Certas
metamorfoses da sedução:
Destruição
e reconfiguração do corpo na publicidade mundial dos anos 90
I think that the body is obsolete.
Orlan
A retórica do consumo e da
indústria cultural passou por algumas mutações extremamente significativas nas
últimas décadas. Dentre tais mutações,
talvez a mais sensível tenha sido aquela que afetou o regime de
disponibilização das imagens ideais de corpo. Ao invés de locus da
identidade estável, o corpo fornecido pela industria cultural e pela retórica
do consumo aparece cada vez mais como matéria plástica, espaço de afirmação da
pretensa multiplicidade. Isto a ponto de sociólogos como Mike Featherstone
poderem afirmar que : “No interior da
cultura do consumo, o corpo sempre foi apresentado como um objeto pronto para
transformações”[1].
Aparece assim a imagem do corpo como interface e superfície de reconfiguração
que coloca o sujeito diante da instabilidade de personalidades múltiplas e da
des-identidade subjetiva.
De fato, a imagem
de um corpo reconfigurável já fazia parte do imaginário de certos
setores avançados da cultura de massa graças a cineastas como David Cronemberg
(Videodrome e, mais recentemente, Ex-sistenz) e a artistas como
Cindy Sherman (com suas séries de auto-retratos em clichês de filme e de moda)
e Orlan (com suas performances nas quais seu rosto era reconstruido
cirurgicamente a partir dos modelos da beleza clássica: Gioconda, Vênus,
Europa, Diana etc.). Mas atualmente tais imagens migraram para o cerne da
cultura de consumo através da publicidade.
A primeira vista,
poderia parecer que a migração de representações desta natureza estaria
marcando com o selo da obsolescência a idéia frankfurtiana da indústria
cultural como negação absoluta da individualidade. Pois ao invés das operações
de socialização através da exigência de identificação com um conjunto
determinado de imagens ideias, estaríamos agora diante de uma indústria
cultural que incita a reconfiguração contínua e a construção performativa de
identidades. Na verdade, o setor mais
avançado da cultura do consumo não forneceria mais ao eu a positividade de
modelos estáticos de identificação. Ele forneceria apenas a forma vazia da
reconfiguração contínua de si que parece aceitar, dissolver e passar por todos
conteúdos. Isto pode nos explicar porque temos cada vez menos necessidade de
padrões claros de conformação do corpo a ideais sociais. Mas esta transformação
do padrão retórico da cultura de consumo é apenas um dos fenômenos resultantes
de algumas modificações maiores em processos contemporâneos de socialização e
nas técnicas disciplinares.
Exemplo canônico
desta tendência foram as campanhas da Playstation. Como se trata de um game,
o posicionamento de suas campanhas procurou ressaltar as modificações
subjetivas resultantes do impacto do acesso ao universo virtual. Trata-se de
insistir em uma idéia simples: quem joga Playstation tem acesso a experiências
virtuais que afetam diretamente a auto-identidade e, por consequência, a
sensorialidade que determina a maneira com que o sujeito relaciona-se com seu
próprio corpo.
Por exemplo, em uma peça publicitária para mídia impressa (Supermarket,
TBWA/Paris), vemos apenas a foto de um corpo diante de prateleiras com várias
cabeças à disposição e a assinatura do anunciante. Um corpo que escolhe com
qual cabeça sair demonstra perfeitamente como a questão da auto-identidade, tão
ligada a noção de integridade do corpo, modifica-se necessariamente no interior
deste jogo de máscaras prometido pelo virtual. O premiado filme Double Life,
de 1999 segue a mesma lógica. A estrutura é simples: um texto é declamado
durante 1 minuto por várias pessoas de maneira sequencial (ou por uma pessoa
que se transforma a todo momento). Enquanto esta multiplicidade de personas vai
se desdobrando, o consumidor ouve um texto envolto em música apoteótica que
diz: “Durante anos, eu vivi uma vida dupla. Durante o dia, faço meu trabalho,
pego o ônibus (...) Mas perdi adrenalina e exibi desprezo pela vida (...) Por
isto, comecei a levar uma vida dupla (...) Eu comandei exércitos e conquistei
mundos. Não tenho arrependimentos – ao menos posso dizer: Eu vivi”.
