O ORIENTE PRÓXIMO
Ao contrário do que acontecia na civilização egípcia, as ruínas encontradas no Oriente Próximo explicam bem pouco os hábitos cotidianos do povo que, a partir do ano 1800 a.C., viveu naquela vasta região. O historiador grego Heródoto cita alguns testemunhos nas suas Histórias. Ele comenta que, entre os persas, não se consagravam nem sacrifícios nem defumações aos deuses, como acontecia no Egito. Foi apenas depois da reforma religiosa que levou à afirmação do zoroastrismo, no século VI a.C., que se tornou um hábito perfumar os altares cinco vezes por dia e defumar incensos perfumados durante as procissões.
O povo não sabia usar perfumes, utilizava-os apenas para afastar os espíritos malignos. O incenso era empregado nos exorcismos, enquanto nas doenças se tentava conquistar os favores do deus do Bem oferecendo-lhe óleos perfumados; para amansar o deus do Mal também eram feitas oferendas de óleos.
Heródoto também contava que Dario, o poderoso rei dos Persas, apenas teve seus cabelos lavados no momento do seu nascimento. Mas Dario era um grande apaixonado por perfumes, que os usava em excesso para ocultar os maus odores de seu corpo. Plutarco, que viveu no século I, conta que, quando Alexandre Magno entrou na tenda de Dario, espantou-se ao descobrir que era "um lugar perfumado com fragrâncias de aromas e unguentos" e, anos mais tarde, ao regressar à sua pátria, quis imitá-lo borrifando o chão do seu palácio com água perfumada e rodeando-se de incensários cheios de incenso e mirra.
Na misteriosa Mesopotâmia, os perfumes desempenhavam um papel importante na vida de um casal e o marido devia proporcioná-los à esposa, tanto como ato de amor como para rito de purificação. Toda a população utilizava óleos purificadores; os pobres deviam se contentar em se purificar com óleo de gergelim, enquanto os ricos podiam fazê-lo com finos óleos de murta e cedro.