em: 28-NOV-1998

Parlamento guineense exige renúncia de "Nino"

Resolução passou sem votos contra e com abstenções do PAIGC

A Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau aprovou um projecto de resolução em que retira "a confiança política" ao presidente da República guineense e exige "a sua imediata renúncia ao cargo".

O documento, votado ontem à tarde, contou com 69 votos a favor _ mais de dois terços dos deputados _ e nove abstenções, de parlamentares do PAIGC. Não houve votos contra. O documento, entregue na sequência do debate sobre a situação político-militar no país, fora subscrito por 54 dos 100 deputados da Assembleia Nacional Popular. O projecto de resolução exige ainda a retirada "imediata e incondicional das forças estrangeiras", a promoção de condições que permitam o imediato "encaminhamento e distribuição da ajuda humanitária" e o retorno "à legalidade democrática através da procura de uma solução política constitucional e consensual" para a actual crise.

A resolução foi aprovada no encerramento dos trabalhos de uma sessão extraordinária iniciada anteontem, e em que a maioria dos deputados acusou o presidente "Nino" Vieira de ser o principal responsável pela situação em que o país se encontra. Esta foi a primeira sessão do Parlamento guineense depois dos acontecimentos do dia 7 de Junho, marcados pela revolta da maioria das Forças Armadas guineenses, e que levaram "Nino" Vieira a pedir a ajuda aos vizinhos Senegal e Guiné-Conacri. Dos 100 deputados da Assembleia Nacional Popular guineense, 78 compareceram aos trabalhos desta sessão extraordinária.

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