Para além da
constatação catastrófica de que o único espaço de experiência real na
contemporaneidade é exatamente o virtual (já que o espaço da vida prosáica
seria dominado pela alienação no trabalho e pelo tédio), o filme coloca
claramente em cena um desejo de multiplicidade necessariamente vinculado a
possibilidade de reconfiguração plástica do corpo. O fato da declamação do
texto unir várias personas (algumas extremamente caricatas e com
maquiagem carregada a fim de evidenciar seu caráter de pura máscara), nos
coloca diante da possibilidade do sujeito enunciador estar em constante mutação
e ter abandonado de vez as aspirações de integridade identitária.
Mas há ainda um
outro ponto interessante nas campanhas da Playstation. Pois tal possibilidade
de mutação contínua pressupõe, entre outras coisas, que o corpo deixe de ser
concebido com um limite entre o
sujeito e o mundo para ser uma interface
de conexão reconfigurável a
qualquer momento. Em um outro filme publicitário, Can you see it?, vemos uma garota em uma bicicleta-cross diante de uma decida íngreme.
Enquanto ela olha a descida, a câmera perfaz um zoom que fecha em seu olho e
seguem-se cenas de um game de cross. Ou seja, entramos no olho da
protagonista do filme publicitário e descobrimos que ela vê os desafios da
realidade como se estivesse em um game. Seu olho já é interface de conexão com o
espaço virtual.
A peça publicitária exemplar desta lógica é a vencedora do Grand Prix Press and Poster de
1999. Ela se resume a uma foto de um casal adolescente com botões de joystick
Playstation nos mamilos. Não há sequer assinatura. Este mínimo de sugestão
publicitária indica claramente como o foco da peça é a identificação do produto
com um estilo singular de vida capaz de implicar o consumidor. Tal estilo está
materializado na idéia do sexo como um videogame, devido a imagem dos botões de
joystick em zonas erógenas, e no imaginário da tecnologia orgânica onde
circuitos de máquina interagem com o corpo. Nesta organicidade da tecnologia,
encontramos novamente a concepção do corpo como
interface de conexão que promete aos
consumidores adolescentes o gozo de uma nova sensorialidade moldada através de
Playstation.
Mas devemos
insistir como tais representações com suas promessas de gozo tendem a
negligenciar as tensões que estão normalmente em jogo na gênese da imagem do
corpo próprio, assim como o fato da imagem corporal nunca ser resultado da
determinação reflexiva de um projeto individual (mesmo que esta determinação
reflexiva receba a figura da decisão de compra de produtos que prometem
experiências contínuas de reconfiguração). Neste sentido, tecer algumas
considerações a partir da psicanálise lacaniana parece-me uma estratégia
pertinente, já que Jacques Lacan desenvolve, de maneira exaustiva, uma reflexão
sobre a articulação entre corpo, ipseidade, imagem e identificação social.
De maneira
sumária, podemos dizer que, na perspectiva lacaniana, a gênese do eu está
fundamentalmente associada ao processo de formação da imagem do corpo próprio.
Por sua vez, a experiência do corpo próprio é desde o início submetida a
um esquema mental, a uma imago produzida através da introjeção de
imagens ideais socialmente desejáveis. Daí porque: “nada separa o eu de suas
formas ideais”[2]
absorvidas no seio da vida social.
As primeiras
imagens do corpo próprio são pois introjeções de imagens do corpo do outro ou
da imagem especular vinda do exterior. Durante todo o desenvolvimento
subjetivo, esta lógica de captações imaginárias guiará a constituição do eu.
Isto significa fundamentalmente que a experiência de produzir uma imagem
corporal é alienação de si no sentido de submissão da referência-a-si a
referência-a-outro. Experiências de estranhamento diante de imagens do corpo
próprio em fotografias e espelhos são
manifestações fenomenológicas exemplares desta natureza alienante da imagem do
corpo. Fantasmas de despedaçamento do corpo, tão comum em crianças com menos de
5 anos, nos fornecem outro exemplo da precariedade do enraizamento da imagem
corporal.
