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HELÔ ABREU


QUANDO FALO DE MIM

Quando quero falar da vida
falo da porta fechada
que sempre se abre
que no ventre acolhe o gesto de dar
sem de si largar pedaço algum
crescendo, perdendo
e nisto ganhando.
Quando quero falar da vida
digo do sonho
sempre sonhado
jamais acabado
de dar vida ao sonho que sonhar
quem dele emana.
Quando quero falar da vida
dizendo de ti que sou eu
ao mundo de mim dou fé.
Da vida de não passar
o gesto do Eu afinando,
o falar no tom e no dito,
que por certinho me valham;
ouros e brilhantes
iguais ao dos passantes
no futuro como antes.
Deslustro os sapatos em lama
pra perto da terra ficar
melhor fora andar descalço
mas arranham-me as areias os pés,
sandálias usaria eu
pois perto estaria da terra
mas essas não tenho ainda
por (inda) delas desmerecer.
Não basta tanto amar,
não basta saber-me amada
só basta o amor por estar
dá-me tu terra o caminho
esse que eu tateio
dá-mo tu terra por castigo ou prêmio
dá-me tu terra o "meu" anseio
sabendo nos que de meu
não tem mais que a palavra
já que, meu, só tem um dono
e desse a cada um o seu.

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