram cerca de 16.900 e em 1900, já sob regime republicano, a população havia diminuído para apenas 11.800 habitantes.

Devemos reconhecer que nesse período as condições econômicas, que não favoreceram uma expansão significativa no núcleo urbano, permitiram a conservação de boa parte dos edifícios coloniais e, sobretudo, o traçado urbano original.

As primeiras grandes transformações na estrutura da cidade de Vitória ocorreram no início da República, na primeira administração de Muniz Freire (1892-1896). Nessa época, desenvolveu-se um comércio de exportação e importação de café, que se instalou em algumas ruas da cidade baixa.

Segundo os historiadores, foi somente nessa época que um trecho da Rua do Comércio foi melhorado, de forma a se tornar carroçável. Nas demais vias, devido às dificuldades topográficas, o trânsito era feito quase sempre a pé ou a cavalo.

Durante a administração de Muniz Freire, havia a perspectiva de que o desenvolvimento da cafeicultura permitisse um aumento significativo da população da Capital. Para atender a essa expansão populacional, a administração promoveu a abertura de um grande loteamento oficial, em uma região afastada do centro, que foi denominado "Novo Arrabalde", onde se localiza hoje o bairro Praia do Canto, e que dispunha de uma área seis vezes maior do que todo o território ocupado, até então, pelo núcleo urbano.

Entretanto, o novo bairro permaneceu praticamente desocupado durante várias décadas. Mais significativas nesse período foram as obras de aterro dos brejos existentes no Campinho, onde hoje é o Parque Moscoso.

Entre 1908 e 1912, durante a administração de Jerônimo Monteiro, foi dado prosseguimento ao aterro dessa área e à formação do bairro conhecido como Vila Moscoso sendo construídas 28 casas para funcionários públicos, dando início à expansão urbana desse lado da cidade.

Jerônimo Monteiro iniciou reformas significativas no antigo núcleo urbano, provocando o conseqüente desaparecimento de grande parte da arquitetura colonial.

Durante a década de 1920, a cidade expandiu-se também em direção ao Novo Arrabalde, que passou a ser servido por linha de bonde e serviço de abastecimento de água. As ferrovias, que vinham sendo construídas desde 1901, ligando a capital às regiões da cafeicultura, alcançaram áreas mais afastadas, ampliando as atividades portuárias. No governo de Florentino Ávidos (1924-1928) foi inaugurada a primeira parte do cais do Porto.

As atividades portuárias e comerciais, a partir de 1930, permitiram um contínuo crescimento da cidade. Nesse contexto, Vitória era sobretudo uma cidade de funcionários públicos e prestadores de serviços, com algumas atividades comerciais.

A população situava-se nas faixas de renda média. Os censos de 1940 e 1950 indicavam uma população de 45.200 e 98.000 habitantes respectivamente.

A partir de 1950, inicia-se um novo ciclo. A cidade de Vitória e municípios vizinhos passaram a receber investimentos urbanos de grande porte, acelerados nas décadas de 60 e 70, através da implantação de grandes projetos industriais, como a Companhia Vale do Rio Doce – CVRD e a Companhia Siderúrgica Tubarão – CST.

Nesta década, a região central de Vitória sofreu alterações significativas. A transferência do capital econômico para a região norte da cidade trouxe conseqüências sérias para a manutenção da vitalidade desse espaço urbano, uma vez que também os investimentos públicos e privados diminuíram sensivelmente.

A Prefeitura Municipal de Vitória, através do Projeto de Revitalização do Centro vem atuando no sentido de reverter este quadro, devolvendo a essa área a importância que veio perdendo ao longo dos últimos anos através do estímulo aos proprietários para que recuperem e conservem seu patrimônio edificado e de investimentos públicos na melhoria de seus espaços urbanos.

Texto da Internet no Web Site da Prefeitura Municipal de Vitória.



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