Mas se a imagem
do corpo próprio é sempre a sedimentação heteróclita de imagens ideais
socialmente desejáveis, então não há nada de próprio na imagem do corpo.
Lacan dirá que o corpo próprio, na verdade, é corpo do Outro: “O corpo é, desde
sua origem, este lugar do Outro enquanto espaço onde está, desde a origem,
inscrita a marca como significante "[3].
A afirmação quer dizer que o corpo é o topos fantasmático no interior do qual o eu se coloca para ser
objeto do desejo do Outro. Um Outro que deve ser primeiramente compreendido
como estrutura sócio-simbólica que suporta e configura a integralidade dos
vínculos sociais. Neste sentido, há muito ainda a ser desenvolvido a respeito
da mídia como Outro, já que ela se coloca como espaço de mediação social por
excelência.
Duas
consequências devem ser derivadas de tais considerações. Primeiro, dificilmente
podemos falar no corpo como um projeto cuja responsabilidade é
reflexivamente assumido por sujeitos autônomos. Isto significa desconsiderar
tacitamente toda relação entre corpo e fantasma, ou seja, toda dependência do
design do corpo ao assentimento do olhar do Outro. Ter um corpo não é
exatamente um projeto, ter um corpo é estar atado ao olhar do Outro (mesmo
que este olhar peça uma contínua reconfiguração das imagens apresentadas) [4].
Segundo, a possibilidade de reconfiguração
plástica do corpo não significa a realização de ideais de autonomia reflexiva.
Na verdade, o diagnóstico contemporâneo da dissolução do eu é forte se pensarmos
no eu como unidade sintética, mas é fraco se pensarmos no eu como objeto do
fantasma, como lugar no qual o sujeito se coloca para tornar-se objeto do
desejo do Outro. De fato, podemos mudar de corpo, modelá-lo cirurgicamente,
assim como termos experiências sensoriais no espaço virtual que interferem
radicalmente na nossa relação corporal. Isto afeta a maneira como compreendemos
a unidade imaginária do eu. Mas um ponto permanece, e ainda com mais força : a
dependência fantasmática do eu ao olhar desejante do Outro.
Neste sentido, a
grande peculiaridade contemporânea não está na quebra de relação entre corpo e
alienação, mas na ausência de conteúdos ideais de identificação
disponibilizados pela cultura do consumo. Campanhas como as da Playstation nos lembram
que o setor mais avançado da cultura do consumo não fornece mais ao eu a
positividade de modelos estáticos de identificação. Ele fornece apenas a forma
vazia da reconfiguração contínua de si que parece aceitar, dissolver e
passar por todos conteúdos. Forma de
equivalência geral própria à lógica da mercadoria, como diria Adorno. Isto pode
nos explicar porque temos cada vez menos necessidade de padrões claros de
conformação do corpo a ideais sociais.
A promessa de
reconfiguração plástica do corpo entrou na cultura de consumo juntamente com
uma representação publicitária ‘complementar’: a mercantilização da
auto-destruição.
Se a
mercantilização da auto-destruição é um fenômeno complementar à promessa
midiática de reconfiguração infinita do corpo, isto ocorre devido a uma lógica
precisa. Em um momento histórico no qual o sistema social de mercadorias parece
ser capaz de absorver todo e qualquer conteúdo de singularização da experiência
do corpo, as aspirações de singularidade tendem a migrar para a negação bruta,
seja sob a forma de implementação de pulsões de auto-destruição contra a imagem
do corpo, seja sob a forma de desejo pelo informe. Assim, tal mercantilização
da auto-destruição tem ao menos um momento de verdade pois funciona como a
marca de uma certa paixão pela violência do real, para além das promessas do
virtual.
Insistamos neste
fato: os anos 90 foram palco de um fenômeno único na história da sociedade de
consumo, a saber, a transformação da auto-destruição da imagem do corpo em peça
maior da retórica publicitária.
