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Mulher de Nino ajoelhou-se aos pés de Ansumane Mané
 Ansumane Mané
DURANTE o encontro de quinta-feira entre Nino Vieira e Ansumane Mané, a mulher do Presidente guineense ajoelhou-se perante o líder dos revoltosos. Isabel Romano Vieira conseguiu, com aquele gesto, que as negociações prosseguissem, apesar de Nino manter uma atitude radical. A reunião viria a terminar com um aperto de mão e um abraço, cumprimentos que, no entanto, não quebraram o gelo entre os dois adversários.
A atitude da mulher do Presidente, que tem de ser entendida à luz dos hábitos e comportamentos africanos e das relações entre pessoas que têm um relacionamento de longa data (Mané foi da inteira confiança de Nino durante 37 anos), visou pedir a compreensão do líder rebelde para a intolerância que estava a ser manifestada pelo Presidente. Durante as negociações que decorreram em Banjul, capital da Gâmbia, sob os auspícios do Presidente Yahya Jammeh, Nino recusou-se com obstinação a reconhecer a derrota militar. Isto, apesar do cerco total a que Bissau está sujeita e da completa penúria de meios militares.
Recorde-se que o Presidente da Guiné, para se deslocar à Gâmbia, necessitou de pedir um helicóptero emprestado aos franceses. O longo relacionamento com Mané e o facto de este seu ex-lugar-tenente ter admitido que o tentou assassinar tem levado Nino Vieira a revelar-se incapaz de perdoar, mantendo uma atitude intolerante. Na quinta-feira, o Presidente da Gâmbia juntara-os durante três horas num hotel da capital gambiana. Ontem de manhã registar-se-ia, ainda em Banjul, um novo encontro entre os três homens.
 Isabel Vieira
O episódio que envolve Isabel Vieira foi relatado pelo próprio Mané a elementos da sua Junta Militar, sendo impossível confirmá-lo junto da presidência guineense.
Nino e o seu antagonista foram ontem «levados» para a Nigéria, onde decorre a cimeira dos chefes de Estado da Comunidade para o Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental.
O principal escolho para a resolução do conflito guineense continua a ser a presença no país de tropas senegalesas.
O facto de o líder da Junta Militar estar a participar na cimeira de chefes de Estado da Nigéria reveste um importante significado, revelando que Ansumane Mané já não é considerado um simples rebelde. Tanto o Governo guineense como a Junta Militar concordaram com a formação, a breve trecho, de um novo Governo, de Unidade e Reconciliação Nacional.
O EXPRESSO apurou, entretanto, que o «Hércules C-130», que há uma semana levou Jaime Gama a Bissau para uma «mediação de emergência», trouxe no regresso a Portugal cinco familiares de destacados membros da Junta Militar.
José Pedro Castanheira e Luís Filipe Catarino (fotografias)
enviados à Gâmbia
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