Poemas e Poesias

Quase
Maite Schneider - E-mail - HomePage

Perdi quase tudo por quase nada.
Ah, bendito quase, porque insistes em aparecer?
Quero viver sem quase, não quero quase viver.
Quero uma vida completa, nem que para isso tenha também que sofrer...
Quero amar, viver, sofrer, ser feliz plenamente.
Que eu perca tudo algumas vezes, e ganhe tudo muitas outras.
Cansei de ser quase em tudo.
Agora ou sou tudo ou sou nada, cansei desta história de quase.
E estou quase conseguindo.


O que é o amor?
Maite Schneider - E-mail - HomePage

O amor não é gelado.
O amor não pode ser gelado.
Gelado é o amor morto que sinto por você,
E que ainda não consegui arrancar de dentro de mim.

O amor não é gelado.
Ele rompe o gelo,
Faz degelo.

O amor é quente,
Ferve, cozinha e frita,
Com os sentimentos da gente.

O amor é quente,
Assa, amassa e estilhaça,
Com os sentimentos da gente.

O amor só não consegue ser indiferente
Com aquilo que a gente sente,
Pois mexe sempre com o sentimento da gente.

E este é o amor que eu quero sentir,
Quente,
Latente,
Querendo explodir.


Meu último pedido
Maite Schneider - E-mail - HomePage

Já não tenho mais pedidos para meus aniversários.
Envelheço com os anos,
que me arrastam eu sua contagem.

As meias que ganhei
servirão até o final da vida,
mesmo que nunca as lave.
As gravatas darão voltas ao mundo,
mesmo que eu não conheça a próxima cidade.

Quero neste meu aniversário,
um presente que me sirva
de presente de verdade.

Quero que matem a única coisa viva,
que sempre sobra da vida.

Podem matar com um tiro,
ou quem sabe enforcada e depois arrastada até praça central,
onde servirá de marco para a próxima geração.
Ou pode esfaquear bem de leve,
retalhar cada pedaço e enterrar fundo no chão.

Não importa de que modo façam
para atender ao meu último pedido.
Só me importa que me tragam de presente,
a cabeça da morte numa tigela de plástico,
para que eu tenha certeza de que meu pedido foi atendido.

Nem precisa que embrulhe.
Não se dê a este trabalho.
Somente quero que mate a morte
como meu último pedido.

Não tenho medo de morrer.....
Este medo eu não tenho não....

Só não quero morrer de morte.


Asas de Ícaro
Maite Schneider - E-mail - HomePage

Tanto eu quis,
que cheguei no topo.
Tanto eu sonhei,
que estou aqui em cima.

Construí escadas com meus sonhos,
degraus com minhas fantasias,
em busca do que queria.
Por minha culpa cheguei lá em cima.

Já não posso voar mais alto,
pois no lugar mais alto me encontro.
Bato minhas asas no teto.
No teto de onde me encontro.

Cheguei aqui em cima,
e a única certeza que ainda tenho enquanto arranho o teto,
é que meu destino está perto,
querendo acontecer.

Tão em cima estou,
qeu só posso ir para baixo,
Ficar debaixo do que eu sempre quis,
para ser para sempre feliz.

Se aqui embaixo estou agora,
é porque chegou a hora,
do destino acontecer.
Tenho asas que não sei bater.
Tenho asas que não sei para que.

Embaixo cheguei,
com a força do meu próprio peso,
carregando a fraqueza
de não ser o que eu quis.

No fundo cheguei,
por aqui não parei.
Mais fundo cavei,
com as asas que um dia ganhei.


Voltar