Vamos pegar, por
exemplo, aquilo que foi um dos acontecimento mais surpreendente da publicidade
dos anos 90: a introdução do corpo doente como dispositivo que exigia
plenos direitos na retórica do desejo. O exemplo maior aqui continua sendo a
estratégia de comunicação da Calvin Klein com sua estética heroína chic.
Modelos magras
com olhar fixo e distante, corpo jogando em um canto, pele embebida em suor
frio e luz desbotada. Em um lado do anúncio, a assinatura do anunciante e nada
mais. Criados pelo fotógrafo de moda Jurgen Teller, os anúncios para mídia
impressa de Calvin Klein Jeans a partir de 1995 seguiam este mesmo figurino. A
semelhança visível das modelos com usuários de heroína mostrava uma lógica de
aproximação entre glamour e auto-destruição estilizada. Na
verdade, tal lógica guiou várias outras produções de Calvin Klein. A beleza
anoréxica de Kate Moss nua com ossos a mostra na campanha mundial para o
perfume Obsession, por exemplo, deve ser lida nesta chave.
A importância destas campanhas para a
reconfiguração da retórica publicitária não deve ser menosprezada. Na mesma
época, Benetton havia colocado em circulação representações aparentemente
estranhas ao mundo publicitário através de fotos que expunham a morte, a intolerância
e a violência. Aidéticos em estado terminal, tensões raciais, cargueiros
abarrotados de imigrantes ilegais e carros queimados foram alguns dos temas
escolhidos por Toscani. Tratava-se de dar forma mercadológica ao mal estar
diante das representações publicitárias.
Os anúncios em
questão da Calvin Klein seguiram a mesma estratégia. Eles deram forma
mercadológica a algo no corpo que não se identificava mais com a imagem do
corpo que guiara a lógica publicitária por tanto tempo. Algo que só poderia aparecer
como imagem da destruição da imagem do corpo. Ou seja, eles deram forma
mercadológica a recusa à publicidade. Contra os corpos saudáveis e harmônicos,
contra a “nova aliança” entre natureza e
consumo prometida pela sociedade de consumo do final dos anos 80 com seus
produtos transparentes, seus cosméticos orgânicos e sua bio-tecnologia[5],
Calvin Klein investiu libidinalmente em corpos doentes.
Este é um ponto central. Ao trabalhar
representações publicitárias do corpo marcado pela doença, pela ambiguidade e
pela des-identidade, estamos falando de um processo de mercantilização do que aparentemente seria o avesso da cultura de
consumo. Pois estamos diante da
mercantilização midiática de representações do corpo aparentemente avessas à
imagem ideal do corpo fetichizado e portador de uma identidade segura que
sempre guio nossa sociedade de consumo. Mas tal fenômeno que perde seu
estranhamento se lembrarmos que a forma-mercadoria pode prescindir de toda
ligação a conteúdos ideológicos específicos e que o motivo da “revolução
permanente” e da “ruptura” é um tema central de boa parte das teorias de
administração do capitalismo tardio[6].
Para funcionar, a sociedade de consumo precisa da radical obsolescência de
todos conteúdos ideológicos específicos. Ela precisa de rupturas internas
controladas.
A radicalização
de tal lógica talvez indique uma nova
etapa da retórica do consumo, já que vemos uma retórica prestes a flertar com
noções aparentemente des-harmônicas do desejo e que pode indicar o advento de
novos processos de mercantilização da negatividade da auto-destruição e da
revolta contra as imagens ideais do corpo. Talvez valha neste caso o dito
premonitório de Debord : ‘À aceitação dócil do que existe pode juntar-se a
revolta puramente espetacular : isso mostra que a própria insatisfação tornou-se mercadoria, a partir do momento em
que a abundância econômica foi capaz de estender sua produção até o tratamento
desta matéria-prima”[7].
