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Jornal de Notícias     em: 27-NOV-1998

Kumba Ialá ameaça entrar no conflito guineense

Líder da Oposição garante que chefia 250 mil homens prontos a seguir para Bissau

O líder do Partido da Renovação Social da Guiné-Bissau declarou que o PRS será obrigado a entrar no conflito guineense se não for cumprido o acordo de paz de Abuja, assinado no passado dia 2 na capital nigeriana. Kumba Ialá, que falava ao diário senegalês "Wal Fadjri" ("Aurora", em árabe), disse que tem "250 mil homens prontos a entrar em Bissau".

"Mas, antes disso, advertiremos Abdou Diouf e Lansana Conté (presidentes do Senegal e Guiné-Conacri, que apoiam militarmente o regime do presidente João Bernardo "Nino" Vieira) para retirarem as suas tropas do nosso país", acrescentou. Kumba Ialá prestou as declarações na sua terra natal, Patche-Ialá, a poucos quilómetros de Bula, Noroeste da Guiné-Bissau, onde se tem mantido desde o início do confronto político-militar entre "Nino" Vieira e a Junta Militar revoltosa, que se levantou em armas a 7 de Junho passado.

Na entrevista ao "Wal Fadjri", o líder do PRS afirmou que nunca se integraria nas forças dos revoltosos, liderados pelo antigo chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, brigadeiro Ansumane Mané. Ialá acrescentou, contudo, que "desde o início da crise estamos fora do conflito, mas, se perdurar, isto é, se os acordos de Abuja não forem respeitados, então seremos obrigados a intervir". Kumba Ialá, que obrigou a uma segunda volta das "presidenciais" de 1994, que disputou com "Nino" Vieira, concorda com a eventual participação do PRS num futuro governo de unidade nacional na Guiné-Bissau.

Ialá disse, por outro lado, que a sua recusa quanto a encontrar-se com o presidente guineense se relaciona com a presença militar estrangeira no país. "Nenhum senegalês aceitaria a presença de guineenses armados em Dacar. É uma questão de soberania".

Sobre a intervenção senegalesa na Guiné-Bissau, quanto a ter sido feita no âmbito de um acordo de mútua defesa, o líder do PRS afirmou que não tem conhecimento da existência de um acordo nesse sentido. De acordo com o jornal senegalês, Kumba Ialá afirmou que "nenhum deputado guineense, incluindo os do partido no Poder, sabe se existe esse acordo.

Se eu estivesse ao corrente da sua existência, não me oporia à intervenção das tropas senegalesas no meu país". A guerra separatista na região senegalesa de Casamança foi abordada na entrevista, com base na leitura de Dacar de que a sua solução passará pela resolução da crise guineense. Segundo Kumba Ialá, "não é na Guiné-Bissau que os senegaleses devem vir procurar a solução desse conflito, porque isso é internacionalizar a guerra em Casamança".

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