O levantamento resultou na catalogação de 564 símbolos, dispostos em 32 sítios agrupados em 14 localidades.

Destes símbolos, quase que na totalidade foi empregada a técnica de polimento, sendo que em 6 aparecem vestígios das duas técnicas de confecção (polimento e picoteamento), o que sugere que em alguns casos, mas não creio que em todos, antes de dar o acabamento final com polimento, o autor traçava um esboço através do picoteamento.

Não há um padrão de distribuição das inscrições, podendo estarem tanto em blocos horizontais como verticais.

Se tentarmos inferir alguma interpretação, podemos começar pelas formações rediformes, que podem sugerir a pesca com rede, e os círculos e pontos que aparecem dentro de suas malhas, o pescado.

Com exceção do petroglifo do Caminho dos Reis, os sítios da Ilha de Santa Catarina encontram-se na faixa litorânea externa.

Percebe-se que as inscrições de sulcos finos, na faixa de 1 a 1,8 cm, geralmente apresentam um maior desgaste do que as de sulcos mais largos, acima de 2 cm. Na Praia do Santinho existem 2 sobreposições nas quais as gravações de sulcos largos estão sobrepostas às de sulcos finos. O fato se repete em uma das inscrições da Ilha do Campeche. Tal fato pode sugerir dois níveis de ocupação rupestre, um primeiro de sulcos finos seguido de outro com sulcos largos.

Aparentemente não aparecem dados que possam afirmar com clareza um diacronismo seguido de diferença estilística sistemática, mesmo porque são muito poucas sobreposições para se analisar.

O elemento predominante é o círculo, perfazendo um total de 218 símbolos gravados, vindo logo a seguir as variações de linhas em ziguezague ou onduladas com 62 gravações e finalmente as variações em ângulo obtuso com 41 gravações.

Em gráfico, aparecem os seguintes dados:

Aparentemente, correspondem todos ao mesmo estilo, geométrico abstrato, com exceção dos petroglifos do segundo sítio da praia da Galheta, que apresentam linhas irregulares de formação livre. Isso constitui mais um impecilho que impossibilita, até o presente momento, a identificação de qual das três tradições os fizeram, podendo ser fruto até mesmo das três.

A análise comparativa teve por intuito mostrar semelhanças culturais entre os motivos dos petroglifos e certos elementos materiais destes povos pré-históricos. Em momento algum houve a intenção de associação ou interpretação da arte rupestre.

Outro aspecto verificado é a existência de sítios de habitação próximos dos sítios de arte rupestre. Este paralelo foi feito a partir de coletas de superfície e identificação visual, o que não representa um dado definitivo. Os sítios que apresentaram ocupações foram: Pântano do Sul (sambaqui com ocupação de caçadores e coletores e ocupação Guarani), Naufragados (sambaqui e ocupação Guarani), Ilha dos Corais (ocupação Itararé), Ilha do Campeche (ocupação Itararé), Galheta (sambaqui), Prainha (sambaqui), Ingleses (pouquíssimos vestígios das três culturas), Ponta das Canas (Sambaqui com ocupação Itararé), Ilha do Arvoredo (sambaqui) e o sítio extinto da praia da armação (ocupação de caçadores e coletores).

Espero que o somatório de dados colhidos neste levantamento possam auxiliar em futuras pesquisas na área de arte rupestre desta região, e quem sabe, na futura identificação dos seus autores.