Ou seja, nada impede que o a frustração com o universo fetichizado da forma-mercadoria
e de suas imagens ideais possa se transformar também em uma mercadoria. Na
verdade, esta é a base atual do posicionamento das campanhas mundiais da Diesel
com sua ironia a respeito das formas gastas da própria linguagem
publicitária. Isto só para ficar no exemplo mais visível de campanhas
publicitárias que satirizam a própria publicidade. Tal mercantilização da
insatisfação com o universo da mercadoria, lógica presente atualmente no
interior da própria publicidade, mostraria pois que : “a crítica ao capitalismo
tornou-se, de forma bem estranha, o sangue salvador do capitalismo”[8].
Podemos mesmo
colocar como hipótese que, a partir do momento em que a saturação do público
consumidor em relação aos artifícios corriqueiros da retórica publicitária
motivou uma certa invalidação de representações sociais normalmente vinculadas
à positividade do universo das mercadorias, então a publicidade viu-se obrigada
a, digamos, “flertar com o negativo” de maneira cada vez mais radical. Tal
processo já havia ocorrido de forma semelhante nos anos 60. Lembremos como a
publicidade dos anos 50 era resultante de uma ideologia empresarial “científica” que havia codificado toda
possibilidade criativa a um conjunto fechado de regras de composição[9].
A repetição infindável de artifícios retóricos superlativos e a manipulação de
uma psicologia social simplista transformou a publicidade em alvo maior da
crítica à ideologia da sociedade de massa. Mas esta crítica foi logo assumida
pela própria publicidade através de uma revolução estilística que marcou os
anos 60 através de nomes como Bill Bernbach, Howard Gossage e outros.
Tratava-se de uma publicidade que ridicularizava a própria publicidade e certos
aspectos da cultura de consumo. Podemos dizer que esta lógica de “ruptura
interna” foi levada ao paroxismo nos anos 90.
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[1] FEATHERSTONE, Mike (org.), Body
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[2] LACAN, Jacques; Escritos, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, p. 116. Ou ainda :”a forma total do corpo através da qual o sujeito antecipa numa miragem a maturação de sua potência só lhe é dada como Gestalt, isto é, numa exterioridade em que decerto essa forma é mais constituinte do que constituída, mas em que, acima de tudo, ela lhe aparece num relevo de estatura que a congela e numa simetria que a inverte” (LACAN, Escritos, p. 98)
[3] LACAN, Séminaire XIV, sessão do 31/05/67
[4] Neste ponto, devemos salientar o estudo de Mary Schutzman sobre a
histericização da mulher pela imagem publicitária feminina. Ver SCHUTZMAN, Mary, The real thing : hysteria, advertising, Cornell University Press,
1996
[5] Ver, por exemplo, a defesa do imaginário da aliança como paradigma para as ações publicitárias nos anos 90 em WEIL, Pascale, A quoi rêvent les années 90?, Paris, Seuil, 1993. Embora a autora seja associada da Publicis Consultores, campanhas como as da Calvin Klein e da Benetton nos lembram como tal discurso da aliança não foi totalmente hegemônico. .
[6] Ver, por exemplo, FRANK, Thomas; The conquest of cool: business culture, counterculture and the rise of hip consumerism, Chicago, University of Chicago Press, 1997.
[7] DEBORD, Guy; A sociedade do espetáculo, Contraponto, Rio de Janeiro, 2002, p. 40
[8] FRANK, Thomas; O marketing da libertação do capital in Cadernos Le monde diplomatique, p. 45
[9] Um exemplo de tal ideologia é o livro clássico de Carl Hopkins, Scientific advertising. O livro, reimpresso nos anos 50 com prefácio de Daviv Ogilvy, traz afirmações como: “Chegou o tempo em que a publicidade alcançou o status de uma ciência. Ela é baseada em princípios fixos e raciocínio exato. Causas e efeitos têm sido analisados até sua perfeita compreensão. Os métodos corretos de procedimentos têm sido testados e provados. Nós sabemos o que é mais efetivo e agimos a partir de leis básicas” (HOPKINS, Carl, Scientific advertisng, Chicago, Advertising Publications, 1966, p. 213)