Os pára-raios na igreja
demonstram bem aos ateus
que os santos por mais que o sejam
não têm confiança em Deus
Quadra popular alentejana
A igreja é uma taberna
e o altar é o balcão
Os santos são os fregueses
e o padre é o patrão
Quadra popular alentejana
Deixai vir a mim as criancinhas
Para a mente lhes moldar
Ficarão para sempre minhas
Só farão o que eu mandar
José de Sousa
A terra em papel selado
e o mar a tinta encarnada
não escrevem o pecado
nem os crimes da padralhada
Anónimo alentejano
Vai o rico para a Igreja
de fina bota caneleira
e vai o pobre de alpercata
trabalhar para a pedreira
Anónimo grandolense
O Marcelo e o Guterres
no seu jardim das delícias
seguem com todos os "f"'s e "r"'s
os conselhos do Melícias
Anónimo grandolense
Quando eu era sacristão
subia a grandes alturas
comia o azeite com pão
deixava os santos às escuras
Quadra popular alentejana
Não entres na igreja ó cavador
Não creias na religião dessa canalha
Os santos são de pau, não têm valor
Valor só se dá a quem trabalha
Excerto de um fado lisboeta
Ó Saramago camarada
O Nobel já venceste
A Igreja não vale nada
E tu bem o mereceste
Dois comunistas em Lisboa
Eu cá só vejo é canalha
de banquete para banquete
e quem produz e quem trabalha
come a açorda sem azête
Anónimo alentejano
O Papa não é fadista
É o chefe da ICAR-Igreja
Mas é um grande artista
Onde quer que ele esteja
Anónimo grandolense