Denise Parma nasceu em Teresina, Piauí, Brasil, como Denise Parma de Albuquerque. Saiu de Teresina quando tinha três anos e foi para o sul do Maranhão, onde morou em Paraibano e São João dos Patos. Guarda algumas lembranças desse período, como as serras e barro vermelho do sertão, vaqueiros com suas roupas de couro desafiando os espinhos da caatinga, conduzindo a manada com arte, ecoando seu canto entre as serras, enganando a dor causada pelos espinhos da vida. Mas a sua maior recordação é a do seu primeiro desafio: aprender a ler para ir ao grupo escolar. Aprendeu. Foi.

Mais uma mudança, desta vez para a Baixada Ocidental Maranhense, para Santa Helena, cidade vizinha a Pinheiros, terra do ex-presidente José Sarney. Morou lá por dez anos, entre encantos e desencantos, dores e descobertas, a pasagem da infância para uma adolescência cheia de confusões de espírito, desafios de conduta e muitos versos, que escodia por medo que alguém chegasse a lê-los. No peito, a constante pulsação que lhe impedia para longe, para mundos novos. Nunca fazia segredo de que, um dia, saíria daquele lugar. Já, nesse tempo, tinha uma inquietação que lhe corroía as entranhas, sabia que o lugar era pequeno para guardar-lhe os desvarios.

Estudos secundários terminados, uma nova mudança. Desta vez para Teresina. Reconhecimento da terra, conhecida pelas muitas lembranças e histórias contadas por sua mãe; mas estranha ao mesmo tempo. Novas descobertas. Com o tempo, a cidade que um dia lhe pareceu grande, tornou-se pequena. Sua inquietação não parava, queria mais espaço.

Desta vez não foi pela estrada, mas pelo ar. Chegou à Holanda, terra estranha, diferente de tudo o que já vira. Um mundo de cultura abriu-lhe os braços.