USINA HIDRELÉTRICA DE ITATINGA
O rio Itatinga nasce na Serra do Mar e percorre 24 km antes de desaguar no rio Itapanhaú, também chamado Itapanhão. E é naquele, já próxima ao Itapanhaú, que a Cia. Docas do Estado de São Paulo (CODESP) tem a usina que leva o seu nome.
Em 1903 a então Cia. Docas de Santos adquiriu em Bertioga a fazenda Pelaes e projetou uma usina para abastecer o porto de Santos, a 30 km dalí, aproveitando a queda d'água do rio Itatinga (durante muito tempo foi a usina que tinha a maior queda d'água - 765 metros).
A hidrelétrica de Itatinga foi uma das mais importantes no início deste século, pois além de começar a abastecer o porto de Santos em 1910, já em 1911 forneceu energia para Santos, São Vicente e para a construção da Usina Henry Borden, de Cubatão, na época de propriedade da The São Paulo Light and Power Co. Ltd. Ainda mais: enquanto durou a grande crise de energia na cidade de São Paulo, em 1925, foi ela que forneceu a essa cidade 5.000 kw diários.
Com uma potência nominal de 15.000 kw, a usina supre, até hoje, as necessidades do Porto de Santos, cuja demanda máxima é 2/3 da potência nominal da usina.
Instalada ao pé da Serra do Mar, está cercada pela Mata Atlântica, o que faz com que seja muito procurada pelas diversas e maravilhosas trilhas que oferece, agora abertas ao público, como, por exemplo, a trilha da ruínas, a trilha dos 3 poços, a trilha da captação, o caminho de pedra e as trilhas do vale do rio Itatinga. As visitas, porém, são permitidas sómente com autorização da CODESP.
Próxima ao prédio principal da usina, foi criada umas vila para os empregados, onde foram construídas casas, posto de atendimento médico, clube, padaria, escola e capela.
Devido à localização de difícil acesso, justamente para aproveitar o ponto de queda d'água, foi construída uma linha férrea de 7 km em bitola de 0,80m, que liga a usina a um pequeno porto no rio Itapanhaú, onde uma lancha faz a travessia para a margem mais próxima à cidade de Bertioga. Hoje, entre o porto e a cidade passa a rodovia Rio-Santos.
A estrada de ferro levou o material para a construção da usina e é mantida até hoje para transporte do pessoal, e mesmo de carga, para o vilarejo e ainda material para a própria usina.
No início eram empregadas locomotivas a vapor e a eletrificação da estrada se deu em janeiro de 1958. Hoje correm nela tanto as locomotivas a vapor, como os bondes e seus reboques.
Tudo isso podemos ver através de fotos nas páginas seguintes.