O BAIRRO DE VILA NOVA CACHOEIRINHA
Fonte:
Jornal Freguesia News/Santana News/Folha do Limão -06 de agosto de 2000A Vila Nova Cachoeirinha está completando 67 anos de existência no dia 05 de agosto de 2000, de acordo com pesquisa realizada pelo jornal Freguesia News/Santana News/Folha do Limão e por alguma associações, como Lions Clube de V. N. Cachoeirinha.
Se por um lado a Vila Nova Cachoeirinha cresce cada vez mais, por outro os contrastes estão presentes. Em meio á paisagem agitada do bairro, a população convive com construções inacabadas, como o "Esqueleto do Jânio", obra abandonada desde a gestão Jânio Quadros e que seria destinada a um mercado municipal. Apesar das promessa dos vereadores da situação nada foi feito.
Entre os aspectos positivos que representam a região se pode citar o crescimento da rede bancária, a instalação d escolas de idiomas e informática que chegaram na região e também uma faculdade, entre outros novs empreendimentos comerciais e também imobiliários.
Mas há muito o que fazer neste bairro em intenso crescimento, principalmente na área social. Saúde, educação, cultura, segurança e habitações são as maiores deficiências.
Principais vias
As Avenidas Deputado Emílio Carlos, Parada Pinto, Inajar de Souza e Imirim são as artérias principais que fazem pulsar o coração da Cachoeirinha a Praça Manuel da Costa Negreiros (antigo Largo do Japonês).
Na avenida Deputado Emílio Carlos estão: o Hospital de V. N. Cachoeirinha, do Estado, e a Maternidade municipal, pontos referenciais da população, assim como o cemitério municipal. Outro referencial.
Na Avenida Parada Pinto concentram-se o centro bancário e o comércio, do pequeno bazar até grande supermercados, como Andorinha.
Na Av. Inajar de Souza, a mais nova das vias principais, o destaque é para o comércio automotivo e onde está o corredor e o terminal de ônibus, inauguradas na gestão Erundina (e maquiado na gestão Maluf), mas que ainda não atende com eficiência a grande demanda de todas as vilas e até municípios próximos.
A Avenida Imirim é outra via eminentemente comercial e principal ligação entre a Cachoeirinha e o metrô e, em Santana.
(colaboração Gleice De Divittis)
RESGATANDO A HISTÓRIA DE VILA NOVA CACHOEIRINHA
O bairro de V. N. Cachoeirinha tem sua data de aniversário oficial, dia 05 de agosto de 1933 a mesma da fundação da Associação Nipo Brasileira, a primeira organização popular local e que foi criada por antigos donos de chácaras, de origem nipônica, com o objetivo de organizar e unir a população local e preservar a sua cultura. Era a antiga Cachoeirinha ganhando ares urbanos.
O levantamento da história foi realizado há cinco anos e publicado neste jornal pelo seu editor, Célio Pires. A definição da data comemorativa foi oficializada junto a Câmara Municipal por indicação do então presidente do Lions Clube local, professor Ivan Lima.
1 CHACHOEIRA
A história de um bairro revela aspectos interessantes e elucidativos que explicam a atualidade. O nome da Cachoeirinha, por exemplo, deve-se ao fato de ter existido em época passada uma cachoeira que, infelizmente, foi soterrada para dar passagem à avenida Inajar de Souza, e que servia como área de lazer e de piquenique para os moradores.
2 RIACHO
Moradores antigos consultados lembraram que existia, onde é hoje o Largo do Japonês, um riacho que desembocava mais à frente, onde hoje passa a avenida Inajar de Souza (córrego Cabucú). "Perto da Maternidade existiam lagos e a Cachoeirinha, que atraía muita gente nos finais de semana".
3 - 1š LOTEAMENTO
O primeiro loteamento da Cachoeirinha teve início em junho de 1941. Um dos primeiros terrenos vendidos foi o da esquina das hoje denominadas avenidas Deputado Emílio Carlos e Imirim, mas já havia por ali um núcleo de moradores, arrendatários e trabalhadores das chácaras, que plantavam batatas e hortaliças.
4 COMÉRCIO
Por volta de 1944 nasceu no Largo do Japonês a primeira casa comercial do bairro, e pertencente á família de imigrantes Sushiyama. Outra antiga "venda", como eram conhecidos os mercadinhos daquela época, foi a de Shigheioshi Otiai, no largo da Parada (onde funcionou o Supermercado Otiai).
5 NIPÔNICOS
O bairro de Vila Nova Cachoeirinha tem forte ligação com a colônia japonesa, ali presente bem antes de o bairro ser loteado. Só a Associação Cultura Esportiva Nipo Brasileira, sediada na Avenida Penha brasil, tem 67 anos de atividades. Foi fundada em 1933, pelas famílias Otiai, Fujihara, Okuyama, Tabusi, Oshimoto, Omae, Tanaka, Yoshita, Kodato, Sato, Ishimoto e Fumura. O primeiro presidente foi Kishi Sodato, tendo como vice Okuyama Shogoro.
Há 13 anos foi reunido no Clube Nipo-Brasileiro pelo editor deste jornal, Célio Pires, seis filhos dos imigrantes japoneses pioneiros. Noriyochi Fukuiya, Sozi Omae, Tyoki Yara, Takeyoshi Yamashita, Nelson Otiai e Schigueyoshi Yamashita. Eles lembraram o tempo de criança, quando a Vila Nova Cachoeirinha "era só mato" e eles tinham que ir a pé até o Bairro do Limão para estudar.
"Eram mais de cinco quilômetros para ir e outro tanto para voltar, todos os dias, e a gente tinha a idade de oito anos, não havia outra opção", lembrou Kozi Omae.
Os pequenos japoneses eram perseguidos e xingados por outras crianças no caminho, devido á guerra, a ignorância e o preconceito existente então contra "japoneses". Tyoki Yara disse que agora a situação é outra, "é reconhecido o valor dos japoneses e essa é a nossa pátria, não tem outra".
Todos eles fizeram questão de destacar as dificuldades sofridas por suas famílias nos primeiros anos de Brasil e a obstinação dos imigrantes pelo trabalho e pela ordem. A força de vontade foi tão grande, disse Tyoki Yara, "que não existia nenhum analfabeto entre os filhos dos imigrantes, apesar de termos que andar mais de 10 quilômetros diários para irmos á escola".
Noriyochi Fukuiya, que na época era presidente da Associação Nipo-Brasiliera, disse que o clube levava adiante as propostas iniciais dos fundadores e antecessores: a preservação da cultura tradicional japonesa, através de atividades culturais e esportivas, como ensino do idioma japonês, formação de equipes de vôlei, futebol de salão, tênis de mesa e judô.
A associação foi fundada em 1933 e a nova sede tem dois andares, com 530 mē de área construída; foi inaugurada em 1985, durante a gestão de Kozi Omae, filho de Gunzaburo Omae, um dos fundadores. Nelson Otiai é outro filho de um dos fundadores ele foi quem cedeu fotos publicadas naquela edição e que retratava sítio de sua família, localizando onde hoje está as obras inacabadas do Mercado Municipal, no final da Deputado Emílio Carlos.