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os filmes | |||||||||||||||||||||||
o viajante Thomaz Farkas | |||||||||||||||||||||||
Walter Lima Jr. anda entusiasmado com a safra recente de documentários brasileiros. “São a coisa mais forte dessa retomada”, costuma dizer. Ele próprio, documentarista ativo entre 1972 e 1990, está empreendendo uma volta ao gênero. Seu próximo filme será um curta-metragem documental, que ele vai realizar a convite do programa Petrobras Cinema. O tema do filme será o também documentarista Thomaz Farkas, que com suas produções nas décadas de 1960 e 1970 – a chamada Caravana Farkas – ajudou a redescobrir o Brasil através do cinema. O húngaro Farkas, radicado em São Paulo desde os seis anos de idade, começou como fotógrafo e empresário do ramo (seu pai era proprietário da loja Fotoptica), mas cedo apaixonou-se pelos cinejornais e documentários. Em 1964, nem bem a poeira do golpe militar tinha baixado e ele já despachava realizadores para a periferia do Rio e para o Nordeste em busca de imagens que divulgassem um certo “Brasil Verdade”. Essa aventura ajudaria a consagrar documentaristas como Geraldo Sarno (Viramundo), Maurice Capovilla (Subterrâneos do Futebol), Paulo Gil Soares (Memória do Cangaço) e, um pouco mais tarde, Sérgio Muniz (Rastejador), Guido Araújo (Feira da Banana) e Eduardo Escorel (Visão de Juazeiro). Nas equipes desses filmes destacavam-se nomes como os de Jorge Bodanzky, Hermano Penna, Vladimir Carvalho e o fotógrafo Affonso Beato. Bastaria isso para dimensionar a importância de Thomaz Farkas no documentarismo brasileiro. Walter Lima Jr., um dos pioneiros dos programas Globo Shell Especial e Globo Repórter, que revolucionaram o gênero na televisão a partir de 1972, nunca deixou de reconhecer. “Veio dali boa parte do ânimo do primeiro Globo Repórter no sentido de fazer uma revelação do Brasil”, sustenta. Ele tem realizado uma série de entrevistas preparatórias, enquanto monta na cabeça o retrato do velho amigo. “Vejo o Thomaz como um daqueles viajantes estrangeiros que contribuíram para a história visual do Brasil. Como Thomas Ender, Rugendas e outros, o Farkas também chegou aqui com um olhar de fora, amou e viveu o país. Foi se especializando em Brasil”, compara. Para tornar clara a conexão, ele pretende filmar Farkas como um viajante, em meio a uma floresta. Na câmera estará um olho igualmente familiar, o de Pedro Farkas, filho de Thomaz e parceiro de Walter na fotografia de Inocência, Ele, o Boto e A Ostra e o Vento. Mas também poderá estar o olho de Walter Carvalho, que já trabalhou com Lima Jr. no documentário Em Cima da Terra, Embaixo do Céu e no telefilme Meu Filho Teu, até hoje inédito. Walter Lima Jr. é mais um cineasta convidado pelo Petrobras Cinema para fazer um curta em película ou mídia digital, nas mesmas condições dos premiados na seleção de roteiros. Ou seja, com recursos limitados a 50 mil reais, prazo de seis meses e duração máxima de 15 minutos. Nelson Pereira dos Santos dirigiu Meu Compadre Zé Ketti e Carlos Reichenbach fez Equilíbrio e Graça. |
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