"Walter Lima Júnior ganha biografia comentada"
"Uma figura dissonante no Cinema Novo"
walter lima júnior - viver cinema reconstitui e analisa a trajetória do cineasta, cinéfilo, ex-crítico e professor, desde suas primeiras surras por matar aulas e ir ao cinema, ainda em Niterói, até o trabalho de direção no telefilme Meu filho teu, realizado em 2001, aos 62 anos de idade. Um caminho povoado por clássicos do cinema nacional, como Menino de engenho, Inocência e A ostra e o vento, experiências radicais como A lira do delírio e uma múltipla atividade que se estende aos documentários, à televisão, ao jornalismo especializado e às oficinas de direção e interpretação.
É o que faz deste livro um testemunho revelador dos caminhos que a criação artística brasileira trilhou dos anos 1960 aos 1990, uma vez que Walter esteve diretamente ligado – embora nunca completamente identificado - a fases importantes como o cineclubismo, o Cinema Novo, o Tropicalismo, o Cinema Marginal, a cultura de resistência à ditadura militar, a era de ouro da Embrafilme, a redemocratização do país na década de 1980 e o chamado “renascimento” do cinema brasileiro nos anos 1990.
Aqui o leitor vai encontrar um misto de perfil biográfico e análise da obra de Walter Lima Júnior. A forte interpenetração entre vida e cinema dá margem a um relato colorido, emocionante e por vezes dramático. Já o estudo da obra leva em conta a gênese de cada filme, as condições de produção, constantes temáticas, traços estilísticos, relações de contexto etc. Transparece, acima de tudo, a procura de um modelo de dramaturgia e um padrão de espetáculo ao mesmo tempo brasileiros e universais, além da construção de um itinerário individualista em meio à dinâmica dos movimentos e às tensões do gregarismo no cinema brasileiro.
John Ford, Joaquim Pedro de Andrade, Caetano Veloso, Antônio Moniz Vianna, Ambrose Bierce, Glauber e Anecy Rocha, Telma Costa, Humberto Mauro, Luís Buñuel, Lima Barreto, a repressão fardada, os anos de desbunde e a vênus platinada estão entre os muitos personagens dessa história que é a de toda uma geração, seus sonhos e seus momentos de acordar.
O AUTOR
Carlos Alberto Mattos nasceu em Salvador (Bahia), em 1954. Faz crítica de cinema desde 1978, tendo passado pela Tribuna da Imprensa, IstoÉ, O Pasquim, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e o website no.com. Foi presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro e criou o modelo de ação do setor de cinema do Centro Cultural Banco do Brasil (Rio).
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